Primeiro, há
que ponderar que tipo de memória se quer fazer é o do mal. Um crime, uma
tragédia perdura na memória, mas não pode ser algo corriqueiro. Tem de ser algo
de tal forma hediondo que faça mossa na nossa insensibilidade crescente,
habituada aos mais diversos horrores há hora do jantar.
Se aspiramos
a nome de rua, escola ou pavilhão, isso implica uma esforço maior. Por vezes
uma vida de trabalho, dedicação e profissionalismo não chegam. Quantas pessoas
conhecemos com estes atributos? Não, temos de nos destacar entre os demais,
primus inter pares. talvez isso nos garanta uma placa toponímica. Mas até
quando? Até uma revolução ou ideologia alterarem as homenagens passadas. Aí, o
Visconde de Asseca dá lugar a Ferreira de Castro, a Rosa Canastra a Mário
Soares, e o Ferreira de Castro ao próximo Nobel nacional.
A posteridade
é arbitrária e, em última análise, não depende de nós, mas sim de quem temos a
capacidade de tocar e também esses se esvaem na memória do futuro.
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