Há já vários meses que este livro esperava na prateleira por uma leitura num momento mais oportuno. Esse momento chegou com o visionamento recente do filme. Um dos motivos para a leitura foi perceber as naturais diferenças entre os dois formatos. Para meu espanto, a adaptação cinematográfica é bastante fiel, contribuindo para a história original com o seu componente visual, oferendo pormenores enriquecedores. Outra diferença é que o filme, como é hábito, dá maior relevância à história de amor, enquanto o livro explora sobretudo as questões existenciais inerentes ao processo no qual o protagonista se vê envolvido.
Como a leitura de um livro nunca é isolada, as palavras de um mergem-se sempre nas de outras leituras passadas, esta Juventude remeteu-me para Conrad e o seu Coração nas Trevas. Talvez pela exploração dos meandros da mente humana face a situações limite, mas também pelo modo como (não) explora as personagens femininas. Estas são elementos impactantes, mas não lhes conhecemos a profundidade de uma história, de um passado, de um sentimento, o que lhes confere um atrativo mistério.
É interessante, embora não densa, a abordagem de conceitos como o homem pós-histórico, a educação versus conhecimento, a emoção, juventude e velhice, espiritualidade e religião, experiência e oportunidades.
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