Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

31.7.09

POÉTICA, Vinicius de Morais

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
― Meu tempo é quando.

30.7.09

o futuro ainda está por acontecer

O problema da futurologia é que, mais tarde ou mais se cedo, se concretiza e, regra geral, é sempre mais tarde do que se julga.

29.7.09

Humano

fiz o possível por perceber
quando a chamada chegou
ao nível da rendição
fui capturado mas fui gentil
e por vezes fico nervoso
quando vejo uma porta aberta

fecha os olhos, esvazia o coração

corta o cordão
somos humanos ou somos títeres?
O meu sinal é vital e as mãos frias
e de joelhos anseio pela resposta
somos humanos ou somos títeres?

Respeito a graça e a virtude
envio condolências à bondade
cumprimento a alma e o amor
sempre fizerem o possível
aceno à devoção, ensinou-me tudo o que sei
e no adeus, desejem-me sorte

têm de me libertar

Esta noite, o sistema ficará bem
quando sonhares com o teu lar
não há mensagens a serem recebidas
diz se o teu coração ainda bate

Human, The Killers

26.7.09

Uma Experiência Pessoal de Leitura II


-->
Na licenciatura – em Línguas e Literaturas Modernas, Variante Português/Inglês, procurei realizar todas as leituras obrigatórias, o que nas aulas se revelava uma mais valia, pois estava familiarizada com as problemáticas das obras e permitia várias intervenções. Contribuiu para a minha auto-confiança, pois contactava que as minhas inferições estavam em grande parte correctas e que fazia uma avaliação correcta de situações. Ajudou-me também socialmente, pois ao fazer análise de personagens aprendi também a “ler” as pessoas nas entrelinhas, ou seja, a conhece-las não só pelo seu discurso, mas, e sobretudo, pelas suas acções. Talvez por isso, ainda hoje, quando conheço alguém, gosto de escutar primeiro e falar depois.
Mas foi depois de concluir a licenciatura que encontrei vários universos que me cativaram. O primeiro foi sem dúvida a prosa poética de Sam Shepard, que conhecia da sua carreira cinematográfica. Depois descobri, entre outros, o realismo fantástico latino-americano, a literatura de expressão lusófona, e autores como Luís Fernando Veríssimo e Ismaël Kadaré.
Dez anos após concluir a licenciatura, retomei os estudos ao ingressar no Mestrado em Práticas Culturais para Municípios. Foi uma experiência simultaneamente aliciante e com a qual estava apreensiva. Significava quebrar um hábito de uma década de leitura ficcional e enveredar por leituras mais técnicas e ensaísticas. Foi uma experiência compensadora, não tanto que me alargasse novos horizontes, mas algumas leituras permitiram a constatação de posturas/opiniões pessoais1 e a sistematização de conhecimentos obtidos de forma mais empírica/por observação. Se Bourdieu não se revelou uma novidade em termos teóricos, foi importante pela obtenção de terminologia sociológica. Já António José Saraiva foi ao encontro da opinião pessoal de que a arte deve ser sempre considerada um ponto de partida e que considera-la um ponto de chegada é castra-la das suas possibilidades de desenvolvimento e criação.
1 Teoria da Relevância, Sperber & Wilson.

24.7.09

Tribunais III

Pela terceira vez, lá me dirigi a tribunal para testemunhar. Não o fiz, mas pelo menos o julgamento já teve início. Valha-nos isso. Esperemos pelo quarto round.

23.7.09

Palavras #173 a 175

cocho (ô) - s. m. 1. Tabuleiro para conduzir cal amassada; cocha. 2. Caixa onde gira a mó dos amoladores. 3. Espécie de vasilha onde se põe água para o gado. 4. Pequena quadra onde se recolhem porcos. 5. Espécie de copo de cortiça. 6. Minho Porco. 7. Trás-os-M. Veneno, peçonha.

Sifão s. m. 1. Tubo recurvado, de ramos desiguais, que serve geralmente para transvasar líquidos sem inclinar os vasos que os contêm. 2. Espécie de garrafa de vidro com água gasosa.

Goiva - s. f. 1. Espécie de formão acanelado. 2. Estrem. Passo estreito e profundo de corrente de água. 3. Ant. Agulha com que o artilheiro desimpedia o ouvido da peça.

21.7.09

B: Mag #1

Já há alguns meses que sigo o blog Blogtailors1, apesar de nem sempre ler todos os posts. Aliás, a blogoesfera, com todo o seu manancial, provoca-nos a mesma reacção que a leitura tradicional: não há tempo para ler tudo o que queriamos ou até tudo o que seria desejável2.

Os Blogtailors editaram agora o primeiro número da sua B:Mag, uma revista digital na qual compilam textos já publicados no seu blog ou escritos para a mesma. São textos de vários profissionais do sector editorial, desde livreiros, editores, revisores, escritores, etc, etc. e que nos dão uma visão das várias forças e intervenientes deste sector.

Não é simples salientar textos: uns porque não domino o mister, outros porque até percebo. Masuma coisa é certa, todos estes intervenientes vestem a camisola da literatura, ou, melhor dizendo, da leitura3. Transparece a sua paixão pela leitura e adivinha-se que o seu percurso profissional dificilmente poderia distar desta paixão, daí que juntem o útil ao agradável.

Alguns textos terão aqui uma reflexão individual ou servirão de pedra de toque para outros textos. Mas no conjunto, saliento alguns dos temas transversais aos vários textos: a mutação do mercado (grandes grupos editoriais e pequenas editoras independentes): os desafios dos formatos digitais; a defesa da propriedade intelectual; as dificuldades financeiras; a promoção da leitura e a promoção editorial; criação e comercialização; espaços comerciais; défice de profissionais; marketing e design; etc.

1De Paulo Ferreira e Nuno Seabra Lopes.

2Através do Google Reader, sigo aproximadamente 180 blogues, o que significa cerca de 250 posts diários.

3Constato que muitos destes profissionais são licenciados em Línguas e Literaturas Modernas e nascidos na segunda metade da década de 70. Então a questão que se coloca é: Que ando eu aqui a fazer?

20.7.09

Dá-me esperança

Sabes tia, gosto muito é daqueles livros velhos e cheios de pó, porque lá dentro há mundos e coisas secretas para descobrir. Mas os meus favoritos são aqueles grandes (enciclopédia) porque têm tudo, mesmo tudo.

19.7.09

Diálogo inesperado

  • não te esperava.

  • Não planeava vir, mas aqui estou... posso?

  • Claro, entra. Ainda bem que vieste. Acabei agora de jantar, mas se quiseres comer.

  • Não obrigado. Também já jantei.

  • Queres beber algo?

  • Talvez um vinho, tens?

  • Vê na garrafeira o que te apetece.

  • Bebes comigo? Senão, não vale a pena abrir uma garrafa.

  • Sim, claro que te acompanho.

18.7.09

recital e tal

a mais recente edição do Festival ao Largo, organizado pela OPART, incluiu o Recital e Tal! Neste, Diogo Dória, Rita Blanco e Miguel Guilherme deram voz a alguns textos humorísticos de autores nacionais, que constam da Antologia do Humor Português, organizada por Nuno Artur Silva e Inês Fonseca, que também seleccionaram os textos aqui apresentados.
Foi uma experiência bastante interessante ouvir alguns dos textos, que ganham outro dinamismo e potencial humorístico quando representados. Espera-se uma nova edição.

17.7.09

Site de Maitê Proença

Não tenho por hábito falar aqui de outros sites. Apenas me restrinjo a fazer menções e colocar links para artigos ou imagens de que gosto particularmente. Hoje é diferente. De link em link deparei com o site de Maitê Proença, actriz brasileira com vasto currículo em cinema e televisão e de há uns anos para cá também dedicada à escrita. E dizem as críticas que muito bem. Um destes dias hei-de lá chegar.

Não sendo fã acérrima da senhora, o que me faz salientar o seu site é que apreciei bastante o modo como conjuga tudo o que considero relevante neste tipo de produto de comunicação. Tem uma organização facilmente compreensível, é profusamente ilustrado e revela um extremo cuidado na selecção de imagens, é aparentemente simples e sóbrio e simultaneamente bastante colorido, com um grafismo apelativo. É um exemplo a seguir por muitos sites que ainda andam, muitos deles institucionais, que não revelam tanto cuidado na sua criação e preparação, o que os torna pouco eficazes.

15.7.09

O espectáculo tem de continuar!

Espaços vazios – vivemos para quê?
Lugares abandonados – acho que sabemos quantos.
Sempre!
Alguém sabe o que procurar?

Outro herói – outro crime inconsciente.
Atrás da cortina, na representação.
Espera!
Será que alguém ainda aguenta mais?
O espectáculo tem de continuar!
Por dentro o meu coração parte-se,
A maquilhagem pode desfazer-se,
Mas o meu sorriso, ainda, permanece!

O que quer que aconteça, deixo à sorte.
Outro coração partido – outro amor falhado.
Sempre!
Alguém sabe para que vivemos?
Creio que estou a aprender
Devo estar mais próximo agora
Em breve dobrarei a esquina.
Lá fora a madrugada desponta,
Mas por dentro no escuro anseio por ser livre!

A minha alma tem as cores das borboletas,
Os antigos contos de encantar, mudam mas não morrem,
Eu consigo voar, meus amigos!

O espectáculo tem de continuar!
Enfrento-o com uma gargalhada!
Sem nunca desistir!
Em frente com o espectáculo!

Pago a conta!
Mato se preciso!
Arranjo a vontade necessária para continuar
Continuar
Com o espectáculo!
O espectáculo tem de continuar!

The Show Must Go On, Queen

14.7.09

Sabedorias

Segue o teu caminho e deixa os outros falar.

Dante

13.7.09

Filosofices

A sociedade, para sobreviver, requer normas e directivas, pois a anarquia provocaria a sua implosão. Não se defende aqui qualquer axiologia específica, apenas a necessidade da sua existência.
A natureza possui as suas próprias leis, em que impera a lei do mais forte. No campeonato animal, a mas a evolução intelectual humana obrigou à criação de ligas distintas. Embora a nossa quididade ainda seja animal, sabemos que somos mais iguais do que os outros animais. Será lidima esta diferença? Talvez não, mas a vaidade e arrogância humana dizem que sim.

12.7.09

depois do dilúvio

Aproveitando uma inesperada folga, visitei a exposição Depois do Dilúvio de Gao Xingjian, patente no Museu de Arte Moderna de Sintra até ao dia 27 de Setembro.
Esta visita revelou-se uma autêntica surpresa. Primeiro, porque a sua obra pictórica, de uma aparente simplicidade técnica, é de uma enorme força evocativa e conceptual. O autor utiliza somente tinta-da-china sobre tela ou papel, explorando todas as potencialidades e intensidade do cinza[1].
Outra surpresa foi descobrir que afinal já tive contacto com a sua obra escrita. Gao Xingjian foi Prémio Nobel em 2000 e em 2003 a Companhia de Teatro de Sintra levou à cena a sua peça A Fuga, baseada nos acontecimentos de Tiananmen. É uma peça de grande intensidade dramática e que acompanha dois estudantes em fuga às autoridades.

-->[1] A temática do preto e branco e os cinzentos que os medeiam, recorda-me sempre um artigo técnico sobre uma máquina de impressão que mencionava que o olhar humano treinado só consegue distinguir 16 tons de cinzento, mas que uma boa máquina consegue produzir 256.

11.7.09

tv você

Há uns meses, dei aqui conta da criação de um novo projecto de teatro amador em Agualva-Cacém, que – há falta de melhor inspiração – apelidei de TAC. Este mês foi tempo de apresentar a sua primeira produção: TV Você.

Esta foi uma nova experiência para mim, pois observei os primeiros ensaios e depois só vi o trabalho final. E o resultado foi surpreendente, especialmente as interpretações do Norberto e da Sara. No entanto, tendo em conta o teor da peça as opções cénicas foram muito interessantes e o resultado final muito positivo.

Parabéns a todos e aguardam-se novos projectos.

10.7.09

Tribunais II

Hoje lá me apresentei novamente em tribunal para testemunhar. Mais uma vez ficámos pelas intenções, pois a desarticulação entre juízes e serviços é de bradar aos céus. Desta feita havia sala, mas não havia juiz pois este foi destacado e não passou o caso a outro.

Gostaria que alguém calculasse o tempo e o dinheiro que se perde nestas andanças que podiam perfeitamente ser evitadas.

9.7.09

Palavras # 170 a 172

pérgula - s. f. 1. Espécie de ramada para roseiras. 2. Galeria ou balcão fora da parede.
Baquelite - de Bakeland, n. pr., s. f., Quím., resina sintética obtida pela condensação de fenóis com aldeído fórmico.
Tremo - s. m. 1. Mesa e espelho que se põem no pano de uma parede entre duas janelas. 2. O pano ou espaço de parede que está entre duas janelas.

8.7.09

Como Ler e Porquê, H. Bloom


Nesta obra, o autor reúne vários ensaios nos quais oferece pistas de leitura e compressão de obras e autores que cosidera relevantes géneros literários (conto, poesia, romance e teatro), além de tecer considerações sobre o acto de leitura. Como o próprio autor afirma, “Não há uma forma única de ler bem”, pois cada leitor tem o seu percurso e a sua forma de ler. Daí que a tónica seja dada ao(s) porquê(s) da leitura. Esta é apresentada como meio de chegar à sabedoria através da ponderação e reflexão sobre a informação captada, num percurso que nos suscitará o prazer da solidão e da transformação pelo contacto com a alteridade.

Bloom salienta que não existe uma ética da leitura, ou seja, não se pode “melhorar o teu vizinho ou o teu bairro através do que lês ou do modo como lês”. E relembra que a ironia é inerente à leitura e que sua eventual dissociação levará a que “esta perderá de uma só vez toda a disciplina e toda a surpresa”.

A leitura é trabalho continuo, sem final, que não seja o da própria vida. Mas esta demanda continua a “ser a única forma de transcendência terrena que podemos alguma vez alcançar”.

7.7.09

arquitectura aúlica II

Nesta tipologia arquitectónica, a construção de capelas privadas assume e incorpora demonstrações de poder e crença.

O elemento central é sem dúvida o altar, cuja dramaticidade é evidenciada pelas dimensões da abside e complementada pela altitude do zimbório.

O conjunto é incrementado pelo lambrim, que sendo o elemento decorativo mais próximo dos subsditos, se afirma como indispensável nas veicula de qualquer mensagem subliminar.

6.7.09

Acordo Ortográfico

Tem havido muita celeuma em torno do Acordo Ortográfico (AO) que me tem passado ao lado, porque ainda não me tinha dedicado em perceber as reais mudanças a serem instauradas.

Como as minhas economias andam para lá de Bagdad ainda não adquiri qualquer manual ou prontuário. Como a internet costuma ser pródiga em informação sucinta sobre os temas, resolvi procurar algum quadro síntese com as alterações introduzidas pelo AO. Foi sem espanto que não encontrei nada em português de Portugal, mas encontrei dois ou três em português do Brasil. Já há muito percebi que a internet é utilizada neste país como uma verdadeira ferramenta de democratização cultural e que é possível encontrar textos muito válidos, muitos deles académicos, sobre os mais variados temas. Foi assim que deparei com um Guia do AO elaborado pela Editora Moderna. Neste guia encontramos: uma cronologia de anteriores acordos, vários quadros síntese com várias observações e o texto completo do acordo, além da advertência de que a consulta do mesmo não dispensa a consulta do dicionário da Academia Brasileira de Letras.

Após a leitura do Guia, considero que a maioria das mudanças são perfeitamente naturais, embora algumas me pareçam estranhas, sobretudo porque vão abolem conhecimentos muito enraizados. Não deixa de ser estranho que o que eram considerados erros de acentuação quando era estudante – e que normalmente implicavam trabalhos de casa acrescidos – agora não o são. Ou seja, eu e muitas pessoas sentimos que nos estão a tirar uma rede de protecção. Mas não é o fim do mundo. Será talvez para os poderes políticos uma derrota pois demonstra que o Brasil detém mais poder nesta área[1]. Mas também é natural que o seja. Não é à toa que tenha sido o Brasil a construir um primeiro Museu da Língua Portuguesa, algo que só agora está a ser desenvolvido pelas autoridades portuguesas. Isso demonstra que o Brasil tem tido um papel activo no estudo e promoção da nossa língua. Talvez devamos aprender com este exemplo e perceber o que temos a ganhar em vez de perdemos tempo em lamuriar sobre o que eventualmente perdemos. Acho que já houve tempo mais que suficiente para isso. Afinal o texto do actual AO é já de 1990 e se em vinte anos não se alterou, não será agora que se fará.


[1] A unificação da ortografia acarretará alterações na forma de escrita em 1,6% do vocabulário usado em Portugal e de 0,5%, no Brasil. No entanto, como Jaime Bulhosa relembra no seu post “Que língua Estranha é esta?”, este número “não tem qualquer expressão na imensidão de palavras que podemos usar”.

4.7.09

2 filmes e algo de algodão, J. L. Pires

já há mais de dez anos, aquando do meu primeiro contacto com este autor, a minha impressão é que a escrita de J. L. Pires se assemelha à de Sam Shepard e apenas lhe faltava uma certa maturidade para as cender a um nível semelhante.
Após a leitura deste Dois filmes… continua a considera que as suas escritas se tocam, nomeadamente na:

-
multiplicidade de registos – literatura, teatro, cinema;
-
predominância de registos mais curtos – conto;
-
a plasticidade e sonoridade da língua;
-
um certo desencantamento que caracteriza os personagens.

Armando pensa então em cor cora corar raro arco ar rã.

3.7.09

Notas para uma Breve História Naútica

A orla marítima portuguesa é fustigada por vários ventos propícios à navegação. No entanto, a expansão marítima deveu-se mais ao desenvolvimento da tecnologia naútica, que permitiu explorar quer ventos contrários, quer ventos fracos, como o galerno. Os desenvolvimento ocorridos passaram pelo redesenhar de velas, alterações nos comprimentos de mastros e enxárcias e nas dimensões e profundidades do côvado.

2.7.09

Antídoto, J. L. Peixoto

Finalmente conclui a leitura deste pequeno livro, que nunca me conseguiu motivar. Não sei se por o timming de leitura não o mais propicio ou pelo tom sombrio e depressivo das suas personagens, apesar de possuir alguns belos momentos de prosa poética.

1.7.09

Vamos dançar

Vamos dançar, calça os teus sapatos vermelhos e danças os blues
Vamos dançar, ao som da música no rádio

Balancemos, enquanto as cores iluminam a nossa face
Balancemos, Balancemos pela multidão para um espaço vazio

Se disseres corre, eu corro contigo
E se disseres esconde-te, escondemo-nos
Porque o meu amor por ti
Quebraria o meu coração em dois
Se caísses
Nos meus braços
Tremendo como uma flor

Vamos dançar, por temer a queda da tua graça
Vamos dançar, por temer que haja apenas esta noite

Balancemos, podes olhar nos meus olhos
Balancemos, sob o luar, este sério luar

Let's Dance, David Bowie