O filme tem como pano de fundo uma zona degradada de Londres onde convergem pessoas oriundas de muitas nacionalidades e experiências de vida. E a sua origem traz sempre uma visão, muitas vezes, estereotipada do outro sobre si.
É assim que se cruzam as vidas das personagens. Como pessoas marcadas por um passado, mais do que pessoal, nacional e com os estereótipos a eles referidos.
O filme traça uma espécie de mapa-mundo transportado para o nosso bairro, uma realidade cada vez mais presente nas nossas cidades. E que traz novos elementos à equação das relações. Mais ainda quando essas são amorosas.
Jude Law, atraente e bem sucedido inglês, tem uma relação de longa duração com Robin Wright-Penn, uma bela sueca, mãe de uma filha com alguns distúrbios psicológicos. No entanto, Law nunca consegue entrar no que chama unidade composta por mãe e filha e como a própria personagem afirma, não o procura fazer porque serve como desculpa ideal para poder escapar a uma realidade familiar, muitas vezes pesada, como todas o são.
Juliette Binoche é uma muçulmana, de origem sérvia, com um filho adolescente e problemático, que tenta refazer a vida em Inglaterra. E ao mesmo tempo salvar o filho de uma vida de crime.
E é através do assalto que o jovem comete na propriedade de Law que este se cruza com Binoche e desenvolvem uma relação em que nada é o que parece.
Em que cada um, à sua maneira, entra de assalto na vida do outro e se intromete no discorrer quotidiano da sua vida.
O argumento pega em lugares comuns e tenta demonstrar as pessoas para além deles, para além do que se vê à primeira vista, o que só se consegue por vezes à força. É um filme interessante, em que o final deixa uma sensação demasiado inócua de que tudo acaba bem, como desejado. E em que os erros são absolvidos e ultrapassados da melhor forma.
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