A história apresenta-nos Mariana e Zé Pedro, que se conhecem fugazmente nas vésperas do casamento dela com Ricardo. A paixão inesperada nunca é consumida e 15 anos depois um encontro furtuito leva à sua erupção e a consequências inimagináveis.
Amesterdão é o local onde os protagonistas se conhecem. No entanto, toda a trama é passada posteriormente em Lisboa. As personagens poderiam ser interessantes, pois até são dados pormenores e justificativas para algumas das suas características, mas fica-me sempre a sensação de que a sua caracterização é superficial, ou, pior, que as personagens são superficiais.
O conceito subjacente ao enredo também é interessante, mas também nunca é devidamente aprofundado. A história é relatada, é justificada, há um final, mas nunca é feita a devida reflexão sobre o real impacto da mesma nas personagens. Ou seja, qual o impacto das nossas (não~) decisões nas nossas vidas e nas dos outros e até que ponto podem ser (ir)reversíveis? O que estamos dispostos a fazer para não perder o que ou quem amamos? Como nos transformamos ou simplesmente revelamos o nosso lado negro quando vemos o nosso modo de vida ameaçado? São tudo questões que com outro aprofundamento e tratamento poderiam tornar o livro mais atractivo e interessante. De resto, e sem demérito, fica uma história engraçada sobre a superficialidade dos nossos tempos.
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