Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

8.2.15

A sua llaneza de trato parecia incompatível com qualquer porfia na sua vida. O tom suave, as palavras medidas, a sensatez dos reparos eram, no entanto, resultado da experiencia de vida denotada unicamente pelo encanecimento, que não condizia com uma face isenta de rugas. 

Andrzej Dragan

3.2.15

Biblioteca: novo desafio profissional

Finalmente, fevereiro será o mês da concretização de um novo desafio profissional. Há muito que esperava por este momento e é com inevitável ansiedade que vou iniciar este novo período.
O desafio é trabalhar numa biblioteca. Até ao momento, este tem sido sempre um espaço de lazer e/ou estudo. Um espaço de reflexão do qual nem sempre retiro todas as possibilidades que este poderia oferecer. Agora, será necessário adoptar uma nova postura. e, não sendo formada em ciências da documentação, este período será de muita aprendizagem e o meu contributo será sobretudo a nível da dinamização e não tanto em termos técnicos.
Quais as minhas expectativas? Em termos pessoais, ganhar experiência numa área que conheço apenas teoricamente e testar alguns projectos num novo espaço e, consequentemente, numa nova dinâmica. Preparar-me para, de futuro, aceitar e encetar ainda mais e diferentes desafios. Trabalhar com novas pessoas e evitar erros de relacionamento do passado.
Quais os meus receios? O eventual impacto negativo de trabalhar com livros nos meus hábitos de leitura. Perceber que afinal não é nada disto que eu quero. Ou que não serviu os meus propósitos, sobretudo de melhoria das minhas condições profissionais a nível remuneratório.

De resto? Espero aproveitar ao máximo este período que, no meu coração, anseio seja temporário e me prepare para outros voos. 

1.2.15

Infeliz ideia de quem plantara as soromenhas. Sombra por sombra, outras árvores poderiam ser mais úteis do que esta, despida de qualquer fruto. Depois, era a ele, Toninho, que calhava a prebenda de as por dar. Mas para quê? Para que o senhor padre-cura se sentasse sob a sua frescura, mas sem as maçadas dos furtos e dos pedidos indevidos.
Só que Toninho não andara na escola para isto. Aprendera alguns segredos de polinização, mas o senhor padre não podia nem ouvir falar em abelhas. Aprendera a cuidar das flores, mas isso não que as beatas as trouxessem de casa para enfeitar a capela. Aprendera a transformar os frutos em compotas ou a seca-los ou a liofiliza los, mas não, que assim as beatas não largavam o pomar.

Não. Tudo o que o senhor padre-cura queria era um pouco de sombra fresca para as suas preces e as suas leituras, sem interferência de outras criaturas de deus. Assim, Toninho restava-se ama-seca de plantas estéreis. 
Ana Almeida