Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

27.2.11

O que também ficou por dizer

O que ainda não percebeste é que as palavras que proferi foram apenas uma experiência, não por senti-las, mas para saber o que se sente dizê-las. Quis saber a magia das palavras ditas.

Foste tolo em querer ouvir o que não disse, nem nas entrelinhas. As promessas de verão, já se sabe, terminam algures em Setembro.

O inverno e o frio requerem certezas e o calor oferece frugalidades como gelados que se derretem no calor dos corpos e se apagam na água das chuvas.

O amor é um tempo e um espaço para visitar. Contigo quis apenas reconhecer a sua entrada, para quando nela quiser entrar.

26.2.11

A maresia e o sargaço dos dias, Luísa Dacosta

A poesia de Luísa Dacosta, residente na vila com talvez o nome mais poético de Portugal (A-Ver-o-Mar), é contaminada pela presença do mar e do seu ofício, reflectindo a sua dureza e o seu efeito demolidor sobretudo na figura feminina.

Entardecer
Já não há perfumes de vida no meu sexo.
Se quisesses conhecer, agora, o meu sabor mais íntimo,
Terias de beber, com os teus lábios,
A água das minhas lágrimas.

25.2.11

Gaveta de Papéis, J. L. Peixoto

… são precisos anos
Para aprender aquilo que apenas acontece com
A distância de anos…

Uma gaveta de papéis reúne no seu interior uma miscelânea de itens que documentam momentos da nossa existência. Entre documentos oficiais, objectos, fotografias, recortes, etc., há apenas um denominador comum: o seu dono. Aquele que alimenta esse espaço de mementos aleatórios, cujo fim é apenas a recordação e não a existência per si.

Quando me cansei de mentir a mim próprio,
Comecei a escrever um livro de poesia.

Foi há duas horas que decidi, mas foi há muito
Mais tempo que comecei a cansar-me. O cansaço
É uma pele gradual como o Outono. …

24.2.11

A morte como parte da vida

Na vida há a morte de quem amamos, de conhecidos que não fazem parte do nosso círculo interior de afectos, de conhecidos importantes para os nossos objectos de afecto, desconhecidos que nos fazem ponderar sobre as circunstâncias da vida e da morte, e desconhecidos para sempre desconhecidos e indiferentes.
A morte de quem amamos, mesmo quando anunciada, é sempre um choque. Impõe-nos a incapacidade de olhar um horizonte. A vida faz-se circunstancialmente da capacidade de cumprir um dia a pós o outro, entre dor e lágrimas, ou até a sua seca.
Mas a vida continua, apesar de tudo. E um dia saímos para beber um café e sabe bem o vento que sopra e derrama nos cabelos na nossa face. E um dia compramos uma roupa nova. E um dia há uma alegria que suplanta a dor diária. E um dia a ausência não é dor, é saudade desmedida, uma recordação docemente sentida. Porque após o horizonte, há sempre um novo sol e uma nova oportunidade de voltar a sentir, sem deixar de sentir o amor ausente.

23.2.11

Corpo Recusado, Luísa Dacosta

Do conjunto de contos que compõem este volume, poucos me aliciaram. A maioria são enredos de amores intensamente não vividos, relatados numa linguagem extensamente lírica. Os meus favoritos são os contos satíricos de costumes, como “infidelidades, pulseiras e agências de viagens”, “suicídio no cabeleireiro” e “notícia do jornal de amanhã.”

22.2.11

Verão Azul

Blue Wall and Two Doves, Jay Maisel
As longas horas de verão têm uma música de fundo azul, enquanto o carro desliza pelo asfalto rumo ao refúgio estival, perdido numa pequena aldeia algures numa paisagem com memórias de um Alentejo profundo.
Azuis são também as paredes que nos recebem e acolhem o calor soalheiro. No interior, a frescura contrasta com o exterior e provoca um arrepio inesperado. A casa simples e mobilada apenas com o essencial dá acesso a um pátio traseiro convidativo a ceias tardias acompanhadas pelo calor mais ameno das noites. De dia, as sombras minguam e apenas dois pombos aproveitam a escassa moldura da janela para descansar da nacícula da tarde.

QUE TEXTO QUER LER NA 2ª QUINZENA DE FEVEREIRO? 5 Fotografias, 5 Textos.
1ª Fotografia 1 (50%)
2ª Fotografia 1 (50%)
3ª Fotografia 0 (0%)
4ª Fotografia 0 (0%)
5ª Fotografia 0 (0%)

Votos apurados: 2

21.2.11

Conselho (a quem o queira)

Um óptimo exercício de escrita criativa é pegar num livro de Língua Portuguesa do 1º Ciclo e fazer exercícios e composições.

20.2.11

Parada no meio da praça enorme, o meu olhar captou a unha de lua a espreitar por trás das torres pinaculadas vermelhas cintiladas pelos seus cristais de gelo.

Através dos guias, sabia que paisagens me esperavam, mas nenhum guia nos prepara para o impacto da imponência, a magia da beleza, o desarmamento da simplicidade e o calor de um olhar.

Rendo-me ao momento em que o meu olhar perpetua na memória os segundos irrepetíveis de arrebatamento.

QUE TEXTO QUER LER NA 2ª QUINZENA DE FEVEREIRO? 5 Fotografias, 5 Textos.
1ª Fotografia 1 (50%)
2ª Fotografia 1 (50%)
3ª Fotografia 0 (0%)
4ª Fotografia 0 (0%)
5ª Fotografia 0 (0%)

Votos apurados: 2
Sondagem fechada

19.2.11

Os meus pecados capitais

Preguiça – o meu mais letal dos pecados

Avareza – o que menos sofro

Orgulho – em pedir ajuda

Inveja – do conhecimento dos outros

Ira – pela minha palavra silenciosa

Gula – por filipinos brancos

Luxúria – inconfessável


Que pecado o domina?
Avareza 1 (16%)
Gula 0 (0%)
Inveja 1 (16%)
Ira 0 (0%)
Luxúria 2 (33%)
Preguiça 3 (50%)
Vaidade 1 (16%)

Votos apurados: 6


18.2.11

Às 10 a porta fecha, Alice Vieira

A única regra da casa que serve de cenário a esta novela é que os seus ocupantes têm de estar presentes até às 10, hora de fecho nocturno. A Casa da Chaminé não é uma qualquer casa de família, mas abriga uma família de afectos. Alberga vários personagens cujas vidas reais e imaginárias se cruzam Um microcosmos de sonhos, devaneios, ilusões e lucidez que não têm compreensão e aceitação em parte alguma, senão na Casa da Chaminé.

17.2.11

3300 novos empregos em Sintra

Creio que a grande maioria dos munícipes sintrenses aguarda com expectativa a inauguração do Sintra Fórum, prevista para Abril próximo, dada a magnitude do projecto. Concordemos ou não com ele e com o modo como vai afectar o comércio da zona, não podemos descurar que o projecto vai permitir empregar cerca de 3300 pessoas. É, com certeza, uma boa notícia.

16.2.11

Será desta?

Dizem os provérbios fáceis que cada país tem os políticos que merece. Tendo a concordar: temos, (re)elegemos e deixamos eleger.

Contentamo-nos com muito pouco e raramente nos preocupamos em conferir se aqueles que elegemos merecem o voto de confiança neles depositado. Resultado: reeleições até ao limite legal, quando os há, apesar de em muitos casos haver manifestas provas de má gestão e abuso de posição de poder. É claro que devemos todos usufruir da presunção de inocência, mas entre a presunção e as evidências há uma grande distância.

Este texto tem como mote a eminência de Sílvio Berlusconi ser levado a julgamento. O seu nome sempre foi associado a escândalos sexuais e a notícias de abuso de poder e tráfico de influências. Contudo, foi sempre (re)eleito. Ou seja, o que o povo gosta mesmo é de lavagem de roupa suja, porque no momento decisivos, quem é que elege? Os suspeitos do costume.

É claro que podemos sempre afirmar que os pecados privados não impedem que se seja um bom gestor público. Mas a sério? Será que um pais quer mesmo ser mais conhecido pelos escândalos dos seus dirigente dos que pela sua gestão eficaz?

Infelizmente, esta realidade é generalizada a muitos países (talvez a todos, afinal o mundo é muito vasto). Mas cabe a nós – cidadãos (eleitores) – combater determinadas situações. Mas o que fazemos? Abstemo-nos. Não reivindicamos a clareza e transparência dos nossos políticos, apesar de gostarmos de os chamar corruptos. Ao continuarmos a promover e permitir a sua eleição, estamos a merecer os políticos que temos.

Não sei ao certo como combater esta situação, mas sei também que o voto é um meio para o realizar, dai que, sempre que me seja possível, o utiliza da forma que me parece mais justa.

Às vezes, arrependo-me das escolhas feitas, mas quem não se arrepende?

14.2.11

"Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça

nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço

Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar

nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar"

- Maria Teresa Horta -

@ Warermeloncolia

12.2.11

queria aprender que...

Milagre é o ponto vivo do viver. Quando eu penso, estrago tudo. É por isso que evito pensar: só vou mesmo é indo. E sem perguntas por que e para quê. Se eu penso, uma coisa não se faz, não aconteço. Uma coisa que na certa é livre de ir enquanto não for aprisionada pelo pensamento.

Clarice Lispector, Um Sopro de Vida (Pulsações)

11.2.11

Sobre as bibliotecas que utilizo

Sou utilizadora de duas redes municipais de bibliotecas: Sintra e Lisboa. Uma porque vivo lá, outra porque estudei lá. Se de Sintra conheço todos os seus pólos, de Lsiboa conheço apenas a Biblioteca Central, situada no Palácio Galveias.
Enquanto utilizadora in loco dos serviços disponíveis, não tenho quaisquer queixas dos funcionários e técnicos que me atendem. Mas infelizmente, em termos de oferta e de rentabilização das tecnologias disponíveis, Sintra ainda deixa muito a desejar.
Em Sintra, a oferta é menor, seja em número de título, sem em periódicos. Claro que as medidas de contenção a que as autarquias estão sujeitas não é indiferente a esta situação. Mas, tendo o estado um papel predominante na promoção e educação cultural dos cidadãos, não se pode menos prezar a oferta disponível. Sobretudo quando se sabe, e se comprova estatisticamente, que em momentos de crise aumenta a procura das bibliotecas públicas.
Um dos factores que me faz preferir a rede de bibliotecas de Lisboa é o facto de o seu catálogo estar disponível on line, o que me permite fazer pesquisas antecipadas, elaborar várias listas bibliográficas que ficam arquivadas no meu log in e, consequentemente, se necessário, posso envia-las por e-mail a quem o desejar.
Em Sintra, a pesquisa do catálogo tem de ser in loco, o que me obriga, apesar da minha proximidade física, a essa deslocação. Mas quando faço essa deslocação sujeito-me a que seja inválida porque posso não encontrar o que desejo e nem sequer consigo consultar os periódicos da minha preferência.
Gostava que os responsáveis municipais, especialmente o seu presidente, que possui efectivo poder de decisão, fosse mais sensível à oferta cultural dos equipamentos sob a sua alçada, com especial relevância para as bibliotecas. Sendo Sintra o segundo maior município do pais e o que possui uma maior população jovem, importa disponibilizar a informação e as ferramentas necessárias ao seu desenvolvimento académico, profissional e, também, à ocupação dos seus momentos de lazer.

10.2.11

Step Up

Nos últimos anos, os musicais têm retomado um novo fôlego, encontrando um novo público, sobretudo jovem, que culmina actualmente com a Gleemania. Step up é um dos filmes que rentabiliza o público criado pelos filmes High School Musical.
Como em muitos filmes do género, há um protagonista marginal que encontra o seu rumo através da dança. Lado a lado com o amor. A história não é inovadora – longe disso (parece um decalque do Flashdance) -, mas possui uma linguagem musical jovem e os momentos de dança são agradáveis, atingindo o seu objectivo como momento de entretenimento.

9.2.11

Bairro Alto

Programa de entrevistas intimistas dirigidas por José Fialho Gouveia, sobretudo, com profissionais do meio artístico.
Recomenda-se: 3ªs, RTP2, após a Anatomia de Grey.

8.2.11

sabedorias

As pessoas são como os livros,
têm exactamente os mesmos inimigos,
isto é, o seu próprio conteúdo.

7.2.11

Vai chamar mãe a outra

A realidade profissional de muitas mulheres contemporâneas implica o adiamento consecutivo da maternidade. Aliado a esse facto, as próprias relações humanos são encaradas sob novas perspectivas, significando que as mulheres se emanciparam, mas também ficaram mais solitárias na construção do projecto família. Afinal, não há bela sem senão.
Esta comédia reflecte esta realidade social e acompanha uma executiva bem sucedida – confrontada com a sua infertilidade – na tentativa de ser mãe, através do serviço de uma barriga de aluguer. É claro que a situação vai dar azo a muitas tropelias e desencontros e – como seria de esperar – acaba tudo em bem.
O filme junta vário s nomes da comédia norte-americana, sendo as cabeças de cartaz Tina Fey e Amy Poehler. O enredo é um bom veículo para as capacidades cómicas das duas actrizes e transporta para o grande ecrã a química já testada entre ambas no mítico Saturday Night Live.

5.2.11

Hábitos de escrita e leitura

Para cimentar os meus hábitos da escrita, e observando alguns conselhos, decidi estipular um volume de escrita diário obrigatório: 1000 caracteres (seja para o blogue seja para outras escritas).
Mas para escrever, necessito de ler e receber outras ideias, conceitos, nuances, sentimentos, etc. vai dai, estipulei igualmente ler, pelo menos, entre 30 a 50 páginas escritas, ocasionalmente substituídas por duas horas de legendas fílmicas*.

* Bem, na verdade, ainda não sei muito bem como se contabilizará esta coisa das legendas.

4.2.11

A Sétima Porta, Richard Zimler

Procuramos os nossos desejos em tudo o que fazemos, e contudo leva tanto tempo a compreender o que queremos realmente. O significado é como um eco adiado, e só começamos a ouvi-lo muitos anos depois de fazermos as nossas perguntas. (p. 366)

Sophie Ridiesel é uma jovem alemã surpreendida pelo invulgar grupo de amigos que o seu enigmático vizinho Isaac Zarco lhe apresenta. A amizade que se tece entre esta jovem e o insólito grupo talvez não fosse de estranhar, se Sophie não habitasse na Berlim da década de trinta e se este grupo não fosse composto por judeus, artistas de circo, portadores de algum tipo de deficiência ou apenas diferentes, entre outros.

A jovem Sophie vai crescer e atingir a maturidade da forma mais dura: em plena ascensão do regime nazi, em que vê desaparecer perante os seus olhos tudo e quase todos os que fazem parte da sua vida. O espírito rebelde e resistente de Sophie vai permitir a sua sobrevivência durante este período hostil, em que encontra o amor e a compreensão não de quem espera, mas dos seus improváveis amigos, a sua família do coração.

É através da vida deste grupo que acompanhamos o escalar de violência imposto pelo regime nazi de Hitler e percebemos ainda mais o horror, o medo, a perseguição, a tortura e o impacto de todos estes sentimentos na vida não só de um país, mas de um continente e de milhões de pessoas, vítimas ou carrascos, ou apenas sobreviventes. Acompanhamos as graduais perseguições, as várias políticas de extermínio, as radicais lutas pela sobrevivência, mesmo que implique a mudança de identidades e traição de todos os valores anteriormente defendidos.

A Sétima Porta é uma lição de história que nos revela as vidas, os amores e as aspirações dos muitos que foram as vítimas nazis. É também uma lição de humanidade e de respeito pela diferença, seja ela qual for, porque somos todos humanos e diferentes somos nós, os que não conseguimos aceitar e compreender os demais.

A escrita de Richard Zimler é sensível, irónica, culta, fluente e comovente e, uma vez mais, conseguiu arrancar-me muitas lágrimas, o que é muito raro. Por isso, a saga da família Zarco, e outras, continuará na minha senda de leituras.

3.2.11

Shrek 3

Há uma razão para que as histórias de encantar acabem com o promissor “e viveram felizes para sempre”. É a que a verdadeira história começa sempre depois, quando a realidade choca com o idealismo das relações. Depois há o quotidiano, a rotina, o desgaste, e outras responsabilidades, muitas indesejadas.
A premissa de Shrek foi desconstruir o idealismo das histórias de encantar. Ao conceber as suas sequelas, o mais natural era confrontar as suas personagens com esse choque de realidade, explorando as características humorísticas dos seus personagens.
Um filme divertido para miúdos e graúdos.

2.2.11

A posse

The Assessment, Jack Vettriano

A casa está estranhamente silenciosa e do corredor vislumbra-se unicamente uma penumbra rubra vinda da sala.
- Que vestimentas são essas?
- As que tu gostas, não é?
- Sim, gosto. Não estava à espera de te ver nesses preparos.
- Claro, preferias ter o jantar pronto, um whisky e calçar os chinelos. Estes preparos preferes nas outras, não é?
- Gosto de me por confortável.
- Eu também. E ficava mais confortável se me agarrasses e me possuísses aqui mesmo.
- Os miúdos?
- Não te preocupes, estão bem. Mas não ponhas os miúdos na conversa. Aliás, não quero as conversas que temos, quero prazer. Conto contigo ou tenho de sair à rua?
- Estás parva, isso são modos de falar?
- Os meus modos são os de alguém farta de ser criada de toda a gente. Hoje, sou eu a ser servida. Ou me serves ou saio àquela porta.
Ele serve-se de um whisky, enquanto o cigarro preso nos dedos continua a queimar.
- Não te percebo. Que aconteceu?
- Não tens de perceber. Tens de me satisfazer, de me possuir. Nesta mesa, no sofá, ou até na cama, mas esta noite quero um homem e tu estás aqui.
- Aqui?
- Sim, aqui.
Pousa o copo no aparador e aproxima-se. Sem despir qualquer peça, desaperta a braguilha. Inclina-se ligeiramente e afasta a estreita tira de lingerie, insinuando-se nas suas coxas.
- Queres-me?
- Sim, aqui e agora.
Sem delongas, penetra-a e num ritmo impiedoso arranca-lhe sons guturais inauditos, acabando por derramar-se na sua humidade satisfeita.

QUE TEXTO QUER LER NA 1ª QUINZENA DE FEVEREIRO? JACK VETTRIANO - 5 QUADROS, 5 TEXTOS.
1º Quadro 1 (33%)
2º Quadro 0 (0%)
3º Quadro 1 (33%)
4º Quadro 0 (0%)
5º Quadro 1 (33%)

Votos apurados: 3


1.2.11

Este pais não é para velhos

Há decisões na vida que sabemos levarem a dois finais distintos: tudo ou nada, a morte trágica ou a vida desejada. Llewelyn Moss tomou essa decisão consciente ao roubar uma mala de dinheiro oriunda de uma transacção de droga que deu para o torto.
Anton Chigurh tem uma ética de vida (ou morte) que se resume ao cara e coroa. Sabe que a vida se resume não à nossa vontade, mas de acordo com algum desconhecido desígnio, que aceitamos ou não.
No final da sua carreira de xerife, Ed Tom vê-se confrontado com um crime brutal, cujo nível de violência não consegue compreender. Uma violência gratuita, arbitrária, inevitável, cujos protagonistas não chegam aos velhos do título.
Os irmãos Coen oferecem-nos três visões sobre a violência, por protagosnistas que nunca se cruzam, mas cujas acções despoletam e afectam os demais. É um filme violento sobre a violência, o seu impacto e o modo como se lida com ela.