Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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23.12.10

O 1º Beijo

O primeiro beijo é aspirado pelas raparigas com um misto de ansiedade e ilusão de que é mágico como em quaisquer filmes Disney ou outras comédias românticas. Mas este, como outras primeiras vezes na vida, nem sempre têm a magia que julgamos.
O meu primeiro beijo foram na verdade dois: o técnico, com troca de salivas inesperadas, e o mágico, com troca de calores e línguas e carícias e…
O Miguel foi meu colega de escola durante anos e nunca conseguiu esconder que gostava de mim. Prestes a cada um seguir diferentes rumos, e porque já quase toda a gente em meu redor namorava, resolvi aproveitar (oportunista!) aquele tão prestável colaborador. E o primeiro beijo lá aconteceu à entrada de um prédio vizinho, de olhos bem abertos, e com muitas salivas inesperadas. E depois houve o 2º e o 3º e o 4º e lá entre o 5º e o 6º resolvi que não íamos a lado nenhum e que o melhor era mesmo cada um seguir o seu caminho. Perdi um óptimo amigo e comecei a minha trajectória de certa insensibilidade para com os homens.
O Nelson era colega de faculdade da Susana, uma das minhas melhores amigos e era normal, de quando a quando, sairmos todos juntos. O Nelson era moreno (e eu sempre tive mais do que um fraquinho por morenos), bem humorado e diferente dos restantes rapazes que conhecia. No final do curso, fomos festejar num novo bar e os ânimos estavam ao rubro. Após dançarmos um bom bocado em que nos fomos aproximando gradualmente, o inevitável aconteceu. E eu, singelamente à espera de algumas salivas menos apropriadas, fui surpreendida por tudo aqui que imaginava ser um beijo.
É uma das minhas mais caras memórias e ainda hoje, sempre que um beijo não é lá grande coisa, recordo o longínquo prazer de beijar o Nelson.

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