Lucretia, by Gabrielle Bakker |
A verdade é que o tempo passa e devemos ser mais sábios, mas isso não implica que consigamos curar ou ultrapassar as nossas dores. Aprendemos a conviver com elas, mas não as pomos necessariamente para trás das costas: são a cicatriz que nenhuma operação elimina.
Desenvolvi estratégias de diversão, aprendi a ser o centro das atenções, surpreendendo com o humor e a conversa aparentemente profunda, mas bem no fundo, apenas quero ser bonita aos olhos dos outros. O que vejo no espelho talvez seja verdade, mas as fotos nunca me fazem justiça e assumo como essa a imagem que os outros têm de mim. E não há artimanhas que o escondam. Seria talvez mais feliz sem sabe o que vêem de mim, pois não consigo acreditar que belas palavras me sejam ditas, inspiradas ou atribuídas. A minha vulnerabilidade é a beleza que não possuo.
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