Esta foi a
minha primeira incursão na escrita deste conceituado autor japonês, ao qual
terei de regressar, pois senti-me intrigada pelas suas temáticas, sobretudo a exploração
do efeito da solidão prolongada.
Sputnik é a
história de um triângulo amoroso não consumado. K. ama Sumire, que ama Miu, que
não ama ninguém, nem a si própria. Este inusitado triângulo explora os efeitos
da alienação e da solidão, recorrendo a acontecimentos surreais, aos quais não
é dada resposta, e com os quais as personagens se conformam e seguem o seu
quotidiano. A solidão é sobretudo causada pela incapacidade dos personagens se
conhecerem totalmente abdicando de sonhos e aspirações por um quotidiano
amorfo, mas consonante com as expectativas sociais. A história linear é meio estapafúrdia, mas também foge a clichés, e serve os intuitos do autor. Dai que me tenha intrigado e suscitado curiosidade pela restante obra de Murakami.
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