Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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21.12.12

Reprodução medicamente assistida: uma proposta de reflexão

Por vezes, as telenovelas servem para mais do que seguir tramas inconsequentes e ocupar alguns minutos diários da nossa vida. Servem também para alertar e questionarmos-nos sobre algumas temáticas, que nem sempre nos estão próximas, sobretudo com o intuito de sensibilização. Um dos temas abordados na novela Fina Estampa, transmitida pela SIC, antes do noticiário das 20h, é o da reprodução medicamente assistida, sobretudo quando tal envolve a doação de material biológico, nomeadamente óvulos e esperma.
Na trama, uma mulher infértil abdica de tudo (carreira e casamento estável) para ser mãe e é inseminada com um óvulo fecundado, sendo óvulo e espermatozóide pertencentes a doadores anónimos. Até aqui tudo bem, e esta mulher tem a sua filha Vitória e sente-se finalmente completa. Mas como estamos numa novela, nada é assim tão simples. Episódios depois, descobre-se a reputadíssima médica responsável pelo procedimento utilizou um óvulo da ex-noiva do seu irmão fertilizado pelo esperma do mesmo, entretanto falecido. Mais alguns episódios depois, a jovem doadora do óvulo descobre a situação e considerando-se mãe biológica da criança quer lutar pela sua posse, o que provoca a fuga (com a criança) da mãe. Neste momento da trama, ainda não há respostas para esta situação, mas há imensas perguntas colocadas pelas várias personagens e que valem pela reflexão que suscitam:
- o que é a maternidade/paternidade? Dar à luz? Criar uma criança, com todas as implicações e desafios inerentes?
- até que ponto estamos empenhados em ser pais?
- serão as normas éticas existentes (que mudam de país para país) suficientes)? Como devem as leis adaptar-se e prever eventuais conflitos?
- será o anonimato dos doadores uma falsa ética de tranquilidade?
- será realmente o sangue a mais forte de todas as ligações?
Vale a pena pensarmos nisto.

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