- achas mesmo que somos responsáveis por aqueles que cativamos, mesmo quando não temos qualquer intenção de o fazer? - dizer desinteressadamente é querer fugir às responsabilidades, porque no fundo todos gostamos de cativar os outros.
- sim, também é verdade, mas neste momento não quero assumir essa responsabilidade. Definitivamente, não agora. Por isso me mantenho em silêncio, quanto menos falar, menos cativo, certo?
- errado, é exactamente o contrário.
- como?
- quando calas, quando omites, o outro preenche os espaços em branco com projecções das suas expectativas. Claro que se cativa, não por ti, é verdade, mas por aquilo que se espera que sejas.
- não tinha pensado nessa perspectiva. Ou seja, a minha estratégia não é a mais correcta, mas no fundo também não tenho a culpa que o outro projecte em mim as suas expectativas.
- só temos culpa das expectativas alheias quando realmente são induzidas por nós, muitas vezes até as desconhecemos. No fundo a nossa maior responsabilidade é sempre sermos sinceros e directos nas nossa intenções e explicitar o que queremos, o que não queremos, e, claro, o que nem sabemos se queremos ou não.
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