Restavam ainda
muitos quilómetros a percorrer com o corpo atirado em várias direcções pelo
andar desengonçado da velha carriola.
A cada paragem sentia o corpo mais pesado do que se lembrava quando fazia o mesmo
percurso a pé, embora a rapidez não fosse a mesma. Um pequeno sacrifício necessário
para chegar a tempo de observar Sarah consagra-se a Adonai.
Não partilhava
a sua devoção, mas amava-a o suficiente para respeitar a sua vocação. Ela fizera-lhe
chegar o pedido a solicitar a sua presença em dia tão emotivo. Queria-o como
testemunha do seu grande amor. Ele fora tão somente o seu pequeno amor de
juventude. Agora adultos, outro amor falou mais alto.
Não sabia se
a podia ofertar, não queria quebrar regras ou deixa-la mal. Mas o seu coração
insistiu em que apenas faria sentido retornar-lhe o lenço que um dia Sarah lhe
presenteara. De modo que segurava o melhor possível a matula onde guardava o lenço em que Sarah singelamente bordara “meu
amor.”
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