Casei… era uma série da década de 60 que nos fazia rir, que mais não fosse pela simplicidade dos efeitos visuais existentes na época, quando comparados com os actuais. A série tinha uma mensagem simples (como se comporta um homem com uma mulher feiticeira), as personagens eram estereotipadas (a mulher feiticeira/dona de casa, o marido boa pessoa mas totó, a sogra do “pior”, a vizinha abelhuda e as visitas muitas vezes inesperadas) e o humor era servido por bons gags e a expressão de estapafúrdio do actor/marido.
Trazer a série ao cinema tinha os seus desafios: a sociedade mudou, e o papel social das personagens tinha de ser actualizado; a tecnologia evolui e abriam-se novas possibilidades narrativas. Mas se tudo parecia apontar, ou possibilitar, um bom resultado final, no entanto, o filme é inócuo, há falta de melhor expressão.
O filme não é uma recriação da série. Antes, acompanha as peripécias da equipa de produção de procurava fazer uma nova edição desta série. O problema é que a actriz que interpreta a feiticeira é mesmo uma feiticeira. Assim, temos uma continua passagem das personagens filmicas para as personagens televisivas, o que se torna confuso, porque não há transformações visíveis entre as diferentes personagens. Ou seja, complica-se o jogo e ao complicar perde-se a magia da sua simplicidade.
Caso fosse uma adaptação à realidade actual, possivelmente seria mais fácil conseguir gags melhores e com os quais o público se identificasse. Afinal, histórias divertidas e inusitadas entre casais, com enganos e mal-entendidos, ainda para mais quando um dos elementos tem poderes mágicos, é um terreno que dá pano para mangas. Mas a solução adoptada, faz com se veja, não uma adaptação da série, mas sim uma comédia pobre sobre os meandros da televisão. E não é a mesma coisa.
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