Aproveitando uma inesperada folga, visitei a exposição Depois do Dilúvio de Gao Xingjian, patente no Museu de Arte Moderna de Sintra até ao dia 27 de Setembro.
Esta visita revelou-se uma autêntica surpresa. Primeiro, porque a sua obra pictórica, de uma aparente simplicidade técnica, é de uma enorme força evocativa e conceptual. O autor utiliza somente tinta-da-china sobre tela ou papel, explorando todas as potencialidades e intensidade do cinza[1].
Outra surpresa foi descobrir que afinal já tive contacto com a sua obra escrita. Gao Xingjian foi Prémio Nobel em 2000 e em 2003 a Companhia de Teatro de Sintra levou à cena a sua peça A Fuga, baseada nos acontecimentos de Tiananmen. É uma peça de grande intensidade dramática e que acompanha dois estudantes em fuga às autoridades.
-->[1] A temática do preto e branco e os cinzentos que os medeiam, recorda-me sempre um artigo técnico sobre uma máquina de impressão que mencionava que o olhar humano treinado só consegue distinguir 16 tons de cinzento, mas que uma boa máquina consegue produzir 256.
Gao Xingjian, para além de ser um grande pintor é um excelente escritor, por coincidencia li à pouco tempo um grande livro dele, "A Montanha da Alma", recomendo vivamente.
ResponderEliminarBeijo grande.