A visão distópica de Ray Bradbury, no seu romance homónimo de 1953, inspirou a adaptação cinematográfica de Truffaut, pouco mais de 15 anos depois. Agora, volvidos quase 60 sobre a edição do livro e 45 sobre o filme, é interessante observar alguns detalhes. Um deles é a visão da década de 60 sobre o futuro, nomeadamente na área do design de guarda-roupa e de interiores.
Comparando livro e filme, hás dois personagens do livro que desaparecem, o cão-robot e o antigo impressor, dando lugar, o primeiro, a um colega delator e, o segundo, sendo incorporado na personagem de Clarisse, que no livro desaparece a meio da trama, e aqui permanece até ao final, com uma personagem mais madura, resistente e também ela incorporando a visão utópica final. Uma cena que vale a pena salientar é a da emolução voluntária de uma mulher, detentora de uma vasta e proibida biblioteca, como demonstração e afirmação do poder do livro como fator de liberdade individual.
Realização: François Truffaut * Argumento: François Truffaut e Jean-Louis Richard, baseado no romance homónimo de Ray Bradbury * Elenco: Oskar Werner, Julie Christie e Cyril Cusack
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