Interrompi a leitura a 13 do 12 de 11 apenas para registar a lápis a data na margem da página 55. Além da capicua da data, pareceu-me interessante fazê-lo num número redondo, dentro de um número redondo.
Não sei que simbologia posso atribuir ao acto, desconheço a linguagem secreta dos números. Apenas vislumbro os significados óbvios do conjunto de letras que leio através dos dicionários. É lá que tento apreender algum sentido para as sequências de letras que diariamente se dispõem perante os meus olhos como que querendo dizer-me algo. E eu não oiço.
Mas continuo, na esperança de que algum dia faça sentido. Um dia ouvirei o murmúrio suave das letras e no seu (en)canto saberei o que sustenta o céu azul, quem ilumina o sol a cada dia, como a lua alumia cada noite do nosso caminho, como a água clarifica os nossos olhos. Um dia saberei ordenar as letras com sentido.
Então, a página 55 deixada por ler a 13 do 12 de 11 será um registo de que não terei memória.
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