Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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12.7.14

Sobre o compromisso

... e viveram felizes para sempre. Viveram? Sempre ? felizes?
O que marca a maioridade não é a autonomia financeira, nem a tomada de responsabilidades, nem seque um qualquer marco etário. É a compreensão e a consciência de que não há felicidade eterna seja em que relacionamento for: familiar, profissional, amoroso.
Qualquer compromisso que assumamos vai ter os seus momentos bons e os seus momentos de crise. Alguns resolverão a crise com a cessação (brusca ou gradual) da relação. Outros encontrarão forma de, apesar da mudança, continuar a encontrar mais-valias na mesma. Visto assim, os relacionamentos assemelham-se a um negócio. E são. Apenas não há trocas financeiras ou monetárias envolvidas. Mas todos sabemos, embora não queiramos admitir, que qualquer relacionamento prossupõem uma troca (de vivências, de sentimentos, de companhia) e estes têm o seu prazo de validade definido pela capacidade que as pessoas envolvidas têm de contribuir e receber algo do qual afiram um resultado positivo. Quando esse resultado se torna negativo é hora de mudar o relacionamento cessando-o ou transformando-o.
Ao assumirmos um compromisso estamos somente a estabelecer uma clausula de segurança, segundo a qual os envolvidos se comprometem a não ceder à saída mais fácil: a cessação. O compromisso não é o objectivo final. É a manifestação de intenção em dar tempo ao tempo, em encontrar soluções, em adaptarmo-nos às situações futuras e que fragilizarão a relação. O compromisso é a manifestação de empenho numa solução satisfatória para os envolvidos mediante ameaças e circunstâncias inesperadas.
Felizes os que se comprometem cientes de que tudo muda, nem sempre do modo desejado, mas que estamos dispostos a ser o porto de abrigo para quem queremos que seja o nosso.

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