Nesta obra fundem-se as duas acepções que o título pode assumir:
1. português errante – homem oriundo de um país em deambulação pelo mundo;
2. português errante – língua utilizada através de tentativa e erro.
A primeira acepção tem como referência máxima o périplo de Ulisses e o seu desejo sempre adiado de retornar à sua Ítaca natal. A segunda acepção apresenta-nos uma poética do autor do qual se destaca um excerto:
Um livro. Navegação por dentro
Errância que não chega a nenhuma Ítaca.
Um livro se repete. Um livro
Essa pergunta
Incognoscível código do ser.
Metáfora de cornos e pés-de-cabra.
Um livro. Esse buscar
Coisa nenhuma.
Ou só o espaço
O grande interminável espaço em branco
Por onde corre o sangue a escrita a vida.
Um livro.
As duas tornam-se indissociáveis no sujeito poético e formam a sua identidade, na qual ramificam ainda outras referências bíblicas, clássicas e literárias.
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