Em 2010, frequentei um mestrado cujo custo total era 2000€, mas de que desisti de entregar o trabalho final, ficando-me pela pós graduação e pelo pagamento de metade daquele valor. Não tinha, nem experiência profissional, nem disciplinas pré-Bolonha que justificassem qualquer pedido de equivalência. Mas alguns colegas tinham. No entanto, o custo de tal pedido e da respectiva atribuição de equivalência tornava financeiramente mais viável a realização das respectivas cadeiras.
Quando começou a circular a notícia de como Relvas obteve a sua licenciatura, qualquer licenciado (e respectiva família) deste país se indignou. No entanto, e infelizmente, estas notícias não se ficam cá pelo burgo. Parece que se está a tornar prática comum em vários sectores. Talvez esta seja uma daquelas bem ditas oportunidades de responsáveis começarem a valorizar mais as competências adquiridas ao longo da vida e da experiência profissional, do que um pedaço de papel que recebemos em determinado momento das nossas vidas.
Em termos políticos, não considero necessário que um ministro seja licenciado. Os licenciados não são vacas sagradas de competências e conhecimentos. Às vezes, a té pelo contrário. Agora, é essencial que os políticos respeitem (sim, eu sei, utopias) os seus eleitores. E em tempo de reiteradas imposições de sacrifícios económicos, este tipo de notícias é um desrespeito por quem investiu (tempo e dinheiro) na sua formação.
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