A RTP comemora 50 anos de actividade e são muitos os balanços e antologias comemorativas que se realizam por estes dias. Mas, mais do que sublinhar a importância nacional do facto, que outros farão claramente melhor e com mais conhecimento de causa, prefiro apenas deixar aqui algumas impressões sobre a sua importância no meu crescimento e aprendizagem do mundo.
Ainda antes do surgimentos das televisões privadas, a RTP, durante um tempo que a memória já não me permite balizar, elegeu as noites de segunda-feira para a exibição de várias séries, muitas delas de origem australiana: O Império de Carson, Anzacs – Heróis de Guerra, A Dinastia da Lama, entre outras. Era uma noite guardada para a televisão. Actualmente, as séries não são na 2ª, são na 2, em que diariamente exibem algumas das mais conceituadas séries norte-americanas. São muitas vezes um encontro certo, ainda mais porque têm um horário de exibição mais decente do que as transmitidas pelas televisões públicas.
Ainda como televisão sem concorrência, a RTP, na sua vertente mais didáctica, transmitia muitos documentários através dos quais aprendi muito sobre o que me rodeia e o que está mais além. Como advento das televisões públicas essa oferta visivelmente diminuída.
Para quem foi criança durante as décadas de 70 e 80, as séries de desenhos animados eram uma companhia mas também um motivo aglutinador, o que nos identificava como crianças. Era o nosso espaço comum. E é por isso que os hoje thirty something, numa qualquer reunião de amigos, desfia um rosário de cânticos animados, num despique a ver quem lembra mais canções e mais versos.
O quem Quer Ser Milionário foi um dos muitos concursos da RTP e que teve uma grande importância para mim, pois participei nele por duas vezes, e em ambas sai-me bastante bem. Mas, não menosprezando o desafogo financeiro que me proporcionou nos tempos seguintes, a sua importância para mim foi claramente maior a nível pessoal e sob vários aspectos: o orgulho dos meus pais, o reconhecimento de que o tempo que emprego a ler tem compensações, e a “coragem” de participar.
Para quem, como eu, adora cinema, a rubrica 5 Noites, 5 Filmes foi essencial para a nossa formação e alargamento de horizontes cinematográficos. Pela diversidade dos ciclos, é complexo salientar um ou outro que mais tenha marcado. Talvez tenha sido curiosa uma semana dedicada aos westerns, que pelo nome não reconhecia quase nenhum, e que ao vê-los ia dizendo: oh, afinal já vi este. Ou talvez o filme Tese, de Amenebar. E, claro, também era sempre engraçado seguir os ciclos eróticos.
Não me lembro da rubrica 5 Noites, % Filmes :P
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