Já o modo como a história é desnovelada assemelha-se muito a Vergilio Ferreira e em especial ao seu Alegria Breve, o livro dele que li mais recentemente. Apresenta o mesmo tipo de saltos, a mesma divagação temporal, e inclusive algumas reflexões. Houve mesmo duas ou três passagens extremamente parecidas: o discorrer sobre a aparente pureza da máquina; algumas quase citações, como a vida assinar de cruz; a noção da mulher inatingível, aquela que se ama mas nunca se consegue perceber permanecendo sempre enigmática e por isso mesmo cativante; e até mesmo a noção da escrita como poder divino, como re-escrita possível de uma vida.
Quanto ao título, é bastante emblemático nesta obra, correspondendo quer ao sangue que dá e assegura a vida, mas, neste caso, sobretudo o sangue que a vai corroendo.
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