João Miguel Martins |
31.7.13
Theresa Caputo
Theresa
Caputo (TC) é uma mãe de família, anfitriã de do reality show The Long Island
Médium, onde dá a conhecer o seu dom: a mediunidade, ou seja, a capacidade de
falar com o espírito de quem já faleceu. TC estabelece constato e transmite aos
seus familiares ou amigos mensagens de apaziguamento, permitindo aos vivos uma
sensação de tranquilidade e, quiçá, a
finalização do luto e o início de uma nova fase.
Não sei
se acredito num depois, seja sob que forma, mas a verdade é que me tranquiliza
pensar que quem parte de algum modo está em paz. Não sei se é verdade, mas
quero acreditar que sim. Deste modo, ultimamente tenho visto alguns episódios
deste reality show no TLC, que tem tido o mérito, também pelo seu tom bem disposto
e divertido, de me ajudar no meu processo de luto.
30.7.13
A Vida de Pi (2012)
Já
há algum tempo que este título constava da minha listagem de livros a ler num
futuro próximo, quem sabe numa próxima edição do Clube de Leitura Leituras na
Juventude. Acabei por chegar a esta história através do cinema, numa belíssima
aventura visual dirigida por Ang Lee, um realizador de sensibilidades que uma
vez mais demonstra a sua capacidade de materializar o paradoxo humano. Mas o
filme ainda me suscitou mais vontade de ler o livro homónimo e algumas das suas
reflexões sobre o divino e a capacidade de resistência e sobrevivência humana.
Visualmente,
o filme é belíssimo e embora não tenha visto em 3D, consigo imaginar a mais
valia desta técnica em muitas das cenas e deslumbrante efeito das mesmas.
Quanto à história, que se pode resumir à história de sobrevivência de um jovem
e um tigre naufragados num pequeno bote, não revela as subtilezas da mesma, nem
o seu impacto. Mais do que contar, esta história deve ser apreendida e
interiorizada consoante as experiências e sensibilidades de cada um, o que tem
sido o segredo do sucesso da mesma. Título original: Life of Pi Realização: Ang Lee * Argumento: David Magee, baseado no romance homónimo de Yann Martel * Elenco: Suraj Sharma, Irrfan Khan, Adil Hussain
29.7.13
As 7 Leis Espirituais dos super-heróis, Deepak e Gotham Chopra
Ultimamente,
tenho sentido necessidade de me afastar da leitura ficcional, por sentir que as
suas eventuais reflexões não colmatam as minhas actuais necessidades de novas
aprendizagens e perspectivas. Neste estado de espírito, deparei-me com este As
7 Leis Espirituais dos super-heróis e ao folheá-lo pareceu-me que seria
interessante em duas vertentes: de desenvolvimento pessoal e de análise e
construção de personagens. A sua leitura foi realmente interessante e a
exploração e reflexão sobre estas 7 leis (equilíbrio, transformação, poder,
amor, criatividade, intenção e transcendência) foi um útil suporte para
momentos menos bons a nível pessoal.
28.7.13
Nos
últimos meses o meu mundo sofreu duas perdas irreparáveis: as mortes do meu
irmão mais velho e do meu pai, ambos traídos pelo coração. Não me é fácil falar
sobre o vazio que deixaram, sobre as despedidas impossíveis, sobre como
procuramos refazer as nossas rotinas, os nossos objectivos, enfim, rearrumamos os nossos
sentimentos e acomodamos as suas memórias indeléveis. Esta é um pouco da minha
memória.
27.7.13
A intemporalidade ou Um sentido de fim?
No modo
como a humanidade incorpora e compreende a passagem de tempo, existem três
formas de o compreender: o tempo mítico, histórico e “evo”. O tempo mítico não
tem principio nem fim, ou seja, é sempre presente, como as noções de deus. O
tempo histórico tem um principio e um fim. O tempo evo tem um principio, mas
não tem um fim. Ou seja, é possível identificar um inicio de um conceito e/ou
noção (arte, anjos), mas não é possível perceber quando a mesma terá um final.
26.7.13
O prenúncio do fim
25.7.13
24.7.13
23.7.13
Ainda irei a tempo de ler os clássicos?
O modo
como, devido à influência da internet e do seu manancial de informação e entretenimento,
a nossa atenção facilmente se dispersa, tem alterado os nossos hábitos de
leitura. É notório que nos habituamos a consumir textos mais curtos e saltar
entre eles. Então, a mera visão de um texto mais extenso desperta, no mínimo,
um sinal de apreensão, mas o mais habitual é protelarmos – indefinidamente –
leituras mais extensas.
Se considerarmos que muitos dos clássicos são obras de grande dimensão – vulgo calhamaços – a minha dúvida é: Ainda irei a tempo de ler os clássicos? Ou melhor, terei ainda capacidade de concentração e a perseverança necessárias para encetar tal tarefa?
Tenho dúvidas, mas ainda não desisti.
Se considerarmos que muitos dos clássicos são obras de grande dimensão – vulgo calhamaços – a minha dúvida é: Ainda irei a tempo de ler os clássicos? Ou melhor, terei ainda capacidade de concentração e a perseverança necessárias para encetar tal tarefa?
Tenho dúvidas, mas ainda não desisti.
Baseado
no artigo “Is Google making us stupid?”, por Nicholas Carr, em www.theAtlantic.com, maio de 2013.
22.7.13
O elemento, Ken Robinson
Para quem
eventualmente segue este blogue, não é novidade que me questiono regularmente
sobre se o faço profissionalmente é aquilo que realmente quero e para o qual
tenho capacidade e talento. E como eu, muitas pessoas se questionam ou sentem
divididos entre as suas aspirações e as suas necessidades socioeconómicas.
Há já
bastantes tempo tinha lido uma referência a este livro e tinha ficado com
curiosidade sobre o mesmo e sobre a possibilidade de obter algumas orientações
nesta minha demanda existencial. Como devem
calcular, não obtive respostas, mas deu-me motivos de reflexão e a confirmação de
alguns sentimentos. Mas para quem não leu, o que é isto do elemento?Segundo o autor, o elemento é “o lugar onde as coisas que que adoramos fazer e as coisas em que somos bons se reúnem.” E ao longo de 11 capítulos, temos várias indicações sobre como é que se podem descobrir este elemento individual, que facilmente pode ser motivado, mas que na realidade é constrangido, seja pela educação, seja pelas expectativas sociais a que estamos sujeitos. Para uma identificação do elemento, o autor salienta, entre outras, o papel do mentor, como identificador, facilitar e desafiador, o papel do grupo e dos círculos de influência, como factores de validação, descoberta e desafio.
Outros conceitos que o autor evidência e explana é a existência de vários tipos de inteligência e a necessidade da sua identificação, valorização e aprofundamento, passando pelas competências e talentos naturais.
Esta foi uma leitura muito útil, cujos conceitos e aprendizagens irei explorar e aprofundar mais detalhadamente nos próximos tempos.
21.7.13
Trabalhando.pt
A Universidade de Lisboa lançou no passado dia 11 de Julho, um novo
Portal de Emprego para toda a Universidade, passando a estar integrada na rede
internacional “Trabalhando”, uma rede presente em 11 países ibero-americanos e
que oferece cerca de 200 mil oportunidades mensais de emprego.
20.7.13
OTL paga 0,20€/hora a jovens monitores
Fiquei
chocada com a leitura do despacho 9391/2013, publicado a 18 de julho em Diário
da República, que estipula o pagamento da bolsa horária de jovens monitores do
programa OTL em 0,20€.
Se o IPDJ não tem orçamento assuma este serviço como voluntariado ou não abra, à semelhança do ano anterior, a modalidade de Curta Duração este ano.
0,20€ não cobre qualquer tipo de despesa que um jovem possa ter, seja de deslocação, seja de alimentação. Sinceramente, é fazer pouco do trabalho destes e das suas famílias.
Se o IPDJ não tem orçamento assuma este serviço como voluntariado ou não abra, à semelhança do ano anterior, a modalidade de Curta Duração este ano.
0,20€ não cobre qualquer tipo de despesa que um jovem possa ter, seja de deslocação, seja de alimentação. Sinceramente, é fazer pouco do trabalho destes e das suas famílias.
19.7.13
18.7.13
Os últimos
meses têm sido uma montanha russa de emoções. Tenho tentado ser forte mas há
que admitir que não o sou como gostaria.
Sou frágil e quando caio magoo-me e não consigo levantar-me de imediato. Tenho de esperar que a dor abrande para ensaiar os primeiros passos, muitas vezes atabalhoados, que originam uns quantos encontrões e deixam outras quantas mágoas.
Por vezes tenho de parar por completo, lamber as feridas, aplicar um ou outro curativo, fazer até uma pintura de guerra.
Depois durmo, acordo e sigo com mais alguns pontapés pelo caminho.
Sou frágil e quando caio magoo-me e não consigo levantar-me de imediato. Tenho de esperar que a dor abrande para ensaiar os primeiros passos, muitas vezes atabalhoados, que originam uns quantos encontrões e deixam outras quantas mágoas.
Por vezes tenho de parar por completo, lamber as feridas, aplicar um ou outro curativo, fazer até uma pintura de guerra.
Depois durmo, acordo e sigo com mais alguns pontapés pelo caminho.
17.7.13
16.7.13
Caros
colegas,
Houve vários
acontecimentos nos últimos meses que levaram ao não cumprimento das
responsabilidades que me são devidas enquanto dirigente. Dai há que tirar
algumas ilações, como a de que poderei não ser a pessoa adequada para ocupar o
cargo, quer no que diz respeito às expectativas que todos temos sobre o mesmo e
o papel que este desempenha nos objectivos insitucionais.
Como tal,
considerando os interesses de todos, é meu dever pô-lo à disposição de quem se
considere ou de quem considerem mais apto para tal. No entanto, da minha parte,
mantenho a disponibilidade para ocupar o cargo, se assim o entenderem.
Uma vez
mais, agradeço a colaboração, a disponibilidade e a amizade em todos os momentos.
15.7.13
As 7 principais virtudes dos escritores bem-sucedidos
1. Diligência para uma escrita regular: estabelecer uma rotina diária de escrita. Quem não escreve, não erra, não melhora e não chega, sequer, à mediocridade.
2. Amor ao falhanço: a criatividade é um compromisso constante com a experimentação e implica falhar. Falhar não é o oposto ao sucesso, é o seu acesso.3. Pureza de ilusão: o maior dom de um escritor é o da ilusão. É necessário acreditar nas nossas capacidades e competências, mas também não ter a ilusão de que se é o melhor
4. humildade de deixar o ego à porta: apesar da necessidade de crermos nas nossas capacidades, há que ter a humildade necessária no momento da crítica e do retorno. A escrita é um trabalho constante sempre em progresso, apesar do desconforto inerente.
5. coragem para enfrentar a rejeição constante: a escrita é simultaneamente um acto pessoal e público, uma forma de exibicionismo, que requer força para enfrentar a rejeição constante.
6. paciência para ultrapassar a rejeição: este não é um estilo de vida para quem não tem resistência e capacidade de melhorar à mínima sugestão.
7. autodominio para preserverar: sem o domínio para finalizar os projectos iniciados, não aprenderá nenhuma lição subjacente à conclusão de um trabalho.
Baseado no Artigo “The 7 Cardinal Virtues of Successful Writers”, by Rob D. Young, in LitReactor.
14.7.13
13.7.13
Muda de Vida, Humanos
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Música e Letra: António Variações
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar
Música e Letra: António Variações
12.7.13
De que rimos?
Herman José,
um dos mais conceituados humoristas nacionais, tem como máxima “rir com e não
rir de.” Mas a subjectividade do humor nem sempre permite perceber os limites
desta máxima.
Então, de que nos rimos? Da brejeirice, da deselegância, do non sense, da paródia sofisticada, da incoerência política?
E há limites? Provavelmente cada humorista tem o seu: religião, futebol, politica, catástrofes, relações. Mas o certo é que há temas que têm sempre pano para mangas, como, p.ex., os relacionamentos amorosos.
E quando é que algum tema ou abordagem se tornam inconvenientes? Quando, enquanto espectadores – e talvez criadores, nos tiram da nossa zona de conforto. E não é esse o propósito do humor? Inverter as nossas linhas de pensamento e arrancar-nos da(s) zona(s) de conforto?. Não será o humor sempre de inconveniência?
Então, de que nos rimos? Da brejeirice, da deselegância, do non sense, da paródia sofisticada, da incoerência política?
E há limites? Provavelmente cada humorista tem o seu: religião, futebol, politica, catástrofes, relações. Mas o certo é que há temas que têm sempre pano para mangas, como, p.ex., os relacionamentos amorosos.
E quando é que algum tema ou abordagem se tornam inconvenientes? Quando, enquanto espectadores – e talvez criadores, nos tiram da nossa zona de conforto. E não é esse o propósito do humor? Inverter as nossas linhas de pensamento e arrancar-nos da(s) zona(s) de conforto?. Não será o humor sempre de inconveniência?
Baseado
no artigo “Humor de inconveniência”, de Nuno amado, em Forma de Vida, Abril
2013
11.7.13
O impacto da literatura nas nossas vidas
É impossível
identificar exactamente como é que a literatura influência cada individual e
mais difícil ainda é quantificar qualquer ganho subjacente. Se é notória a
correlação entre um leitor ávido e um escritor proficiente, já não é tão óbvio
se a literatura nos torna bons ou mesmo se a sua leitura é proveitosa para nós.
De uma perspectiva utilitária, a leitura faz-nos bem pois contribui para o desenvolvimento da nossa inteligência e possibilita-nos ensinamentos que não teríamos outra forma de adquirir. Já de uma perspectiva ético-moral, a literatura leva-nos por um caminho que nos torna melhores seres humanos. Comos é que tudo isto se processa?
Ao melhorar as nossas competências linguísticas, aumentam igualmente as nossas capacidades interpretativa, analítica, argumentativa e crítica, que aliadas, por exemplo, ao conhecimento de outras culturas e épocas, nos dá ferramentas para tomar melhores decisões.
É claro que não é possível detectar de forma imediata os efeitos da literatura num individuo. A informação adquirida a cada leitura permanece de modo geral de forma latente e demora tempo a ser processada e totalmente compreendida, o que implica que a mesma só se venha a revelar ou materializar muito tempo depois.
Então qual o maior contributo da literatura para as nossas vidas? Além de quebrar o nosso quotidiano dando-nos matéria e tempo para reflectir, permite-nos compreender que a realidade não tem de ser como é, que esta pode ser diferente e que um novo mundo é possível.
De uma perspectiva utilitária, a leitura faz-nos bem pois contribui para o desenvolvimento da nossa inteligência e possibilita-nos ensinamentos que não teríamos outra forma de adquirir. Já de uma perspectiva ético-moral, a literatura leva-nos por um caminho que nos torna melhores seres humanos. Comos é que tudo isto se processa?
Ao melhorar as nossas competências linguísticas, aumentam igualmente as nossas capacidades interpretativa, analítica, argumentativa e crítica, que aliadas, por exemplo, ao conhecimento de outras culturas e épocas, nos dá ferramentas para tomar melhores decisões.
É claro que não é possível detectar de forma imediata os efeitos da literatura num individuo. A informação adquirida a cada leitura permanece de modo geral de forma latente e demora tempo a ser processada e totalmente compreendida, o que implica que a mesma só se venha a revelar ou materializar muito tempo depois.
Então qual o maior contributo da literatura para as nossas vidas? Além de quebrar o nosso quotidiano dando-nos matéria e tempo para reflectir, permite-nos compreender que a realidade não tem de ser como é, que esta pode ser diferente e que um novo mundo é possível.
Baseado no artigo “Literature matters: Does Reading make you
smarter?”, by Patricia Vieira, in www.aljazeera.com,
16 april 2013
9.7.13
O que esquecemos do que lemos?
Ao criar
este blogue e ao escolher um nome para o baptizar – Poeira Residual - prevaleceu
a ideia de que este é um registo da enorme panóplia de informações com que
constantemente sou confrontada. Dai a frase de apresentação ser: tudo o que
fica em mim são poeiras do universo. O blogue é sobretudo um registo pessoal
das minhas experiências e aprendizagens, ou seja daquilo que eu recebo, e tem
um perfil público pois aquilo que eu aprendo pode ser igualmente útil para
outras pessoas. Ou seja, o residio de informação que permanece, mesmo inconscientemente,
em mim, pode e deve ser partilhado.
A manutenção deste registo está igualmente associada ao facto e à consciência de que a memória é falível e, através deste registo, posso recuperar alguma da informação a que tive acesso. Se na minha adolescência tinha uma memória de elefante para dados factual como nomes, títulos, autores, actores, etc. (excepto datas), com o acréscimo de responsabilidades e tarefas essa capacidade foi diminuindo. A verdade é que a nossa mente tem limitações e a imensidão de informação disponível e acessível obriga a que esta desenvolva processos de selecção, regeneração, eliminação e arrumação de informação. Tal como os arquivos institucionais. Também a nossa memória lida com informação corrente de curta duração de utilidade, intermédia e histórica, que necessitamos sempre.
Uma das formas usais de contacto e de aquisição de informação é através da leitura. Então o que fica do que lemos? A maioria de nós recorda muito pouco do que lê. São necessárias várias leituras para que essa informação se solidifique na nossa memória e normalmente uma segunda leitura de um texto ou livro resulta num confronto constante com o esquecimento do que lemos. O que mais retemos são impressões que misturam pensamentos, emoções e sensações. Ironicamente, recordamos mais as circunstâncias da leitura (o local, os acontecimentos da nossa vida ou o seu objectivo especifico), pois a nossa memória sobre a leitura é um registo de quem somos e do que pensamos quando encontramos um texto.
A memória é caprichosa e injusta. O esquecimento é visto como uma interferência, uma confusão, uma decadência. No entanto, nada mais é que a constatação dos limites biológicos da nossa mente do que uma falha de caracter.
Baseado no artigo "The Curse of Reading and Forgetting", by Ian Crouch, in The New Yorker, May 22, 2013
A manutenção deste registo está igualmente associada ao facto e à consciência de que a memória é falível e, através deste registo, posso recuperar alguma da informação a que tive acesso. Se na minha adolescência tinha uma memória de elefante para dados factual como nomes, títulos, autores, actores, etc. (excepto datas), com o acréscimo de responsabilidades e tarefas essa capacidade foi diminuindo. A verdade é que a nossa mente tem limitações e a imensidão de informação disponível e acessível obriga a que esta desenvolva processos de selecção, regeneração, eliminação e arrumação de informação. Tal como os arquivos institucionais. Também a nossa memória lida com informação corrente de curta duração de utilidade, intermédia e histórica, que necessitamos sempre.
Uma das formas usais de contacto e de aquisição de informação é através da leitura. Então o que fica do que lemos? A maioria de nós recorda muito pouco do que lê. São necessárias várias leituras para que essa informação se solidifique na nossa memória e normalmente uma segunda leitura de um texto ou livro resulta num confronto constante com o esquecimento do que lemos. O que mais retemos são impressões que misturam pensamentos, emoções e sensações. Ironicamente, recordamos mais as circunstâncias da leitura (o local, os acontecimentos da nossa vida ou o seu objectivo especifico), pois a nossa memória sobre a leitura é um registo de quem somos e do que pensamos quando encontramos um texto.
A memória é caprichosa e injusta. O esquecimento é visto como uma interferência, uma confusão, uma decadência. No entanto, nada mais é que a constatação dos limites biológicos da nossa mente do que uma falha de caracter.
Baseado no artigo "The Curse of Reading and Forgetting", by Ian Crouch, in The New Yorker, May 22, 2013
Matthew Hollister |
8.7.13
Última Paragem Massamá, Pedro Vieira
Numa
manhã de semana de trabalho, a circulação de comboios na linha de Sintra é
interrompida pelo suicídio de uma mulher. Além do inconveniente, os utentes
nunca virão a saber a sua história, nem sequer o seu nome – Vanessa -, fazendo
jus ao anonimato urbanos a que as actuais sociedades estão vetadas.
Mas o que levou vanessa a tal decisão, a tal impossibilidade de manter a continuidade da sua existência? Uma história de desencantamento igual a tantas outras com que nos cruzamos diariamente nas carruagens dos transportes públicos, mas que não temos nem o interesse nem a coragem de perscrutar e compreender.
Este é um relato fidedigno de uma sociedade anódina que nos anula enquanto indivíduos.
Mas o que levou vanessa a tal decisão, a tal impossibilidade de manter a continuidade da sua existência? Uma história de desencantamento igual a tantas outras com que nos cruzamos diariamente nas carruagens dos transportes públicos, mas que não temos nem o interesse nem a coragem de perscrutar e compreender.
Este é um relato fidedigno de uma sociedade anódina que nos anula enquanto indivíduos.
7.7.13
A nossa percepção da violência
A nossa
percepção da violência é indissociável da sua origem e proximidade e da
consciência que temos do que é violência. É senso – infelizmente nem sempre –
comum que violência gera violência, mas a pergunta é qual a sua origem
primordial?
Para muitos indivíduos, é a forma de se rebelarem contra dificuldades e carências várias, sejam elas económicas, relacionais, comportamentais ou de insucesso. E se esta é a forma mais fácil de se expressarem, tal deve-se ao facto de ser a única que conhecem, pois acabam apenas por perpetuar modelos de comportamento existentes no seu meio ambiente, sem terem eventualmente consciência do grau ou do facto de serem violentos.
Dai passamos para uma legitimação da violência, pois esta é vista como a única forma de defesa e protecção de um grupo ou individuo, mesmo quando utilizada preventivamente, ou seja, sem ser em resposta a um acto prévio, mas como forma de aviso a outrem. Aliadas a estas situações, é habitual verificar-se a inexistência de supervisão ou de figuras de autoridade capazes da aplicação de medidas disciplinares e/ou punitivas adequadas e que impeçam a perpetuação da violência.
Quebrar o ciclo de violência é um desafio constante e requer estratégias individuais e de grupo que partem sobretudo da consciência individual e colectiva dos seus processos de despoletação e reiteração, para que possam ser interrompidos e cessados.
Para muitos indivíduos, é a forma de se rebelarem contra dificuldades e carências várias, sejam elas económicas, relacionais, comportamentais ou de insucesso. E se esta é a forma mais fácil de se expressarem, tal deve-se ao facto de ser a única que conhecem, pois acabam apenas por perpetuar modelos de comportamento existentes no seu meio ambiente, sem terem eventualmente consciência do grau ou do facto de serem violentos.
Dai passamos para uma legitimação da violência, pois esta é vista como a única forma de defesa e protecção de um grupo ou individuo, mesmo quando utilizada preventivamente, ou seja, sem ser em resposta a um acto prévio, mas como forma de aviso a outrem. Aliadas a estas situações, é habitual verificar-se a inexistência de supervisão ou de figuras de autoridade capazes da aplicação de medidas disciplinares e/ou punitivas adequadas e que impeçam a perpetuação da violência.
Quebrar o ciclo de violência é um desafio constante e requer estratégias individuais e de grupo que partem sobretudo da consciência individual e colectiva dos seus processos de despoletação e reiteração, para que possam ser interrompidos e cessados.
Subscrever:
Mensagens (Atom)