Thomas Rucker |
Quando estou sob o efeito do lado sombrio preciso ausentar-me de mim própria. Criar uma distância entre a minha mente instável e o meu corpo apenas humano, fechar os olhos e esquecer todas as minhas circunstâncias. Mas quem o consegue fazer? No ritmo imposto pelo quotidiano, quando conseguimos fugir de nós próprios, até sair da zona de sombra?
Permanecemos tempo de mais encurralados por todos os constrangimentos que criamos e aceitamos para as nossas vidas e depois não há fuga possível. E a sombra aumenta e torna-se mais escura e confunde-se com a noite mais cerrada de um qualquer eclipse lunar total. E a sombra transforma-nos, torna-nos intoleráveis à luz. A sombra tem esta característica, estende-se subtilmente até já não restar pontos de luz que indiquem o caminho.
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