Após Sin city, cujo aspecto gráfico gostei bastante, estava com bastante vontade de ver este 300 cujo trailer também me parecia promissor. Isto aliado ao meu gosto por cultura clássica e a minha vontade de ver como seria a adaptação de usos e costumes. Isto porque depois de ROMA a fasquia está muito elevada.
Do ponto de vista gráfico, acho o filme irrepreensível. A estética, o dosear de ritmos de acção, os pormenores todos criados digitalmente e de grande riqueza. E vendo um making of percebe-se o grande trabalho de pós-produção.
Já quanto à reprodução dos usos e costumes, a adaptação é muito liberal. Como não li a graphic novel, não sei até que ponto poderia ser mais correcta ou não. Primeiro, há aquela questão tão premente da liberdade. Mas em momento algum se esclarece que a noção de liberdade da época não é a mesma que possuímos na actualidade. Nas cidades estado gregas esse conceito aplicava-se somente aos cidadãos e o conceito de cidadão excluía estrangeiros, mulheres e escravos. Daí que aquela historieta de amor pareça assim muito descabida e demasiado delico-doce, digamos assim para ingénuos.
Assim erros crassos, há a definição de éforo que ao contrário do que diz o filme não era um cargo vitalício e daí que a ideia de podridão e corrupção a eles associada é bastante exagerada. O éforo era um conselheiro elegido anualmente e uma única vez.
A visão dos espartanos como povo militar é correcta, tendo ficado conhecidos pela sua enorme disciplina. Nem todos podiam ser militares, mas os que os eram, denominados hoplitas, eram um grupo de elite temível. Assim uma espécie de GOE das cidades estado gregas.
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