Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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19.8.11

Plano Poupança Reforma

Como deitei pela janela todas as redes de segurança, ultimamente dei por mim a delinear o único PPR plausível nos tempos incertos que decorrem.

Tenho um ordenado, é certo, que não me dá grandes margens de manobra. A bancarrota levou-me a casa, contas bancárias e a perspectiva de voltar a ter um nome limpo na praça. Não tenho família, nem filhos que me valham quando a velhice me conquistar. Então, que fazer?

Primeiro, começar com alguns pequenos delitos: talvez uns furtos, não muito dissimulados. Um crescendo de queixas, algumas acusações formais, mais uns contactos inapropriados, tudo em gradação. Quando me faltar o posto de trabalho e a reforma não vier, algo mais grave, quem sabe uma fraude cabeluda. Se for arraia miúda ou testa de ferro não me livro de uma visita à cadeia. Que mais poderei querer então? Cama, mesa e roupa lavada! Em acréscimo, haverá também todo um novo género de amizades – que não se deve negar à partida. Só tenho mesmo de me precaver que quando for, seja de vez.

Elisabeth Molin

3 comentários:

  1. Aí está uma visão optimista!
    Bom fim-de-semana :-)

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  2. nossa, as cadeias aí da europa devem ser muito boas. se for do jeito que você está falando eu te dou todo apoio, mas só se tiver roupa lavada, viu?

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  3. Mãe da Rita,
    ;)

    Cherry,
    Na verdade, não posso realmente falar da qualidade das prisões nacionais, mas pelas imagens televisivas parecem ser mais higiénicas do que as brasileiras, que – também pelo que me chega pela televisão – são super superlotadas.
    Cherry, valeu por me lembrar das diferenças do nosso mundo.
    Abraço,

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