Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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24.8.11

Sobre as cores que temos

Algures no 5º ou 6º anos, fui severamente repreendida por utilizar a palavras preto em frente a uma colega negra. A partir daí, sempre que me refiro à raça negra, utilizo a expressão “de cor” e não consigo evitar ficar insegura quando tenho de referir a cor de pele em frente a alguém negro.

Há dias, recebi nova reprimenda, mas ao contrário, o que me deixou atrapalhada. A verdade é que nunca soube qual seria a forma adequada para o fazer, se é que havia uma. E como os meus convívios são na sua grande maioria com pessoas brancas, esta insegurança nunca se tinha resolvido.

O que é curioso, é que ambas as reprimendas vieram da parte de brancos. No entanto, na sequência desta última reprimenda, tive o retorno de duas pessoas negras que me disseram preferir os termos preto ou negro. Isso tranquilizou-me, porque foi um testemunho directo.

Dado o meu historial nesta matéria, não me sinto confortável a dizer preto, até porque, como diz o meu sobrinho no seu pragmatismo infantil: mas é castanho, sinto-me mais à vontade para dizer negro.

No entanto, como muitas outras situações, faz-me sempre pensar sobre que cor é esta que nós brancos temos, até porque branco é ausência de cor. E se a cor é um dos mais fortes elementos identitários, e na verdade não temos melanina que nos dê cor, quem podemos dizer que somos?

2 comentários:

  1. eu tenho um primo preto... e quando confrontado por essa mesma duvida ele sempre me disse que era preto... por isso optei por lhe chamar pelo nome visto que eu sou pedro e não branco :)

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