Nós não escolhemos o género de pessoas que vamos sendo, mas escolhemos a forma como nos descrevemos. O meu controlo é única e exclusivamente sobre as minhas decisões e, embora possa antever alguma consequências, não controla-las, nem o modo como estas são percepcionadas e/ou transmitidas a terceiros. Ou seja, por exemplo profissionalmente, apenas está sob meu controlo a realização de determinada tarefa à minha responsabilidade, mas, apesar e eventuais critérios de avaliação, não posso controlar o modo como esta é feita e eventualmente transmitida a outros superiores hierárquicos.
Aprendemos pelo exemplo, mas os exemplos a que tivemos acesso (familiares ou não) não são amplamente conhecidos. Mas eu sou consequência desses exemplos, porque apreendi os exemplos de outrém, através de contágio informal, puramente receptivo. “cada uma das nossas capacidades e talentos, pensamentos, truques e afectos se posicionam na sua própria, e muitas vezes paralela e independente, história múltipla”.
Haverá então lugar a dividas de gratidão? A haver, será necessário um trabalho tão exaustivo de identificação e enumeração, que se tornaria inútil, pois anularia o verdadeiro contributo recebido (directo ou indirecto). O género de pessoa que somos define-se então pela forma como reconhecemos a existência da influência e o seu impacto e não pela sua verbalização.
(Acceptance
Speech)
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