½ hora não é nada.
O que nos assombra é a soma infindável de ½ horas que nos compõem e transforma a pequenez em magnitude.
Não percebemos das pequenas coisas porque não nos queremos pequenos.
Queremos apenas a grandiosidade para nós e só somando a conseguimos.
Só somando nos iludimos.
Só somando vemos grande o que pequeno é.
Como somos pequenos por não querer ver senão a grandiosidade.
Somos tão míseros. Iludindo-nos.
Ser grande é ver o pequeno mesmo de alto, mesmo de longe.
É reconhecer a vida que percorre uma simples ½ hora.
Há tanta vida que se esgota em ½ hora.
Há tanta vida que se encontra em ½ hora.
Há tanta vida definida por ½ hora.
Nenhuma ½ hora é insignificante.
Nenhuma ½ hora é apenas ½ hora.
Cada ½ hora é a ½ hora que nos compõe.
Cada ½ hora tem o seu lugar.
Quem somos nós para a deslocar.
Para a retirar da sua continuidade.
Para a anular da sua existência.
Que ilusão.
Eu sou ½ hora e não me iludo.
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