Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

30.11.11

Colateral

Michael Mann, que grassou notoriedade como produtor das séries televisivas A Crónica do Crime e acção em Miami, cuja adaptação cinematográfica viria a realizar em 2006, é o responsável por este filme de acção ritmado e bem conseguido. A premissa é interessante: um taxista nova iorquino torna-se refém de um assassino a soldo que o utiliza, durante uma noite, como motorista entre os seus vários trabalhos. Estes são interpretados por Jamie Foxx e Tom Cruise, num registo interessante e credível, longe dos seus papéis habituais.

Título original: Collateral | Ano: 2004 | Realização: Michael Mann | argumento: Stuart Beattie | Elenco: Tom Cruise, Jamie Foxx and Jada Pinkett Smith

28.11.11

Tron – O Legado

Será ainda possível ver um filme sem rever nele uma história do cinema? Se pensarmos que qualquer obra reflete reminiscências das antecessoras e que este Tron se assume como o portador de um legado, este não é apenas o de um enredo, mas o da história recente do cinema de ficção cientifica, marcado por títulos como Guerra das Estrelas, Blade Runner, Matriz, entre outros. E sem esquecer que estes vão buscar a sua génese dramática aos conflitos clássicos.
Em 1982, o trunfo de Tron, na época em que a informática iniciava a sua jornada, foi transportar-nos para o seu interior e consequentemente familiarizar-nos com conceitos e raciocínios informáticos, actualmente básicos para a maioria de nós. Depois, em 1999, Matrix conquistou uma nova geração, que, por ventura, até desconhecia Tron, e elevou a fasquia narrativa do envolvimento entre tecnologia e humanos. Mas essa fasquia já estava presente na Guerra das Estrelas e em Blade Runner – Perigo Iminente, em que andróide e ciborgs são personagens inolvidáveis.
Entre o Tron original e este Legacy, a aposta visual é no contraste cromático sobre um fundo negro. O fio de ligação é a personagem defendida por Jeff Bridges, que incorpora uma reflexão sobre o digital e o humano, como uma extensão bidirecional.

Título Original: TRON Legacy | Ano: 2010 | Realizador: Joseph Kosinski | Argumentistas: Edward Kitsis e Adam Horowitz | Elenco: Jeff Bridges, Garrett Hedlund and Olivia Wilde

26.11.11

No gomo de uma laranja

Descobri o teu beijo
Doce de ternura
Urgente de desejo

Sobre o meu seio
Espremeste o sumo
Traçando a rota
da sede intemporal

Na pele cruzando-se
O aroma almiscarado do teu corpo
Com a acidez do meu gomo
Em cálido deleite

25.11.11

A performance

Yeong-Deok Seo
A luz fria ilumina o palco: madeira negra envernizada que reproduz o brilho e o azul frio dos holofotes a meia potência. O corpo esquálido guarnecido de transparências sugere a nudez cândida e impoluta. Uma área contemporânea, estranha ao ouvido, invade o vazio do palco desprovido de cenários, imponente na sua massividade técnica: grelhas, andaimes, cabos. O corpo inerte, incongruente no vazio e na cacofonia envolvente. Imutável, afónico, estátua dos mundos modernos.

23.11.11

Palavras #206 a 208

Mezereão
farisaísmo - 1. Doutrina ou seita dos fariseus. 2. dos fariseus. 3. [Figurado] Falsidade; hipocrisia.
caquexia - Enfraquecimento geral das funções vitais.
mezereão - Arbusto timeleáceo.

In A Virgem e o Cigano, D. H. Lawrence

21.11.11

Geocaching

Em ocasiões recentes, tive a oportunidade de acompanhar alguns amigos praticantes de geocaching na sua demanda pelas caixas em questão. devo dizer que é um hobby/desporto bastante motivante, pois, além de nos permitir conhecer recantos desconhecidos da nossa natureza, nos obriga igualmente a desenvolver a nossa capacidade de análise, atenção, aventura e nos obriga ainda a ultrapassar e sair da nossa zona de conforto.

20.11.11

150 km

Pelos meus cálculos aproximados, entre caminhadas, passeios, raids, reconhecimentos e marchas, este ano percorri mais de 150 km, tendo 50 sido percorridos no espaço de uma semana. É um número que não foi pensado nem idealizado, apenas constatado. No entanto, tornou-se o ponto de partida para um dos meus objectivos a realizar no próximo ano, e com direito a levantar a fasquia: 200 km.

KM - Descrição - Data
10 - Reconhecimento - Odrinhas - 14-Mar
10 - Reconhecimento - Odrinhas - 16-Abr
4 - Pêro Pinheiro - 03-Abr
7 - Monserrate - Reconhecimento - 10-Mai
7 - Monserrate - Reconhecimento - 11-Mai
7 - Monserrate - 15-Mai
4 - Queluz - Reconhecimento
4 - Queluz - Reconhecimento
4 - Queluz - 04-Jun
7 - Rota Atlântica - 05-Ago
12 - Elétrico - Reconhecimento - 21-Set
12 - Elétrico - 24-Set
4 - Marcha Ambiental - Reconhecimento - 30-Set
4 - Marcha Ambiental - Reconhecimento - 21-Out
10 - Corrida doTejo - 23-Out
3 - 3ª Idade - Reconhecimento - 26-Out
3 - 3ª Idade - 28-Out
26 - Raid Cabo da Roca - 4 e 5-Out
10 - Enoturismo - Reconhecimento - 07-Nov
10 - Enoturismo - Reconhecimento - 10-Nov
10 - Enoturismo - 13-Nov
4 - Marcha Ambiental - 17-Nov

172 km

 

 

19.11.11

Sobre azulejos

Um destes dias, assisti, na RTP Memória, a um programa de José Hermano Saraiva dedicado à azulejaria nacional. Apesar de ter “apanhado” o programa a meio, retive duas frases, uma pelo seu dramatismo poético e outra pela realidade que denuncia.

“Tudo o que resta são estes tristes cacos dos milagres que não aconteceram.”

“O Azulejo é o material de decoração nobre nos locais onde não há materiais nobres de construção.”

18.11.11

Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll

“Que pode um só
Contra as vozes de tantos todos juntos?”

Estes são alguns do versos iniciais deste livro que relata, em pequenos capítulos, as improváveis aventuras de Alice, uma rapariga a transitar da infância para a juventude. E é este processo de crescimento, em que já não é criança, mas também ainda não lhe é reconhecida a devida maturidade, que lhe suscita não só dúvidas quanto ao seu próprio crescimento identitário:

“… era mesmo eu quando me levantei esta manhã? (…) De manhã quando me levantei sabia quem era, mas depois disso já mudei muitas vezes.”

Como quanto à forma o mundo adulto a vê, por vezes ainda criança, outras quase adulta:

“… ter muitos tamanhos, todos diferentes, só num dia, é uma coisa que confunde muito.”

E este mundo adulto, que deveria ser uma referência coesa, assemelha-se, nada mais, nada menos, e fazendo juz às suas características, do que a uma estranha assembleia de animais, com incoerências, normas e morais incompreensíveis e feitas ao sabor das suas (adultos) necessidades e objectivos, obliviando os mais jovens, que devem estar sob o seu jugo:

“Alice - … se calhar, isto até nem tem moral nenhuma.
Marquesa - Ora essa, Menina! Tudo tem a sua moral, a questão é saber acha-la.”

E isto, sem deixar de lado estranhas dinâmicas familiares, que se refletem pela família de copas, dona e senhora dos destinos do seu próprio reino familiar.

17.11.11

Palavras #203 a 205

 teratologia - (grego teratología, -as, narração ou estudo de monstruosidades) s. f. 1. Parte da História Natural ou da Medicina que trata dos monstros, das formas excepcionais dos seres. 2. [Medicina]  Estudo das malformações.
írrito - adj. 1. Que fica sem efeito ou validade. 2. Que não é confirmado.
suspicaz - adj. 2 g. 1. Desconfiado, que desconfia. 2. Suspeito, que causa suspeita.

In Ensaio sobre a Lucidez, José Saramago

15.11.11

Palavras #200 a 202


arganaz - s. m. 1. Rato silvestre. 2. [Informal]  Homem muito alto e magro.
mirificar - v. tr. 1. Tornar mirífico, admirável. 2. Causar admiração, espanto a.
badanal - s. m. 1. [Informal]  Desordem. 2. Lufa-lufa.

In Alice no País das Maravilhas, L. Carroll

14.11.11

sabedorias

"Se fordes a pé a Fátima levai um colete fluorescente.
De dia ides rezando, à noite ides refletindo"

13.11.11

MatrizNet

O MatrizNet é o catálogo colectivo on-line dos Museus tutelados pelo Ministério da Cultura, através do Instituto dos Museus e da Conservação, permitindo actualmente o acesso a informação seleccionada sobre mais de 40.000 bens culturais móveis, que integram as colecções daqueles Museus.


Consistindo num motor para pesquisa simultânea sobre 34 bases de dados de inventário, o MatrizNet constitui assim um importante instrumento, não apenas de trabalho, para profissionais ligados ao sector patrimonial e museológico e para o público estudantil, mas também de descoberta do património para públicos alargados, que encontram neste catálogo on-line o maior repositório de informação sobre as colecções dos Museus dependentes do IMC. Em funcionamento desde 2002, o MatrizNet tem vindo progressivamente a publicar novos conteúdos relativos às colecções daqueles Museus, nos formatos texto, fotografia, vídeo e som: 2002: 10.000 registos; 2004: 30.000 registos; 2008: 40.000 registos.


Em 2011 inaugura-se um novo ciclo deste catálogo colectivo, expresso, entre outros vectores, nas funcionalidades de pesquisa mais amigáveis, dirigidas em particular para os estudantes e o grande público, e na disponibilização de novos conteúdos com acrescida regularidade. Destacamos igualmente a publicação simultânea dos conteúdos do MatrizNet na Europeana, agregador de referência de conteúdos de museus, bibliotecas e arquivos a nível europeu.


(Resumo do texto de apresentação do projecto, constante no site.)

7.11.11

Viagem ao Centro da Terra

Júlio Verne é considerado o precursor da ficção cientifica, tendo reflectido os avanços científicos da época e as expectativas tecnológicas futuras. Ao fundir a imaginação e a pesquisa das mais recentes descobertas e teorias, concebeu enredos que nos levaram a este e outros mundos, seja por ar, mar ou terra, e mais além: no espaço até à lua ou ao centro da terra. O seu impacto traduz-se pelo facto de ser o autor de ficção mais traduzido e, por ventura, mais prolifero, tendo alimentado a nossa imaginação seja através dos livros, ou posteriormente através da várias adaptações ao cinema e à televisão. Quem de nós não seguiu as aventuras de Willie Fog ou desejou viajar a bordo do Nautilus? Por mim, fico-me pelo Monte Roraima, fonte de inspiração para o Mundo Perdido.
O enredo deste filme de 2008, segue a história original, mas através de um grupo de cientistas vernianos (que tentam comprovar a veracidade ou não das histórias), estratégia narrativa que permite a livre reinterpretação da mesma. É bom filme de domingo à tarde e que dá vontade de pegar num dos clássicos de Júlio Verne.

Título Original: Journey to the Center of the Earth | Ano: 2008 | Realização: Eric Brevig | Argumento: Julio Verne (baseado no romance de) | Elenco: Brendan Fraser, Josh Hutcherson e Anita Briem

4.11.11

#88 @ 101 em 1001 - 100 coisas que me fazem feliz

1. cheiro a terra molhada 2. pés na areia 3. pingos de chuva 4. brisa do mar 5. sol suave na pele 6. pele com pele 7. frutos vermelhos 8. manga madura 9. leite fresco 10. beijo na boca 11. beijo no corpo 12. beijo intimo 13. estrelas cadentes 14. céu azul 15. sexo 16. rir 17. rir 18. rir 19. dormir 20. sonhar 21. teatro 22. adrenalina 23. cinema 24. histórias de amor 25. pipocas salgadas 26. televisão 27. puzzles 28. pintar 29. tactear 30. fotografia 31. instantes únicos 32. desenhar 33. pormenores 34. escrever 35. crescer 36. aprender 37. ser deslumbrada 38. música 39. dançar 40. dançar junto 41. surpreender 42. caminhar 43. nadar 44. pés molhados 45. pés descalços 46. água fresca 47. sombra de árvores 48. cozinhar 49. saborear 50. gelados 51. baba de camelo 52. doce da casa 53. bacalhau com natas 54. guaraná 55. chocolate 56. carícias 57. carinho 58. amor 59. viajar 60. castanhas assadas 61. castanhas cozidas 62. sapatos de camurça 63. iogurte de maçã e kiwi 64. maçã assada 65. maçã reineta 66. banhos longos 67. conversar 68. amarelo torrado 69. torradas e chá quente 70. bourdeaux 71. sangria 72. euforia 73. verde seco 74. arroz de polvo 75. abraços 76. salsa 77. coentros 78. caril 79. especiarias 80. cozido 81. sorrir 82. desejo 83. orgasmos 84. mãos dadas 85. ler 86. evadir 87. bloggar 88. ajudar 89. retribuir 90. descobrir 91. memórias 92. planos futuros 93. acreditar 94. vestir calções 95. não vestir 96. olhar o horizonte 97. trabalhar 98. A. 99. D. 100. A.

3.11.11

Que futuro?

Das conversas com amigos e conhecidos, sobre as situações profissional e pessoal, só me resta uma questão: que futuro nos resta?
Quem está a contrato, sabe que nunca ficará efectivo, pois o empregador é taxativo e transparente ao ponto de afirmar que após a segunda renovação o funcionário – bom ou mau – é convidado a sair.
Quem fez estágio profissional através do IEFP (que visava a futura integração na empresa) foi convidado a sair pois, segundo a entidade patronal, não atingiu os objectivos contratualizados.
Quem está a recibos verdes e – quase inevitavelmente tem dívidas à Segurança Social e/ou às Finanças – vê-se na contingência de ter contas bancárias e outros bens penhorados. E espera ainda por uma alteração na legislação que lhe salvaguarde um valor mínimo de sobrevivência.
Quem procura criar o seu próprio emprego, não pode nunca ter sido empresário (falhado) anteriormente. Há pessoas a quem já não resta sequer esta opção.
Quem necessita de recorrer a subsídios por necessidade, vê-se confrontado com negações, porque em algum momento, muitas vezes por incúria e falta de conhecimento dos próprios serviços “competentes”, falhou nas suas obrigações.
Com a abolição de quase todos os benefícios e protecções aos trabalhadores, caminhamos para uma escravidão disfarçada: basta ver certos anúncios de trabalho. Por isso, e sem querer pessimista, o futuro assusta-me. A incerteza está instaurada e não parece haver luz ao fundo do túnel.

2.11.11

Comportamentos auto-destrutivos

Ao tentar perceber a génese do meu comportamento auto-destrutivo, percebi que desde bebé convivo com um: o alcoolismo do meu pai. Daí que, apesar da aversão ao álcool, a minha normalidade foi conviver e depois desenvolver o meu próprio comportamento: onicofagia e dermatotilexomania. Mas da consciência à erradicação, há um caminho que não sei trilhar, pois só aprendi o caminho da destruição e não o da salvação.

1.11.11

The killer’s job interview

- you either believe i’m who i am and you kill right now and the Job isn’t done;
- or, even if you think i’m just a Messenger, you kill right now, and the Job still isn’t done;
- or, even believing I’m just a messenger, you give the needed data, let leave this room, and then, you’ll have the job done.
It’s as easy as this.
Terry Border