Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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28.2.07

O meu colega

No outro dia passei-me com um colega e por pouco, por muito pouco, não o mandei à m***a. A única coisa que me impediu foi o não estarmos sozinhos na sala e achar que não devia baixar de nível. Não por ele. Não o merece.

Estava eu ao telefone quando a certa altura começo a ouvir um telemóvel num som estridente, que até a pessoa do outro lado ouvia. O meu colega, que não estava na sala, não ouviu.

Quando chegou, pedi-lhe para mudar o toque para um tom menos estridente. Ao que ele respondeu que eu não poderia ter ouvido um toque estridente pois o telemóvel estava em modo crescendo. E eu tentei explicar que o telemóvel tocou bastante tempo e o tom “cresceu” e tornou-se incomodativo. E mais, se eu estava a ser um pouco brusca no modo como estava a fazer o pedido, pedia desde já desculpa.

Mas o meu colega, qual dono da verdade, tornou a afirmar que não poderia ser e que só aconteceu uma vez, que ele nunca deixa o telemóvel sozinho e que eu é que estava muito sensível devido ao volume de trabalho e que ele compreendia. Ou seja, a culpa de ter ouvido o som estridente era apenas minha.

Foi nessa altura que calei o que seria um bem sonoro “vai à m***a”.

Até porque quem ficaria mal vista, seria eu. Mas o que mais me irritou foi a presunção dele que nem sequer me deu o benefício da dúvida de eu estar certa.

Infelizmente, há colegas assim… que se acham tão superiores que nós meras pessoas com categoria profissional inferior somos apenas menos pessoas.

É a impressão que tenho dele já há bastante tempo e são atitudes destas que me confirmam a minha sensação.

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