As luzes do Porto juntaram-se assim às luzes de Lisboa, de Paris e de Londres. São luzes especiais. Luzes captadas pelos meus olhos nesses momentos indefinidos em que o dia encontra a noite e a sua escuridão é pontilhada pelas mil e uma luzes de uma cidade. São momentos mágicos, belos e eternos.
As luzes de Lisboa vieram ao meu encontro ao sobrevoa-la. Lisboa é das mais bonitas cidades para se sobrevoar e aterrar. De dia, pela sua proximidade ao mar em que os azuis cerúleo e marítimo se fundem recebendo placidamente o rio com um toque de vermelho sobre o mesmo. De noite, pelo vislumbre da irregular superfície da cidade, como dizia o poeta, a ponto luz bordada. O regresso a Lisboa de noite é um regresso de beleza e de calma.
Subir a torre Eiffel ao final da tarde e ver o enorme e indefinido cinzento da cidade dar lugar a milhares de centelhas cujo número cresce diante dos nossos olhos quase até ao horizonte é um espectáculo natural. Adivinhar os locais pelos contornos de luz, refazer os passos do dia pelas pegadas de luz é compreender a magia da cidade-luz.
Londres é baça. Não é exactamente cinzenta, mas é quase impossível vê-la sem um filtro que esfume quase todos os contornos, fundindo o tempo, os edifícios, o rio. Ver a cidade a ganhar contornos definidos a partir do London Eye é fixar pontos concretos de observação, é fixar limites, é definir os contornos que anteriormente não estavam lá.
Agora, juntei à minha colecção as luzes do Porto e da sempre esquecida Gaia. A profusão de luzes que se dilui na grandeza da Foz para marcar a sua presença no farol.
Mais uma malha de luzes tecida na minha memória.
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