Transformei-me numa pessoa completamente inerte, subjugada pelo medo, com vergonha dos erros e sem a capacidade para pedir – e consequentemente – aceitar ajuda.
Como poderá o futuro que ainda me espera ser auspicioso se recuso até em aceitar o calor e o brilho do sol. Deixo-me encerrada entre quatro paredes e anulo-me perante uma janela eléctrica para o mundo ligada demasiadas horas, que me liga ao surreal mundo das tragédias, da impotência, dos pretensiosismos, das ficções.
O ar que respiro é rarefeito, tantas vezes expirado que já não renova o necessário oxigénio para sentir que há vida a lutar dentro de mim. A força que necessito não sei de onde advirá, mas necessito que não demore, pois as forças poderão já não ser suficientes sequer para abrir uma janela real.
Como é que me deixei afundar em mim, inerte para quase tudo, até para lutar por mim. Como? E como é que encontrarei as respostas que ninguém me pode dar, a não ser eu?
Bryan Pickens, Repose |
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