Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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21.3.07

História de um amor sonhado

Gosto quando me sorris. Do modo como semi-cerras as sobrancelhas e os teus lábios se curvam nos cantos e giras ligeiramente a cabeça.

Imagino-nos abraçados e de rostos colados a movimentarmo-nos ao som de uma música que realmente não ouvimos, apenas sentimos. E assim ficamos no calor um do outro, esquecidos pelo fluir do tempo que continua fora do nosso abraço.

Antevejo o momento em que os teus dedos escorreitos me vão percorrer a face e lentamente seguir pelo meu pescoço até ao ultimo pedaço de pele descoberta, para então procurar qualquer botão que te impeça de sentir a minha pela sob o escrutínio pormenorizado dos teus dedos.

Não sei bem o que poderás ver em mim e às vezes nem sei bem o que vejo em ti. Não são os teus olhos azuis nem o teu cabelo claro, sem dúvida atraentes. É o modo como o teu olhar encontra o meu e sorris quando me vês, que me faz encolher a barriga e respirar bem fundo.

Fizeste-me sorrir como há muito não o fazia. Talvez há demasiado: como se por ventura houvesse um tempo correcto para o coração. Mas não. Há apenas o tempo certo, o momento certo em que uma porta se entreabre e enxergamos quem temos na frente. Pouco a pouco fui te vendo e gostando de te ver. Hoje anseio por te ver surgir atrás da porta que se abre e ver formar-se no teu rosto o sorriso que me ilumina. Hoje anseio por ti.

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