As famílias são lugares estranhos para se crescer e aprender a viver o mundo. À partida, tomamos como certos os ensinamentos que recebemos no seu seio. Cremos errados quase todos os outros. Tomamos como nossas as dores dos nossos e não pensamos sequer que erros poderão estar a ser praticados.
Na minha infância, não compreendia muitas das decisões dos adultos, embora os meus pais procurassem explicar o porquê da maioria das suas decisões. Como criança e adolescente compreendia, mas nem sempre percebi a total dimensão dessas explicações. Há perceções que só a idade e a experiência permitem.
Na minha adolescência fui tia. apaixonei-me pela primeira vez na vida e dei todo o meu amor incondicionalmente. A partir da minha experiência, prometi que seria sempre uma tia presente para os meus sobrinhos, ao contrário do que os meus tios de sangue foram. Mas falhei redondamente esta promessa. Não sou a tia que prometi ser, não pelas crianças, mas pelos adultos, sendo eu um deles.
Falha-me não o amor, não o carinho. Falha-me a capacidade de lidar com os seus adultos, estes seres estranhos que compõem as famílias e ditam os seus caminhos.
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