Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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30.1.14

Cara C.,

Como já percebeste, não dedico grande tempo às redes sociais. Como tal, não tenho uma presença muito visível, aliás, é até inócua, mas muito ponderada. Aceito qualquer crítica relativa à pouca interacção com as pessoas e antigas amizades. Aceitaria muito bem se esse tivesse sido o teu reparo.
No entanto, não nos vemos há anos e trocamos mensagens de quando a quando. Mea culpa, eu sei. E recebo uma mensagem intitulada de urgente para não falar com determinada pessoa associada numa rede social a uma instituição à qual estou, digamos, superficialmente ligada?
Não é a primeira vez que tens tal atitude: achar que me podes proibir de falar com alguém que não queres. Mas a nossa antiga amizade não te dá qualquer direito de exigir seja o que for. Ao faze-lo, está a por em causa diversas questões. Primeiro, a minha capacidade de respeito pela privacidade das pessoas com quem me relaciono. Logo, demonstras que não confias em mim e creio, corrige-me se necessário, não te ter dado razões para tal. Depois, esse desejo nem sequer é altruísta. Não tens o desejo de me defender seja de quem for. O que queres é evitar que ao falar com determinada pessoas se liguem determinados pontos e a imagem que procuras transmitir caia por terra. Acreditas mesmo que ainda não vi para lá de tal imagem?
Uma das razões para o meu afastamento é que na verdade já não tenho paciência para as historietas que crias em teu redor. Quando era mais miúda era engraçado, mas depois crescemos e temos outros assuntos e compromissos que nos ocupam e certas intrigas deixam de ter relevância. Talvez me esteja a tornar numa velha, mas paciência, acredito que as coisas têm o seu tempo na nossa vida e esse passou.
Estarás sempre no meu coração, mesmo que não estejas na minha vida actual.

29.1.14

Palavras #489 a 491

sodalício - (latim sodalicium, -ii, convivência, camaradagem, companhia, amizade) s. m. 1. Sociedade de pessoas que vivem em comum ou que convivem em associação. = CONFRARIA, CONTUBÉRNIO 2. Camaradagem.
heteródino – adj. 1. Designativo de um processo de recepção das ondas eléctricas. s. m. 2. Gerador de pequena potência.
Abrolhos -  s. m. pl. 5. Estrepes. 6. Rochedos quase à flor da água. 7. [Figurado] Trabalhos, dificuldades, contrariedades. Plural: abrolhos |ó|.

28.1.14

Soul Beliefs

A minha nova experiência através do Coursera prende-se com a temática das crenças da alma. adivinha-se um tema interessante.

27.1.14

Palavras #486 a 488

aoristo - (grego aóristos, -on, sem limite, indeterminado) s. m. [Gramática] Um dos tempos da flexão verbal grega que indica um passado.
necromancia - (grego nekromanteía, -as) s. f. Adivinhação por meio da evocação dos espíritos.
teredo - |ê| s. m. [Zoologia] Molusco acéfalo que vive debaixo de água na madeira dos navios, nas estacas das pontes, etc. = TEREDEM.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo.

25.1.14

Georg entrou na pequena taberna da aldeia e nenhum olhar se dirigiu para si. Chegou a duvidar se tinha mesmo entrado ali ou se a sua mente o teria lá levado em sonhos. O fugaz equivoco desfez quando o taberneiro lhe colocou um copo em frente e dirigiu um olhar para trás do balcão, indagando qual seria o seu veneno de eleição. Encolheu os ombros e aceitou o liquido transparente que lhe deu, que bebeu enquanto picava micas com queijo puxavante, enquanto a sua mente ia compendiando os raros momentos em que nos últimos meses tinha repousado sem olhar para trás das costas.

24.1.14

Palavras #483 a 485

sorgo - |ô| s. m. 1. Espécie de milho. 2. Milho zaburro vermelho. 3. Árvore africana. Plural: sorgos |ô|.
vitualha - (latim victualia, -ium, alimentos, comestíveis, plural de victualis, -e, relativo a alimentação) s. f. 1. Género alimentício. = COMESTÍVEL vitualhas s. f. pl. 2. Conjunto de provisões de alimentos. = MANTIMENTOS, VÍVERES
cárter – s. m. Invólucro rígido que protege peças de máquina animadas de movimento rápido contra a introdução de corpos estranhos. Plural: cárteres.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo.

23.1.14

Palavras #480 a 482

simbiose - |ó| (grego sumbiósis, -eos, vida em comum, camaradagem) s. f.1. [Biologia] Associação recíproca de dois ou mais organismos diferentes que lhes permite viver com benefício. 2. Vida em comum; intimidade entre duas pessoas.
copal – adj. de dois géneros Diz-se de uma espécie de goma ou resina parecida com o incenso.
carestia – s. f. 1. Elevação de preço acima do valor habitual (falando de géneros que escasseiam). 2. [Figurado] Dificuldade em obter; escassez; carência.

 in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo.

22.1.14

Palavras #477 a 479

palingenesi·a – s. f. 1. Renascimento. 2. Regeneração.
estequiometria - (grego stoikheíon, -ou, elemento principal, princípio fundamental, base + -metria) s. f. [Química] Estudo das relações e das proporções entre os elementos de uma reacção química. = ESTEQUIOQUÍMICA
zuavo – s. m. 1. Soldado de um corpo de infantaria francesa da Argélia. 2. Soldado cujo uniforme se assemelha ao dos zuavos franceses.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo.

21.1.14

Palavras #474 a 476

puxavante - adjetivo de dois géneros 1. [Popular] [Popular] Que provoca vontade de beber, picante. substantivo masculino 2. Instrumento de ferrador para aparar o casco do animal.
mica - (latim mica, -ae, partícula, migalha) substantivo feminino 1. Migalhinha. 2. Bolinha de miolo de pão. 3. Substância composta de lâminas finas, com brilho metálico, que constitui um dos elementos fundamentais do granito. 4. Fina capa plástica, com abertura superior, que serve para guardar folhas. 5. [Regionalismo] Cabra.
compendiar - Conjugar (latim compendium, -are) verbo transitivo 1. Reduzir a compêndio. = COMPILAR 2. Resumir. 3. Publicar em compêndio.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/.

20.1.14

Palavras #471 a 473

sicómoro - (grego sukomoros, -ou) s. m. 1. [Botânica] Árvore da família das moráceas (Ficus sycomorus), cujo fruto é um figo comestível. 2. [Botânica] Árvore da família das aceráceas (Acer pseudoplatanus).
boa - |ô| (latim boa, -ae) s. f. 1. O mesmo que jibóia. 2. Abafo de peles ou plumas para o pescoço. = BOÁ
epígono – s. m. O que pertence à segunda geração.

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/.

19.1.14

O meu reino por uma resma de papel

Há duas horas que permaneço imóvel, acometido por uma hemiplagia repentina, que não dá sinais de desvanecer. Ninguém percebeu a minha ausência, ninguém percebeu a minha prostração.
A arrecadação é o meu domínio, raramente visitado por embaixadores ou mensageiros de outras salas ou departamentos. Se ao menos me tivesse quedado nos lavabos gerais, já teria sido socorrido. Lá conseguia chegar ao dispositivo cerce obrigatório segundo as inácias vigentes relativas à segurança e higiene em locais público.

Mas quedei-me no meu reino dos fundos e só resta esperar que alguém necessite urgentemente de uma resma de papel.  

18.1.14

O que vão os outros pensar?

O nosso comportamento é moldado por 3 forças principais: o temperamento pessoal os nossos pais e os nossos parceiros, que podemos denominar com círculos pessoal, social e cultural.
O primeiro apresenta Obstáculos internos (dúvidas e medos) e obstáculos externos (circunstâncias e oportunidades). Já o segundo, é uma teia auto-sustentada de papéis e expectativas sociais que bloqueia as nossas ambições. O Círculo cultural representa os valores e formas de comportamento que caracterizam diferentes grupos sociais. É um sistema de permissões, que indica quais as atitudes e comportamentos aceites e não aceites nas diferentes comunidades.
Todas as culturas têm manuais de sobrevivência tácitos com regras e linhas de orientação claras para a maioria. São fruto de centenas de anos de adaptação a um determinado ambiente. Actualmente, somos envolvidos por múltiplas camadas de identidade cultural. As complexidades e a fluidez das culturas contemporâneas podem tornar mais fácil a mudança de contexto e a fuga às pressões do pensamento grupal e aos estereótipos.

17.1.14

A Ciência dos Sonhos (2006)

Os sonhos são um lugar estranho. Eu que diga dos meus. Mas também não os trocava por noites não sonhadas. É um pouco o que acontece com o protagonista deste exercício visual, cuja realidade não consegue acompanhar os seus frutíferos sonhos e cada vez mais se refugia neles para fugir a um quotidiano onde não se revê.

Título original: La science des rêves * Argumento e Realização: Michel Gondry * Elenco: Gael García Bernal, Charlotte Gainsbourg, Miou-Miou, alain Chabat, Emma de Caunes

16.1.14

Como Casar e Ficar Solteiro (2006)

Para fugir às cobranças familiares, um solteirão inveterado contrata a irmã de um amigo para se fazer passar por sua noiva e posteriormente acabar o noivado de forma vexatória. O que parecia um bom plano, revela-se um truque do destino e a artimanha acaba por juntar inevitavelmente os dois pombinhos. Filme bem disposto para domingo à tarde.

Título original: Prête-moi ta main * Realização: Eric Lartigau * Argumento: Philippe Mechelen, baseado numa ideia de Alain Chabat * Elenco: Alain Chabat, Charlotte Gainsbourg, Bernadette Lafont

15.1.14

Beloved, Toni Morrison

Sethe, uma antiga escrava, e Denver, a sua filha mais nova, vêem a sua rotina alterar-se com a chegada de Paul D., antigo amigo de família. No entanto, nada os prepararia para o confronto final com o passado provocado por Beloved, o espirito da filha mais velha de Sethe, que retorna para exigir o amor e atenção que lhe são devidos.
É uma dolorosa história de escravidões, sofrimento, dor, (des)esperança e liberdade, para ler com tempo e de coração aberto.

14.1.14

Este é o Meu Lugar (2011)

Este foi um dos filmes que mais gostei de ver nos últimos tempos. Inusitado q.b. e muito Cohen Brothers, mesmo se não contasse com a presença de Frances McDormand.
Uma antiga estrela do rock, apática e a viver dos rendimentos, é confrontado com a doença e morte próxima do seu pai, um antigo prisioneiro nazi. Ao descobrir que o seu algoz vive algures nos EUA decide procura-lo e de alguma forma vingar o pai, estabelecendo assim uma ultima ligação com esse homem que nunca o compreendeu. S. penn está irrepreensível numa enfadada, inenarrável e muito filosófica personagem à procurar de si mesmo.

Título original: This Must Be the Place * Realização: Paolo Sorrentino * Argumento: Paolo Sorrentino e Umberto Contarello * Elenco: Sean Penn, Frances McDormand, Judd Hirsch, David Byrne

13.1.14

Ética para um Jovem, Fernando Savater

Este livro é um monólogo de pai par afilho em que de modo pragmático e nada académico o autor procura de forma simples e perceptível transmitir e explicar diversos conceitos e valores, como felicidade, responsabilidade, escolha, motivação, preconceito, prazer, medo, entre outros.
Um livro de leitura obrigatória para todos, sobretudo os menos jovens.

12.1.14

Birding

As pequenas marcas aduncas na lama rechinada pareciam registar a sua passagem. Mas nem um tom fulvo, nem um sonido indicavam a permanência de qualquer toutinegra.

11.1.14

Há que prestar atenção ao modo como o universo interage connosco. Só assim descodificamos a sua mensagem.

10.1.14

30 e tal e nada é como sonhámos

Na adolescência, sonhava que aminha vida adulta passaria pelo casamento, 4 filhos, um trabalho interessante na minha área de licenciatura e, claro, bem pago.
Na realidade, contínuo solteira sem ânimo para investir numa relação amorosa, embora sinta falta do afecto. O projecto da maternidade posto de lado. O trabalho, de responsabilidade, dá-me pouco mais que o ordenado mínimo e não tenho qualquer perspectiva de melhoria neste ambiente de crise. A casa, entreguei ao banco, e usufruo, até ver, de um favor familiar. Uma ingénua e mal informada desventura empresarial coloca-me na rota de uma falência.
Não, nada é como sonhámos, mas mantenho-me á tona de água e futuro ainda brilhará.

9.1.14

Por vezes as pessoas partem

Por vezes não fazemos parte do caminho das pessoas que fazem parte do nosso. Confuso? Talvez não.
Busco com gratidão as memórias e os ensinamentos de quem passou na minha vida. Tenha sido um contacto passageiro ou mais prolongado, essas pessoas ficaram na minha vida. Espero que, de algum modo, também tenha ficado nas suas.
Aceitar que a vida é um trânsito reduz o sentimento de dor originado por partidas e ausências. Nem sempre mantemos ao nosso lado que desejaríamos, e aqueles que deixamos insistem em permanecer. Haverá uma razão para tal. Queremos prolongar o prazer e a felicidade do contacto, mas é com a dor da partida e da ausência que crescemos. E a fugacidade do contacto serve apenas para evidenciar a sua relevância. Por isso as pessoas permanecem sempre connosco, como poeira na nossa história, como poeira essencial na nossa engrenagem.

8.1.14

Preciso de outra sabedoria para conseguir organizar os meus passamentos, compreender as minhas emoções e delinear o meu futuro. Will i get there?

7.1.14

Ludificação

Ludificação é o uso de técnicas de design de jogos para enriquecer contextos diversos normalmente não relacionados a jogos. Entre os objetivos da ludificação podemos destacar: tornar a tecnologia mais atraente, estimular os usuários a encetare comportamentos desejados, ajudar a resolver problemas sem ser uma distracção, e aproveitar a predisposição psicológica humana de se envolver em jogos.
As suas técnicas aproveitam os desejos naturais por competição, realização (obtenção de resultados), recompensa, auto-expressão, vaidade, altruísmo e reconhecimento. E incluem, por exemplo:
  1. Emblemas de conquistas
  2. Níveis de conquistas
  3. métrica visual
  4. Sistemas para premiar, recuperar, trocar ou presentear pontos
  5. Desafios entre usuários
  6. Incorporação de pequenos jogos casuais em outras actividades.
    In wikipedia.org

Terry Border, Bent Objects

6.1.14

Aspas – divulgação cultural como estratégia de venda

ver folheto
O Pingo Doce lançou, ainda não percebi com que periodicidade, um tríptico onde divulga os livros disponíveis para venda nas suas lojas. Impresso em papel reciclado, de design colorido e atractivo q.b., além do catálogo de venda, apresenta pequenos textos sobre os livros e questionários a alguns dos autores mencionados. É um exemplo de estratégia de venda mascarada de divulgação cultural, mas que para um público menos informado e talvez sem hábitos de leitura possa ser um formato interessante. Seria interessante que o grupo publicasse a seu tempo dados sobre o impacto do mesmo no volume de vendas.

5.1.14

Ensaio

Gracmor
“Foi com prazer que recebi o convite para estar, hoje, aqui presente. Aproveito a oportunidade para uma vez mais, e desta feita publicamente, agradecer à organização.”
Não é um início excelente, mas tem de servir para primeiro rascunho. Complemento com um ou dois episódios e esmero os agradecimentos na peroração. Ainda tenho alguns dias para assentar ideias.
Agora, é necessário decidir o que vestir. O protocolo não me deu grandes indicações, mas não quero nada demasiado formal, nem demasiado informal que possa ser considerado falta de respeito. Talvez o fato azul… normalmente é considerada uma cor neutra… só tenho de mandar arranjar a tarlatana. O vermelho também é bonito, mas não sei se poderá ser considerada uma cor ofensiva.
Só espero que a seguir à cerimónia não me ofereçam nada demasiado estranho que tenha mesmo de recusar, como quando queriam que fumasse narguilé ou me serviram aquela coisa estranha ao jantar.

4.1.14

20 anos

Apercebi-me recentemente que entrei na faculdade em outubro de 1994, ou seja, há 20 anos. Chiça, penico, carapau frito. It Feels weird.

3.1.14

46664

Não tenho por hábito assinalar a morte de personalidades, nem escrever sobre elas. Lamento, mas para mim são referências sociais e não parte da minha rede afectiva. Já o processo de luto por quem me é próximo faz muitas vezes, infelizmente, parte do registo que aqui deixo.
Mas hoje deixo aqui apenas uma breve reflexão sobre Nelson Mandela, sobre quem já foi tudo devida e perfeitamente dito. Apesar de só saber superficialmente sobre a sua vida e a sua luta, não posso deixar de considerar digno de respeito alguém que sobreviveu a 27 anos de prisão e não se quedou. Este não pode ser realmente um homem vulgar. Quantos de nós terão a capacidade de manter a mesma crença, não só num valor mas também no modo como o alcançar, durante tão longo período? Apenas alguns.

2.1.14

Aquilo que cada um pode fazer com sua vida é tão diferente e tão diverso que não há fórmulas que nos ajudem a precisar quais poderão ser as melhores escolhas ou caminhos. A vida tem um sentido único e sem possibilidade de retorno. Podemos até conseguir remendar alguns erros, mas não podemos desfaze-los. Cada um precisa de ir inventando a sua vida de acordo com a sua individualidade, única e irrepetível. E no momento de fazer escolhas, o melhor que podemos fazer é fazer opções que permitam o maior número de hipóteses possíveis a posteriori. Quando mais reduzimos as nossas opções, menos hipóteses futuras temos de concretizar as nossas perspectivas. A nossa melhor opção é deixar opções em aberto.  

1.1.14

#38 @ 102 em 1002 - Foram apenas 11, ...

…, cor de laranja, comprados para outro propósito que já não recordo e para o qual utilizei apenas um.

Decidi fazer a passagem de ano voluntariamente só. Necessitava desse momento, não pela solidão, mas por falta de disposição em aderir a uma comemoração excessivamente exacerbada. Mas também não queria deixar de assinalar o meu voto e a minha esperança no melhor.

Enchi o primeiro balão e não me pareceu suficiente. Lembrei-me que tinha impresso algumas mensagens de www.thingsweforget.blogspot.com e pareceu-me apropriado inserir uma em cada balão. Foram 10 mensagens.

Da varanda, fui lançando um a um e observei como vagarosamente foram desenhando volutas pelo ar. Uns perdi de vista, outros foram descendo a rua fugindo aos carros. Um caiu nas mãos de um rapaz que levantou a cabeça tentando procurar a origem de tal inesperada dádiva dos céus. Escondi-me e ele seguiu rua acima de balão na mão.

Outros não perceberam a subtil magia de um balão e rebentaram-nos estrondosamente. De manhã vários jaziam em pedaços defronte do prédio.

Valeu a pena. Foi um momento que, na ausência de imagens, terão de acreditar foi de uma beleza talvez americana. Trouxe-me serenidade, entusiamo e sorrisos.

É um momento que não se repete. Mas hei-de repetir a acção. Sempre e quando for necessário acreditar que alguém aceitará um simples balão colorido como um voto de bom augurio no futuro.