És o mensageiro da minha desgraça. Como te posso ainda amar se cada dor que sinto me é dada por ti. Não causada por ti. Mas trazes-me cortes profundos, feridas que tardam em sarar. Já não sinto sequer receio pelas tuas palavras. É já a tua simples presença que me oprime o peito e me faz querer correr.
Fugir, fugir, fugir.
Sei que não é culpa tua, és apenas o mensageiro. São as circunstâncias. Essas estúpidas circunstâncias que me rodeiam e que já não consigo suportar. Não a ti, minha circunstância favorita.
O amor é já medo. Profundo, mas não irracional. Sei bem da tua inocência. Mas o medo é um virús latente que apenas se controla e nunca destrói. Qualquer evento ou presença o denuncia. A tua presença foi lhe dando vida.
Saio, não por ter deixado de te amar, mas porque o amor não é o mais forte dos sentimentos. É apenas a cola que nos une, mas que não te força suficiente para resistir a todas as pancadas.
És agora uma ameaça de dor constante. O embate anunciado. Prestes a acontecer.
Preciso sair para que o meu coração resista a esta opressão constante. Preciso de lhe dar descanso.
Preciso, preciso, preciso.
De um momento de calma, de descanso, de paz. Não o consigo contigo. Por isso saio. É difícil que o compreendas. Não o espero.
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