Nada perguntei, porque nada me foi dito, mas como mulher percebo os olhares, sinto as mudanças de dinâmica, ouço os silêncios, e, acima de tudo, sei que se parece, nunca uma mulher fica impávida e serena.
À custa de algumas aprendizagens em primeira mão, sei que nenhuma amizade entre homem e mulher pode ser demasiado próxima. Entre a eventualidade de um dos lados extrapolar a amizade, há o fator cônjuge que analisa ao pormenor cada palavra, hesitação ou olhar e sente mesmo o que não está lá.
Com a idade é certo que isso alterou as minhas amizades masculinas, que, apesar de queridas, não são tão efetuosamente expressas, porque há uma distância entre o que é e o que parece à vista dos outros. Prezo, acima de tudo, os lares das amizades em que sou recebida e onde quero continuar a ser sem constrangimentos e em serenidade.
Foi uma aprendizagem à custa de alguns dissabores e é o tipo de aprendizagem que não se consegue transmitir, porque só se aprende à custa de arranhões.
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