Retomo a casa onde as noites têm a luz dos dias.
Não é a mesma casa de onde parti, nada é o mesmo
quando se regressa. Só o canto dos grilos, a dança
dos canaviais e o mar ao longe permanecem
intactos. Também as constelações, desde o sono
divino as mesmas, abraçam a quietude terrena.
Oferecem-nos vinho, batatas e ovos, pimentos
e tomates, sorrisos, uma certa nostalgia no olhar.
Nunca tinha reparado, onde as portas se abrem
sossegam os anseios. Se ao menos pudéssemos
aprender o proveito de estarmos sempre perto
de quem nos quer bem. Mas que bem nos querem
aqueles cuja ausência é só mais uma lição
de que estamos vivos e, por isso mesmo, quase mortos?
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