Decidi fazer
a passagem de ano voluntariamente só. Necessitava desse momento, não pela
solidão, mas por falta de disposição em aderir a uma comemoração excessivamente
exacerbada. Mas também não queria deixar de assinalar o meu voto e a minha
esperança no melhor.
Enchi o
primeiro balão e não me pareceu suficiente. Lembrei-me que tinha impresso
algumas mensagens de www.thingsweforget.blogspot.com
e pareceu-me apropriado inserir uma em cada balão. Foram 10 mensagens.
Da varanda,
fui lançando um a um e observei como vagarosamente foram desenhando volutas
pelo ar. Uns perdi de vista, outros foram descendo a rua fugindo aos carros. Um
caiu nas mãos de um rapaz que levantou a cabeça tentando procurar a origem de
tal inesperada dádiva dos céus. Escondi-me e ele seguiu rua acima de balão na
mão.
Outros não
perceberam a subtil magia de um balão e rebentaram-nos estrondosamente. De manhã
vários jaziam em pedaços defronte do prédio.
Valeu a
pena. Foi um momento que, na ausência de imagens, terão de acreditar foi de uma
beleza talvez americana. Trouxe-me serenidade, entusiamo e sorrisos.
É um momento
que não se repete. Mas hei-de repetir a acção. Sempre e quando for necessário
acreditar que alguém aceitará um simples balão colorido como um voto de bom
augurio no futuro.
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