A procrastinação tem origem num desejo de perfeccionismo minado por uma insegurança pessoal. Ou seja, a sensação de incapacidade de realizar determinada tarefa de acordo com padrões (regra geral, individuais) de satisfação (que na verdade podem nem sequer ser exigidos pelos demais).
A grande questão é: ser á melhor terminar uma tarefa ou termina-la menos bem? É esta a questão que me coloco frequentemente e que vou começando a enfrentar. Para tal, utilizo algumas estratégias de apoio, como listagens de tarefas, cuja concretização resulta como “palmadinhas nas costas” psicológicas, ou o afastamento voluntário de distracções, como o computador e a televisão.
Segundo este artigo, a procrastinação resulta de uma desadequação de vontades (entre o que sabemos ser bom para nós, o que nos apetece fazer e o que queremos ser no futuro). Reconheço em mim esta desadequação tripartida à qual ainda acrescentaria ou aprofundaria o vértice: será que sei o quero ser no futuro?
O tempo é um factor determinante neste tema. Há prazos (auto)impostos que procuramos protelar continuamente. No entanto, a grande maioria das tarefas acabam por se realizar. Mas ai, a “culpa” da imperfeição já não recai sobre o seu executante, mas na falta de tempo necessária e/ou ideal para a sua correcta execução. Por outro lado, é senso comum que cada pessoa tem um ritmo próprio e que os prazos estipulados podem não ser coincidentes com os processos de maturação e execução dos agentes. Ou seja, o individuo sabe qual o resultado final desejável a apresentar, mas não sabe como o desenvolver, vai protelando a sua execução até conseguir os conhecimentos e competências necessárias à sua realização.
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