Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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22.11.14

Uma das linhas orientadoras do escotismo, tal como deveria ser da vida, é a liderança pelo exemplo. No meu caso, a dúvida é: como posso liderar, se não sou exemplo para ninguém. Não é que falhe tudo o que me é solicitado ou que os meus valores sejam errados. Alias, faço um grande esforço para agir em conformidade com os mesmos e que estes reflictam o tipo de pessoa que quero ser. Sendo um work in progress, serei talvez uma pessoa mediana e como tal não tenho a competência, nem a sabedoria para agregar as pessoas ao meu redor e com elas avançar em prol dum objectivo. Ou porque os nosso objectivos não são os mesmos.
Aprender fazendo é também outros dos lemas escotistas. Tenho aprendido imenso, mas não os conhecimentos práticos que deveria transmitir. A minha memória e capacidade intelectual sempre foram mais dadas a teorias, que sempre tive dificuldade em transpor para a prática. Por isso o escotismo me foi tão apelativo: pela sua componente prática. Esse constante desafio fez-me sair tantas vezes da minha zona de conforto. Tantas que me tenho sentido demasiadas vezes não numa zona de desafio, mas numa zona de desconforto. O que me fez ponderar e perceber a necessidade de me realinhar com os meus objectivos pessoais e reequilibrar os meus sentimentos.
A imagem que fica de mim é de alguém que fica aquém. Do que se espera de mim, do que espero de mim, da minha capacidade (que demorei muito tempo a aceitar que não está aqui) e da minha competência (que tenho noutras áreas). Sair pode não ser um exemplo, se for visto como uma desistência. Mas a verdade é que tem sido uma insistência sem resultados. Então, o que vou procurar é terminar este ciclo da minha vida com a maior dignidade possível, por respeito a mim e a todos os que comigo partilharam esta experiência.


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