Há já semanas que Georg não se entregava àquele sopor. Sempre impelido a colocar a maior distância possível entre si e a sua aldeia natal, o descanso era um luxo a que não se podia permitir. Mas a mais de 20 dias de caminhos percorridos pela noite dentro encontrou uma pequena cabana na margem de um rio, cujo nome desconhecia, e que servia de arrecadação de material de pesca e não era utilizada há já semana e só o seria quando a primavera trouxesse o salmão rio acima. Sem necessidade de dormir sobre a escarcha de qualquer árvore ou gruta, sentiu-se redivivo quando os pequenos raios se infiltraram pelas frestas da cabana e iluminaram as suas pálpebras sem o toque da perseguição.
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