É meio da
tarde de um dia de férias. Sento-me na varanda para aproveitar o aleatório sol
de primavera. Preparo-me para ler um pedaço de livro, mas a minha mente
dirige-se para outras paragens. Nestes meses de março a maio, principalmente, aglomeram-se
as memórias dos nacimentos e mortes de quem me é próximo, pai, mãe e irmão (não
exactamente por esta ordem).
Por mais que
me encha de afazeres, as noites, ou momentos como estes, trazem-mos sempre de
volta. Entre sorrisos, angustias e o silêncio de tudo o que entre nós não foi
dito. Tudo se mescla numa melancolia agri-doce: grata pelas suas passagens na
minha vida, impotente contra a sua ausência.
Muitas vezes
apetece-me chorar. Mas também o choro parece ter-se esgotado e fica não sei bem
o quê. E depois vem outro dia, outros desafios que relembram que continuamos
aqui, vivos, bem ou mal, a lutar pelo nosso bem estar físico e mental.
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