Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
Mais informações: www.cm-sintra.pt

31.5.13

#81 @ 102 em 1002 – 2 em 1

Esta foi a minha primeira visita a este monumento e também a uma exposição de Joana Vasconcelos. Adorei, mas saliento apenas alguns pontos:
  • a integração das peças no ambiente existente, sem qualquer desrespeito e possibilitando à mesma a visita à exposição permanente do Palácio Nacional da Ajuda (PNA);
  • a popularidade da exposição (no espaço de uma hora chegaram pelo menos 4 autocarros com turistas, seniores e crianças);
  • o conceito criativo da autora que (des)sacraliza objecto do seu quotidiano retirando-os do seu contexto de utilização;
  • a beleza do PNA e do seu espólio.

30.5.13

Natureza Morta, Paulo José Miranda

José Paulo Miranda (PJM) ficou conhecido sobretudo por ter sido o primeiro vencedor do Prémio Saramago, que premeia bienalmente um autor de língua portuguesa com menos de 35 anos, com este Natureza Morta (NM). No entanto, nunca granjeou o mesmo reconhecimento que os seus sucessores. Porquê? Talvez o mesmo explique na entrevista de 2009 ao Diário de Notícias.
NM transporta-nos para o universo criativo do compositor português João Domingos Bomtempo, explorando o seu trajecto pessoal, viagens e relações, e dando-nos o retrato de um homem solitário dedicado exclusivamente ao seu dom e ofício, mas ciente e crítico da sociedade em mutação que o rodeia.
É um livro interessante e que me deixa curiosa para chegar a dois outros romances do autor: Um prego no Coração e O Vicio, de que este NM completa o tríptico, dedicados a Cesário Verde e Antero de Quental, e nos quais PJM explora a relação do autor com as suas obras e as interrogações que as mesmas lhes suscitam.

29.5.13


Palavras # 438 a 440

ascite - s. f. Hidropisia abdominal.
mazania - (mazane + -ia) s. f. Corporação administrativa de um pagode ou templo hindu. = MAZANARIA
bridão - s. m. 1. Cavaleiro que cavalga à brida. 2. Freio em que o bocado é articulado no meio.

28.5.13


Palavras #435 a 437

locanda - -  -s. f. 1. Tenda. 2. Tasca. 3. Loja reles.
adem - |à| (latim anas, anatis, pato) s. f. [Ornitologia] Ave palmípede lamelirrostra, da família dos anatídeos. = PATO-REAL
tamarga - s. f. Arbusto de casca adstringente.

27.5.13


Palavras #432 a 434

esquálido - adj. 1. Sujo, imundo. 2. Sórdido. 3. Carrancudo. 4. Pálido e magro. 5. Desalinhado e repugnante.
anexim - |ch| (árabe an-anaxíd, canto) s. m. 1. Dito sentencioso em linguagem popular. 2. Rifão.
verminose - (latim vermis, -is, verme + -nose) s. f. [Medicina] Doença produzida pela abundância de vermes nos intestinos.

 

26.5.13

Palavras #429 a 431

mussaca - (turco musaka) s. f.[Culinária] Prato de origem turca, confeccionado no forno geralmente com berinjela, carne picada e tomate.
tento - s. m. 1. Atenção; cuidado; sentido. 2. Juízo; cautela. 3. Varinha que o pintor segura com a mão esquerda e em que apoia a direita. 4. Peça ou marca para contar pontos no jogo. 5. [Figurado] Cálculo. dar tento: reparar; dar fé.
anódino - adj. 1. Que acalma a dor. = ANTÁLGICO 2. [Figurado] Inofensivo, sem importância. 3. Paliativo. s. m. 4. Medicamento que acalma a dor. = ANTÁLGICO

25.5.13

Exercício: reescrever um texto alheio

– Realmente eu queria muito visitar Corfu…
– Corfu? Mas não tem nada a ver com as nossas reservas.
– Eu sei, já foi há tanto tempo.
– Podemos ver se ainda dá para alterar.
– Dar, dá. Resta saber se também queres ir?
– Não é uma questão de querer. É que entretanto agendei compromissos.
– Esquece, vamos numa outra oportunidade.
– só se fores enquanto eu vou às reuniões. Quando regressares, continuamos o resto da viagem.
– Boa! Combinado!
Partiram, então, em direções opostas.


24.5.13

Exercício: depurar um texto

O que resta chegada a reforma? Parca para o governo da vida, valem os vizinhos, que todas as manhãs se reúnem e pelo meio se ajudam a passar os dias. Entre braços amigos e cúmplices, vencem a velhice também ela assim descamada, como o desbotado banco de jardim cujo brilho ofuscava qualquer  garrafa verde.

Júlio Dolbeth

23.5.13

Mitch Albom

Exercício: inverter sentidos

Num verde outrora garrafa, já descamado, o banco de jardim acolhe os velhos todos os dias a meio da manhã para falar da vida, do governo e da parca reforma.

40 anos de desconto e o que resta? Uma reforma parca para o governo da vida. Para esquecer os problemas, tem os vizinhos para falar. Todas as manhãs se reúnem e no meio de queixas e brincadeiras ajudam-se a passar os dias. Sentam-se um pouco menos velhos e acolhidos entre braços amigos e cúmplices. O jardim com o seu banco assim já descamado ouve as lamúrias que assim não se perdem numa garrafa de verde.
 

22.5.13

AD-EL-AI-DE-SO-FI-AF-AR-IN-HA-BE-RN-AR-DO

Estava desesperada por encontrar um tema sobre o qual escrever. Não conseguia estabelecer qualquer ligação mais motivante. Estive quase a desistir, mas não sou pessoa para tal. Finquei-me ao computador e pesquisei aforismos, citações, argumentos e outras informações. Alguma haveria de dar proveito.
Não sei se ficou um belo texto, mas tornava a escreve-lo. Agora resta esperar pelo retorno dos colegas e fica o exercício terminado.


21.5.13

#75 @ 102 em 1002 – Fundação Saramago

Situada na Rua dos Bacalhoeiros, a Casa dos Bicos é a sede da Fundação Saramago, cujo objectivo é promover o estudo e preservação da obra literária e correspondência de José Saramago – até ao momento o único Prémio Nobel de língua portuguesa.
Já de si, a Casa dos Bicos tem uma história interessante. Foi mandada construir por Brás de Albuquerque, filho do vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque, em 1523, após uma viagem a Itália, e que teve como modelo o Palácio dos Diamantes, em Ferrara. Entre outras utilizações, foi durante algum tempo armazém de bacalhau. Até 2002 albergou a Comissão dos Descobrimentos é desde junho de 2012 a sede da Fundação José Saramago.
O espaço tem 4 pisos, divididos do seguinte modo:
- Piso térreo - futuro Centro de Interpretação das Muralhas da Cidade;
- 1º andar – exposição permanente;
- 2º andar – serviços administrativos;
- 3º andar – livraria;
- 4º andar – biblioteca, eventos e exposições temporárias.

20.5.13

#68 @ 102 em 1002 – Museu do Fado

Juntamente com o filme Fado de Carlos Saura, o Museu do Fado assumiu um papel preponderante na candidatura do fado a património imaterial da humanidade. Ao visita-lo percebesse porquê. Então como é que este espaço respondeu ao desafio de retractar (materializar) uma prática cultural imaterial?
O que chama primeiro a atenção neste espaço não é exactamente o seu objecto de estudo. É o facto de ser um espaço acessível, com rampas e elevador, o que nem sempre se verifica num espaço público, e a sua visita guiada é áudio – o que a torna realmente acessível a todos.
Em termos de exposição, a visita é acompanhada por um aparelho auditivo no qual se inserem conjuntos numéricos assinalados nas paredes e que permite a audição de explicações relativas a momentos, conceitos, intérpretes, músicos e outros intervenientes. Simultaneamente é possível observar exposições temporárias – actualmente a está patente uma reinterpretação da guitarra clássica na exposição Acordem as guitarras -, centro de documentação e um projecto vídeo que regista depoimentos de mais diversos intervenientes do universo fadista.
Visitem (mesmo vistualmente http://roteiro.museudofado.pt/)
Mais informações: www.museudofado.pt

19.5.13

3 dicas para desenvolver um texto apelativo

- criar um título incitador de curiosidade;
- Mostrar emoções pela sua demonstração e não pela sua descrição adjectiva;
- utilizar verbos fortes (de acção) e não verbos copulativos (ser, estar).


18.5.13

Leitura em voz alta

Ao escrever um texto, uma das estratégias de melhoramento passa pela sua leitura em voz alta. Esta pode ser feita pelo próprio, mas deve – se possível – ser realizada por outra pessoa.
Porquê uma leitura em voz alta? Porque esta permite identificar:
- gralhas;
- palavras desadequadas;
- frases estranhas ou mal organizadas;
- transições mal conseguidas;
- lacunas no raciocínio;
- informação recebida.

17.5.13

Posso viver sem o Google Reader?

Sim. Mas não será a mesma coisa.

Segundo o meu perfil, aderi ao Google Reader em 2007. Não sei quantas mensagens tenho assinalada para um eventual retorno, mas a última data de março de 2010, e muitas antes foram apagadas.
Esta ferramenta tem-me acompanhado diariamente nos últimos anos, permitindo-me um mais rápido e eficaz acesso à imensidão de informação que flui pela internet. No próximo dia 1 de junho, esta ferramenta cessará. Para já, obrigou-me a fazer uma limpeza à listagem de sites que pretendo continuar a seguir. Mas ainda não consegui perceber como poderei substitui-la. Aliás, aceitam-se sugestões. Há sugestões a pagar, outras que tenho restrições de acesso e, na verdade, nada me parece tão prático como esta, mas isto deve-se apenas ao hábito certamente.
Por isso, agradece-se caridosamente a quem me sugerir ferramentas de substituição eficazes ao meu quase extinto Google Reader.

16.5.13

Exercício: Flashback e Tempo psicológico

De olhos bem abertos, Marta tentava perceber na escuridão o espaço que a rodeava. Não esta só, sentia o respirar profundo de João e era capaz de imaginar o seu ar de concentração ao tentar imaginar uma solução para aquela situação. Já Raquel agitava os pés irrequietos e era a única capaz de falar sem medo de ser ouvida.
-- Estou com medo! – quase gritou.
-- Medo de quê? Nem sequer sabemos o que nos espera. – arriscou Marta, num tom calmo, mas sentido o coração bem apertado.
-- Bem, não é a festa que nos prometeram. – sussurrou João.
João estava longe de ser um rapaz bonito e popular. Ao receber o inesperado convite de Cátia, para uma festa em sua casa, foi incapaz de recusar. Mas como estava com algum receio de ir sozinho, arrastou as suas melhores amigas. Estava tão eufórico com o convite e agora mal conseguia balbuciar o que fosse.
-- Há quanto tempo aqui estamos? Logo nos haviam de tirar o telemóvel!
-- Sim, Raquel, fechavam-nos aqui com os telemóveis. Que belos raptores, hein? Isso só acontece nos filmes para rir. –ironizou Marta.
-- Marta, achas que nos vão fazer mal? – arriscou Raquel.
-- Bem, de certeza que não é para brincar às casinhas que nos fecharam aqui.
-- A culpa é minha. – assumiu João surdamente.
-- A culpa não é de ninguém. Nunca pensamos o pior das pessoas. Quem é que ia imaginar que a nova miúda da escola nos iria raptar? – acalmou-o Marta.
Mas João sabia que se devia a si estarem ali fechados, sem poder pedir ajuda. Era ele que tinha em seu poder um objecto invulgar, talvez mágico. Não sabia explicar como fazia o que fazia, mas agora tinha a certeza do que era capaz de fazer.
Não fora um sonho o que acontecera ao manusear aquele objecto: uma estranha ampulheta cúbica com vários compartimentos por onde a areia se esgueirava, não apenas entre dois compartimentos, mas ora para o compartimento seguinte, ora para o anterior. E embora lhe parecesse inverosímil pronunciar o que era, agora tinha a certeza: era espécie de máquina do tempo.
Alvaro Sanchez Montanez

15.5.13

-- Qual é a indicação?
-- Seguir a rua principal até ao posto dos correios e virar à esquerda na papelaria.
-- OK, só há esta papelaria junto aos correios, mas a única rua à direita?
-- Mas o restaurante fica muito longe da papelaria?
-- Fica a uns 50 metros.
-- Então eu vou espreitar esta rua e tu aquela, a primeira a encontrar o restaurante dá um toque à outra.
Partiram, então, em direcções opostas.



14.5.13

O primeiro retorno

Recebi o primeiro retorno da minha participação no MOOC Writting II: Rethorical composing. O exercício consistia na leitura de 2 a 3 textos de outros participantes e a partir dai elaborar um texto que incluísse não só um breve resumo dos mesmos, como uma análise introspectiva dos conhecimentos e processos de aprendizagem por eles identificados e a minha identificação – ou não – com os mesmos. Após submeter o texto, recebi o meu primeiro retorno sob a forma de constatações (*), sugestões (+) e dúvidas (?), que vou passar a identificar:
* transparece honestidade;
* conceitos válidos para aprofundamento;
* escrita clara e concisa;
* capacidade de relacionar diferentes experiências
+ detalhes sobre a evolução da minha escrita;
+ aprofundamento das ideias, complementando-as com detalhes pessoais;
+ energia e dinamismo;
? o facto de não ter quem reveja os meus textos incomoda-me e como é que isso abala a confiança na minha escrita;
? quais são os objectivos e enquadramentos actuais da minha escrita;
? o facto de escrever em dias línguas influencia o meu modo de escrever? Como;
? qual é o meu sentimento geral sobre a evolução e a minha escrita actual;
? sinto falta dos extraterrestres;
? brothers in writting.
Sintetizando as constatações, sugestões e dúvidas, devo dizer que tinha a completa noção de algumas, com as quais me debati durante a realização do exercício e que acabei por não explorar devido às dimensões do mesmo (800 a 1000 palavras). Talvez necessitasse um trabalho prévio de revisão e edição que acabei por não fazer devidamente pois, como qualquer português que se preze, deixei a escrita do texto para o momento de entrega. No geral, tudo o que me foi a pontado é também sentido por mim e foi bom perceber inclusive que a minha capacidade de auto-avaliação é consciente e realista. Estou motivada para futuros desafios e onde estes me levarão em termos e consciência e confiança sobre a minha capacidade de escrita.
 

13.5.13

Brothers in writing

All through elementary school, all my writing tasks where about either school breaks (summer and Easter), what I got from Christmas and what I wanted to be when I grew old. As my holidays were usually very dull, my favorite task was describing how I wanted to be an archeologist, just like Indiana Jones – my all time hero -, but I really didn’t want to find and dig cemeteries.
It was only in my 5th grade that I found real pleasure in writing. For the first time, my new portuguese teacher defied us: write about a journey you would like to endure. O my journey involved telepathic communication with aliens and a rocket departure from cape Canaveral. It was the first time I was urged to use my imagination and at the end I received a compliment for it.
Unfortunately, school didn’t always inspired me to write, but – as most girls do – I kept some diaries in simple black cover notebooks. Besides thoughts and feelings those diaries kept a record of the movies and books that I read and small notes on how I had perceived them and how they had changed my perspectives on the world and other human beings. By then, archeology was no longer a dream, just Indiana jones. By then, I wanted to be a cultural journalist. I was even a trainee journalist for a couple of year, but things didn’t work out. Then I got a job as a public servant and my writing changed is purpose and its framework.
I didn’t stop writing a diary, but I changed the media: I found blogosphere. And with it new challenges: audience, privacy, feedback, self assessment and many other issues. I’ve been blogging for almost 10 years and my writing, like myself, has evolved. and my desire to evolve even more has brought me to writing II: Rhetorical composing. And although we are only in our second week assignment it already paid off to accept this challenge.
This week I was defied to read some texts written by other fellow participants. But how could I choose from so many – I believe – interesting pieces of writing? some titles caught my attention, because they seemed to convey some of my personal writing experience. So, the choices were: My journey as a writer, by Kiruthika Ramanatham; Why are you writing, Man?, by Avelino nuñez-Delgado; and Communicating through writing.
Kiruthika Ramanatham describes her experience has a writer since she was 10 years old and wrote her first story. Later on, as she became a mother, she reported her motherhood experience in a blog that has evolved through the years. Now, she is dedicated to a novel, which she intends to complete by the end of the year. Reading this piece, I recalled my first writing experiences in school and how my 5th grade teacher awakened in me the pleasure of writing, by stirring my imagination. I also related to this piece due to my blogging experience and how it has changed has I have matured as person and how it reflects my changing interests and learnings.
I also relate to Avelino’s piece because English is not my mother language. Portuguesese is. I learnt English in school and my college degree is both Portuguese and English Modern Language and Literature. Although I don’t write much in English, I read a lot and the assignments are also an English challenge. but I understand how he sees writing as a job tool. Anyone who doesn’t see it also, it’s probably not a good enough professional. Avelino also presents an interesting point: as a teenager. He used Spanish to write about his thoughts and feelings. Nowadays, most of his writings are professional, mainly in English, but not only.
Jo ryker’s Communicating through writing is also related to Avelino’s experience. She also describes how writing is an important tool to her job and how she has improved her writing skills with a former colleague, who reviewed her texts. In my work place, I am the unofficial reviewer. I like doing it, but, unfortunately, no one really reviews my work, they just assume it’s ok. Jo also points that a teenager she used to write poetry and short stories as a way express her thoughts and feelings, without necessarily being known by others.
So, what have I realize from these three pieces as well as from my own experience?
Childhood and teen years are relevant periods in our writing development. Writing Experiences take place, mainly in form of poetry. But writing how we develop ourselves as individuals because it allows us the necessary time to dwell on subject and to structure our thoughts. The way we perceive writing as only a creative way to express ourselves changes as we reach adulthood. We realize that what we write in the context of our jobs is also important and it can change our and other lives. So whether we call it professional, academic, technical writing or something else, it is still writing and we are also writers.

12.5.13

Texto final

Qualquer conversa com a avó Matilde incluía, mais tarde ou mais cedo, uma menção a áfrica, mais propriamente a moçambique. Tinha ido contra vontade com os pais aos 14 anos. Partiram de lisboa na década de sessenta e passada a tortuosa ponte aérea apaixonara-se pela luz e pelo calor humano do pais.
O seu coração permaneceu sempre lá, mesmo quando em 1974 teve de fugir de barco e retornar a Portugal. Ainda não o sabia, mas esse barco trazia um importante passageiro clandestino: a minha mãe, que viajava no seu ventre.
Foram anos duros. Sozinha e mãe solteira de uma menina mestiça, viu todas as portas fecharem-se-lhe. Se alguma se entreabria, era para exigir o que não estava disposta a dar. Nunca percebemos ao certo como conseguiu que se sustentassem. O certo é que o seu semblante envelhecido mostrava sempre uma mulher triste e receosa, de olhar no horizonte e o coração num outro continente, sob um outro sol.
Não teve mais filhos. A minha mãe criou-se, arranjou um emprego público e foi também ela mãe solteira. Ironicamente, fui a primeira a voltar a áfrica. Fiquei profissionalmente em Pemba, no litoral moçambicano, durante um ano. O suficiente para preparar a viagem destas duas mulheres com áfrica no coração e na pele.
A poucos dias do regresso previsto a Portugal, a minha avó anunciou:
- Eu fico em casa.
Nunca tinha visto o sorriso que agora iluminava a sua cara. Reencontrara o seu coração e não queria voltar a perdê-lo.
Sempre que possível, fazemos a ponte aérea até Pembe. A avó Matilde é voluntária num lar de acolhimento e tem mais netos do que a minha mãe lhe poderia dar. É feliz e nós por ela. Também a minha mãe ponderar regressar para sempre. Eu? Ainda não, mas quem sabe um dia, além do coração, encontre o meu futuro em Moçambique.

11.5.13

Exercício

Acordou sobressaltado. A casa parecia deserta. Não ouvia o rádio que a mãe ligava cedo todas as manhãs. O ronronar do bichano não lhe fazia companhia. Nem sequer o corta-relva do Sr. Amílcar o irritava. Só então percebeu… aquela cama não era a sua. Fora jantar a casa da avó Matilde e a conversa desenrolou-se até adormecer no sofá. Fora a primeira vez que lhe acontecia adormecer assim, sem dar conta. E existiria uma segunda vez…?

10.5.13

Am i a writer?

There’s not a day gone by without the question popping up my mind. And along that, many other questions: is writing innate or a life time work in progress? Is it A wish or a true calling? Is a writer someone who writes or someone who makes a living out of writing?
You see? So many questions and I still haven’t found the answers I’m looking for. So let’s analyze them and maybe figure out some answers.

Is writing innate or a life time work in progress?
Communication is innate to al living beings and it can embody all kind of media e codes. Why do we communicate? Poets will say in or de to know we are not alone, scholastics will say in order to understand each other and to improve ourselves and our communities. Why do I communicate? To learn, to share, to feel, to find some kind of sense in the world we live in.
How do we communicate? Us, human beings, start communicating we inside our mother’s wombs, but as soon as we are given birth we start to assimilate that crazy little thing called language. And as we grow old that becomes the most fast and easy way to communicate, either in its spoken or written forms.
So maybe writing is not an innate process, but it was the way I found to better express myself. the most suitable way to match my shyness and need of loneliness. And the one that allows the time to better structure my thoughts, opinions and feelings. And therefore, that’s what I’ve been doing for the past 20 years, since my first journal till this moment that I feel ready to share my writing and myself to the world.

Is it A wish or a true calling?
Have you ever noticed how books and movies always present us successful writers stories? it seems they keeps making believe that literature can truly save your soul or your life (depending on your believes). Where are the unsuccessful writer’s stories? were they all written by unsuccessful writers?
Do you recall when you’re a king and you pretend your Oscar acceptance speech while tooth brushing? Besides winning an Oscar, I’ve always dreamed with my name printed on a book’s cover and signing autographs’ on first pages.
since I’ve grow older, I’ realized writing is no longer a wish (the book printed is), but a true calling, because I can no longer pass without doing it on daily basis (even if it is just a simple sentence). Writing is the way I find myself. the way I fight my ghosts and how I win my dragons.

Is a writer someone who writes or someone who makes a living out of writing?
Some notorious best sellers winning prizes writers only started calling themselves writers when it allowed them to earn enough money to live by. a few years ago, I earned my wage from writing and (far from any glamour movies usually infer) it was a blast. Do I want to do it again? Oh, yes, please! Meanwhile, I’ve never stopped writing and I realized I never will, even if I don’t ever make any money again out of it.

So, am I a writer?
I can proudly say: Yes I am. Do I make money? Not yet. Am I a published author? Not yet. Do I have an audience? Blogger says so, but most important of all, I write for myself. And if I write it, it will come.

9.5.13

Relativismo cultural

O relativismo cultural defende que não é possível julgar (um individuo ou grupo) a partir de um ponto de vista externos aos padrões e valores (morais, práticas e crenças) de uma determinada cultura. Segundo este conceito, diferentes culturas e consequentes sistemas de valores são incompatíveis, sendo impossível classificar qualquer um deles como superior e/ou inferior, pois ambas ou todas tem como objectivo principal preencher as necessidades dos seus integrantes.
Em termos teóricos, este conceito é bastante óbvio e compreensível. Na prática, e vivendo num mundo cada vez mais marcado por migrações de indivíduos, e consequentemente do seu repositório e valores culturais, como podemos observar este relativismo cultural? Se até há relativamente poucas décadas, o usual era um determinado espaço geográfico corresponder a um determinado sistema cultural, onde o lema era (talvez) “em Roma, sê como os romanos”, talvez fosse possível uma prática cultural relativista. Mas actualmente, quando em determinados contextos urbano, por exemplo, num mesmo prédio coabitam indivíduos e inúmeras culturas, podemos relativizar ad extremis? Pragmaticamente, no obstante o respeito pelas culturas de origem, deve prevalecer a cultura de acolhimento, com as suas normas e valores. No enanto, o que cada vez mais se observa é uma guetização e adopção de normas paralelas às vigentes na cultura de acolhimento.

8.5.13

O Tesouro Encalhado (2008)

Este filme é uma óbvia tentativa de reproduzir a química entre Matthew McConaughey e Kate Hudson em Como Perder um Homem em 10 Dias (2003), recorrendo inclusive ao icónico bulshit. Desta feita, o cenário é totalmente descabido: um caçador de tesouros naufragados tenta recuperar a mulher que ama, enquanto procurar escapar com vida numa corrida para encontrar o tesouro do navio espanhol Aurelia.
Filme inconsequente para tardes de domingos chuvosos.

Título original: Fool's Gold * Realização: Andy Tennant * Argumento: John Claflin e Daniel Zelman * Elenco: Matthew McConaughey, Kate Hudson, Donald Sutherland.

7.5.13

Sobre os exercícios: Momento de Viragem

O que será um momento de viragem adequado ao universo infantil e de interesse para os personagens? 
E se um personagem se vir confrontado com a impossibilidade de realizar um dos seus desejos/hobbies?
A solução mais fácil recaiu sobre o personagem Pedro, fisicamente muito activo. O que o impediria de fazer desporto, mesmo que temporariamente? Uma doença? Ou partir da característica dos joelhos esfolados e levar a situação mais além? Uma perna partida seria, além de realista, uma situação de imobilidade que testaria a identidade do personagem e que o poria em conflito com o seu modo de experienciar o mundo que o rodeia.
E uma situação externa, ou seja alheia aos personagens, e que permitiria testa-los e desafiar as suas diferentes formas de se relacionarem com o mundo? E se um dos progenitores ficassem desempregado? Além de ser uma situação com a qual já tivessem tido um eventual contacto com as consequências, através dos colegas e amigos de escolas, como é que lidariam eles com as situações, o desequilíbrio inicial e as novas formas de adaptação e eventual novo padrão de vida?

6.5.13

Todas as raparigas feias se apaixonam por rapazes bonitos, que lhes aliciam a fraqueza sem nunca a concretizar. Elas não amam os rapazes, amam a luminosidade da beleza e a sua atracção. Talvez até queiram acreditar que a beleza é interior, mas amar o interior de alguém pressupõe dedicação e perseverança. Por isso apenas o encontram no abraço aconchegante e reconfortante dos rapazes feios.
Kenne Gregoire

5.5.13

O Nosso Amor de Ontem (1973)

Uma jovem ativista política apaixona-se por um belo desportista como enorme potencial como escritor. A paixão pela escrita vai aproxima-los e apesar das diferentes aspirações politicas e origens sociais, apaixonam-se. Seguimos essa relação desde o seu início até ao momento em que, vários anos depois, as suas diferentes expectativas pessoais e profissionais se tornam irreconciliáveis e ditam o seu afastamento.
O nosso amor de ontem é um relato igualmente romântico (do ponto de vista sentimental) e pragmático (no que concerne às circunstancias desse sentimento) das relações amorosas.
Com a protagonista feita à medida de Barbra Streisand, não é descurado o papel da atracção e da beleza física na relação, mas é igualmente retratado o papel da mulher numa sociedade em mudança e o modo como este pode ser incompatível com as suas aspirações pessoais, sentimentais, profissionais e politicas.
Uma das histórias de amor adultas de Pollack, que nos mostra que o amor não vence tudo.

Título original: The Way We Were * Realização: Sydney Pollack * Argumento: Arthur Laurents * Elenco: Barbra Streisand, Robert Redford, Bradford Dillman

4.5.13

Formação online gratuita

Além do coursera já aqui mencionado, existem outras plataformas online gratuitas que permitem o acesso a curso/formação das mais variadas áreas. São:
-        Veduca.com.br – disponibiliza vídeos com aulas de diversos cursos;
-        Educacy.com – ainda em fase de construção, pretende explorar a aprendizagem ao longo da vida;
-        Miradax.net – plataforma  ibero-americana, com funcionamento semelhante ao Coursera, mas em língua espanhola.