Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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31.8.08

Palavras #104 a 106

Cuanhama - s. m. pl., indígenas do Sul de Angola.

Salalé - s. f., formiga branca.

Caxexe - s. m., Ornit., Angola, pássaro conirrostro da África; de -: furtivamente; de relance; devagarinho.

30.8.08

workshop semântico #29

Exercício 1

O mirífico megálito é palco do préstito que assinala o equinócio de verão desde tempos imemoriais.

Exercício 2

O préstito alonga-se por várias centenas de metros. A comanda-lo, um mirífico andor, cujos seguidores veneram silenciosamente. Dirigem-se todos para as ruínas do outrora portentoso megálito, mas que ainda hoje se mostra imponente e domina a paisagem em redor.

29.8.08

regressão


Em noite de insónia, a televisão pode ser uma excelente companhia e, por vezes, brinda-nos com algumas agradáveis surpresas, como este Regressão, no original Abandon. Protagonizado por Katie Homes, que não considero grande actriz, relata-nos uma história de demência e abandono, num argumento, que, sem ser inovador, é escorreito e bem estruturado, e em que Holmes se porta muito bem.

28.8.08

Il y a un poème

Il y a une chanson

Une mélodie qu’enchante mon cœur

Mon cœur que souffle si rapidement

Avec si envie de vie

Qu’il s’oublie qu’il doit vivre

Oh, mon peur cœur

Qu’a tante besoin

De cet enchantement

Mon peur cœur

27.8.08

Abri o livro que deixaste na mesinha do quarto, virei as páginas que marcavas diariamente. Lembro o teu olhar compenetrado a seguir as linhas que agora percorro. Sigo o teu rasto, no seu rasto. Encontro-me assim mais perto de ti.

26.8.08

um

Está a melhorar?
Ou sentes o mesmo?
Será mais fácil para ti agora?
Que tens quem culpar
Dizes

Um amor
Uma vida
Quando é uma necessidade
Na noite
Um amor
Que podemos partilhar
Abandona-te se
Não o cuidares

Desapontei-te?
Ou deixei um sabor amargo na tua boca?
Ages como se nunca tivesses tido amor
Bem é

Demasiado tarde
Esta noite

Para trazer o passado à luz
Somos um, mas não somos o mesmo
Temos de
Nos apoiar
Um

Vieste em busca de perdão?
Vieste para ressuscitar os mortos?
Vieste fazer de Jesus?
Para os leprosos na tua mente

Pedi demasiado?
Mais que muito.
Deste-me nada
Agora é tudo o que tenho
Somos um
Mas não somos o mesmo

Magoamo-nos
E depois repetimos
Dizes
O amor é um templo
O amor é uma lei suprema
Pedes-me para entrar
e depois fazes-me rastejar
E não consigo aguentar
Com o que me dás
Quando apenas me dás dor

Um amor
Um sangue
Uma vida
Fazes o que tens a fazer
Uma vida
Em conjunto
irmãos e irmãs
Uma vida

Mas não a mesma
Temos de nos
Apoiar

One, U2


25.8.08

Sabedorias

Tenha menos medo, tenha mais esperança;

Coma menos, mastigue mais;

lamente-se menos, respire mais;

converse menos, diga mais;

odeie menos, ame mais;

e todas as boas coisas serão suas.

22.8.08

Crivo visual

- acreditas em amor à primeira vista?
-
Não.
-
Então?
-
Então, nada. É-me tecnicamente impossível.
...
- acreditas em amor à primeira vista?
-
não.
-
Então volto mais tarde.
-
Desculpa, tenho de ir. Já estou atrasada.
...
- acreditas em amor à primeira vista?
-
Não.
-
Então?
-
À primeira vista, sinto atracção.

20.8.08

cão com pulgas

Para quem é um mac user, Pedro Aniceto é um nome quase incontornável, pois está anos e anos ligado à marca cá em Portugal. Por motivos profissionais, cheguei mesmo a fazer algumas pequenas entrevistas sobre os lançamentos da Apple, já lá vão uns 7, 8 anos. O tempo passa.

Por isso foi com agrado que cheguei a este cão com pulgas (via dias úteis, esse outro mac fan assumido), o blog deste senhor.

19.8.08

Writer’s block

- a culpa é das canetas.
- ???
- escrevem muito devagar. Não permitem que a mão acompanhe a velocidade de raciocínio.
- E que tal teclares?
- O que queres, ainda ando à procura das letras.

18.8.08

o remorso de Baltazar serapião, valter hugo mãe

esta foi a minha primeira incursão pela escrita valter hugo mãe, de quem apenas tinha tido alguns vislumbres de poemas na antiga LER.

apreciei bastante o retrato verosímil da mentalidade de uma sociedade rural de há vários séculos, mas cuja precisão temporal não é possível aferir, bem como do retrato da condição feminina nessa mesma sociedade. a construção narrativa é plenamente apoiada pelo estilo poético da escrita.

17.8.08

Palavras #101 a 103

Mirífico - do Lat. Mirificu. adj., admirável; maravilhoso; portentoso.

Megálito - do Gr. mégas, grande + líthos, pedra. s. m., pedra ou construção monumental dos tempos pré-históricos.

Préstito - do Lat. Praestitu. s. m., procissão; cortejo; séquito; saimento.

16.8.08

Simples Prazeres

Todos nós temos alguns prazeres muito simples na vida. Prazeres que de tão singelos, são por vezes complicados de perceber pelas outras pessoas. Um desses meus prazeres é comer pãozinho fresco, sem qualquer tipo de acompanhamento. É como se alimentasse, não só o corpo, mas também a alma.

15.8.08

A minha voz é repartida em muitos sussurros que se esgueiram deslizantes entre as vozes alheias. Não chocam, rodeiam. Não param, percebem os seus contornos. Não estagnam, seguem em permanente diáspora.

14.8.08

Folia! Tu és isso

Já tinha assistido várias vezes a diferentes versões de uma peça, lavadas a cena por diferentes companhias. No entanto, foi a primeira vez que assisti à reposição de uma peça e foi uma experiência muito interessante. Primeiro, porque há pormenores que inevitavelmente esquecemos e depois porque há sempre acertos quer de texto, quer de encenação que acabam por produzir uma nova peça. E mais uma vez os Tapafuros demonstram a sua versatilidade no aproveitamento do sempre enigmático espaço da Quinta da Regaleira.

13.8.08

museu do oriente


O Museu do Oriente é um espaço museológico bastante interessante na disposição das suas variadas colecções, muito dispares quer na tipologia dos objectos, quer na origem dos mesmos. No entanto, não apreciei particularmente o facto da cafetaria (na qual não há rede telemóvel) e dos wcs estarem na cave, obrigando a subir e descer rampas e escadas (ou elevadores) para colmatar necessidades mais prementes.

12.8.08

A História

Todas as linhas da minha face

Contam o que sou

Tantas as histórias que percorri

E de como aqui cheguei

Mas estas nada significam

Se não houver quem as ouça

É verdade… fui feita para ti


Subi a cumes de montanha

Nadei o azul do oceano

Ultrapassei limites e quebrei regras

E quebrei-as todas por ti, amor

Porque mesmo quando estava de rastos

Fizeste-me sentir afortunada

E continuas e fui feita para ti

Vês o sorriso nos meus lábios

Esconde todas as palavras

E todos os que me consideram abençoada

Desconhecem a minha confusão

Sim, desconhecem quem realmente sou

E, ao contrário de ti, desconhecem o que passei

E fui feita para ti
The Story, Brandi Carlile

11.8.08

Sabedorias

"All of life's riddles are answered in the movies"

9.8.08

À procura de Sana, Richard Zimler

Como o título sugere, este livro relata a tentativa de compreensão de Sana, uma mulher enigmática que o narrador conhece momentos antes da sua morte. Acontecimento que o instiga a encetar um percurso de descobertas, muitas delas tão inquietantes, quanto inesperadas.
Sendo este o segundo livro que leio do autor, constato que continua a explorar a temática da religião, como um elemento de identificação do indivíduo e não como sua definição. E nesta característica de identificação, mas não definição, faz-me tecer ligações com outros autores que aprecio, nomeadamente José Eduardo Agualusa e Ismael Kadaré.
A ligação com Agualusa vejo-as no modo como o narrador se apropria da figura do escritor para assim fazer o percurso de descoberta, num registo em que a ficção e a realidade se fundem a cada momento, sem se saber ao certo onde é que se separam, ou mesmo se há separação possível. Também como Agualusa, Zimler explora a temática da construção da memória – quer pessoal, quer social – de modo a oferecer um retrato mais fiel do individuo. Assim se explica que o individuo não se confine a rótulos de língua, pátria ou religião. O individuo engloba essas características, mas não as é somente, vai mais além. E é esse espaço e tempo pessoais que é necessário encontrar, sob prejuízo de se encetar guerras em nome desses elementos. Daí que as personagens destes autores sejam sobretudo apátridas, não por vontade própria, mas por uma situação imposta. Desse modo, procuram construir e redescobrir a sua memória de modo a legitimar-se perante os olhos dos outros que apenas sabem ver os rótulos da origem (geográfica).

8.8.08

Even if just for a split of a second, hold your eyes on mine and you’ll see all my unspoken truths, fears and desires.

7.8.08

Workshop semântico #28

Exercício 1

A injunção médica prevê a ingestão de um organoleptico à base de cálamo de trigo.

Exercício 2

O juiz pegou no cálamo para escrever a injunção de despejo daqueles pobres diabos. Era lamentável a situação, mas que mais podia fazer. Lei é lei e justiça, a acontecer, só no reino dos céus.

Estava a ser um dia pesado, como já vão sendo todos os dias sentado a uma a mesa, decidindo sobre a vida dos demais.

Nunca teve qualquer pretensão divina, apenas a ilusão de contribuir para um mundo melhor. Mas hoje já não tem crenças que lhe alentem, só vazios de alma por preencher. Já lhe resta muito pouco, apenas anseia deitar a cabeça sobre a almofada sem ser assalto por fantasmas e demónios.

6.8.08

Tomb Raider, The Cradle of Life


Lara Croft, personagem de video-jogos, foi concebida para aumentar os níveis de testosterona na população masculina. Lara Croft, personagem de cinema, não anda muito longe. Tanto que lhe impigem uns affaires amorosos do passado supostamente marcantes, que se supõem muito calientes, mas que de amorosos tenho as minhas dúvidas. Jolie é actriz adequada, pois parece transpirar sexualidade por todos os poros e apresenta-se em plena forma física. Muito distante da aparência escanzelada com que surge em muitas passadeiras vermelhas.
Bem, quanto ao filme propriamente dito, não aquece, nem arrefece. Apesar de Gerard Butler ser agradável à vista.

Nota: realmente, o que eu gostei do filme.

5.8.08

Porque sim!

Há muito que Diane Keaton se rendeu às comédias românticas, especializando-se no papel de mãe relativamente neurótica, que, paralelamente aos arrufos/encontros amorosos dos filhos, encontra o amor numa fase da vida em que já não o espera.
Desta feita, mãe de três filhas, tentar encontrar o par ideal para a sua benjamim através da Internet. Mas entre encontros e desencontros, tropeça na sua oportunidade de viver um grande amor.
Sem grandes inovações, este feel good movie arranca-nos algumas gargalhadas e relembra-nos a boa disposição de um biquini às bolinhas amarelas.

4.8.08

O Terceiro Homem, Graham Greene


Esta história foi originalmente escrita para o cinema e posteriormente adaptada ao formato literário, daí que seja perceptível uma narração bastante visual e um estilo bastante árido.

O enredo situa-se em Viena de Áustria no pós Segunda Guerra, numa cidade dividida e gerida pelas denominadas 4 Potências (facto que desconhecia). É neste cenário que encontramos uma história de morte, perseguição e intriga, em que nada é o que parece e o valor da amizade é posto em causa pelo vil metal.

3.8.08

Palavras #98 a 100

Cálamo - do Lat. calamu < Gr. kálamos, caniço. s. m., caule de cereais; colmo; Ornit., parte inferior das penas das aves; pena de escrever que se fazia de certa cana delgada; flauta de cana; Bot., planta arácea medicinal.
Organoléptico - do Gr. órganon, órgão + leptikós, próprio para tomar; adj., diz-se das propriedades que possuem os corpos de impressionar os sentidos; diz-se dos medicamentos que se tomam por via bucal.
Injunção - do Lat. Injunctione. s. f., acto ou efeito de injungir; ordem formal; obrigação imposta; imposição.

2.8.08

TOP #5

Nota: A listagem poderá sofrer alterações a qualquer momento.


Livros
1. Abril Despedaçado, Ismaël Kadaré
2. Goa ou o Guardião da Aurora, Richard Zimler
3. Clube dos Anjos/Os Orangotangos de Borges, Luís Fernando Veríssimo
4. O Chão que Ela Pisa, Salman Rushdie
5. Loucos Por Amor, Sam Shepard

Autores
1. José Eduardo Agualusa

2. Luís Fernando Veríssimo
3. Mia Couto

4. Ismaël Kadaré

5. Richard Zimler

Filmes
1. Vertigem Azul
2. E Tudo o Vento Levou
3. Sete Pecados Mortais
4. Monster’s Ball – Depois do Ódio
5. Plattoon / As Bandeiras dos Nossos Pais / Cartas de Iwo Jima

Realizadores
1. David Fincher
2. Tim Burton
3. Pedro Almodovar
4.
Woody Allen
5. Coen Bros.


Séries

1. Roma
2. 7 Palmos de Terra
3. Testemunha Silenciosa
4. Orgulho e Preconceito
5.
Anatomia de Grey

Actores/Actrizes
1. Willem Dafoe / Susan Sarandon
2. Colin Firth / Natalie Portman
3. Ralph Fiennes / Meryl Streep
4. Alan Rickman / Julianne Moore
5. Ewan McGregor /

Música
1. The Hands That Built America, U2
2. I’m Going Slightly Mad, Queen
3. No Meu Quarto, Delfins
4. Daughter, Pearl Jam
5. Wicked Games, Chris Isaak

Grupos
1. Delfins
2. U2
3. Simply Red
4. The Goo Goo Dolls
5.
Red Hot Chilli Peppers

Cantores/Cantoras
1. Marisa Monte
2. Chris Isaak
3. Nana Caymmi
4.
Bruce Springsteen
5. Robbie Williams


Previous Score

Esclarecimento:

Como qualquer selecção pessoal é subjectiva e reflecte não só escolhas antigas mas também actuais, dai que em alguns pontos apresente diferenças em relação à primeira selecção feita em Julho de 2004, por desafio do Q. O desafio era realmente tentar evidenciar 5 obras/artistas do nosso agrado em várias áreas. Se alguns nomes são lugares cativos, outros há que poderiam ser alterados. No entanto, actualmente, esta é a minha selecção. Para melhor compreensão de algumas das escolhas, estas têm um link para antigos posts. As que não tiverem, a seu tempo farei uma breve explicação das mesmas.


1.8.08

O Soalho de Vermeer

AArte da Pintura
O Concerto
ACarta
Nota: Durante décadas, os especialistas consideravam que Vermeer retratava nos seus quadros o seu estúdio de pintura. Afinal, o seu génio recorria apenas a dos mais velhos truques para obter uma correcta perfeição geométrica no seu soalho. Em pelo menos 18 dos seus quadros existem pequenos furos em que assentou um pequeno prego ou pionaise ao qual estava preso um fio, que era coberto com pó de giz, e que ao ser retesado deixava pequenas marcas que permitiam ao pintor a reprodução perfeita do soalho.