10.12.12
Reprogramar a nossa vida
Enquanto pais, comunidade, família, indivíduos, estamos num período em que temos de avaliar os nossos gastos e definir prioridades, consoante rendimentos e despesas fixas. Muitas vezes, é fácil criticar gastos aparentemente supérfluos de amigos e conhecidos, mas desconhecemos como gerem o seu dinheiro, qual o seu rendimento exato e a que despesas não podem fugir.
Acontece-me frequentemente ouvir comentários sobre o custo de determinado bem e/ou serviço por parte de pessoas que seu auferirem mais do que eu. Compreendo perfeitamente que se planei os gastos consoante o rendimento disponível e que qualquer alteração ao mesmo implique reajustes e redefinições de gastos e prioridades. Todos nós, independentemente dos valores em causa, temos de o fazer.
Nestas circunstâncias, o que me causa algum incómodo é perceber as diferentes prioridades e perceber também que, de tão imbuídos que estamos com os nossos condicionamentos, que não conseguimos perceber que há pessoas ao nosso redor com mais dificuldades do que nós.
Afirmar que não se pode despender de algo quando se tem filhos num colégio privado, quer dizer que esse alguém ainda tem essa possibilidade e não é o mesmo do que começar a deixar de comprar certos produtos alimentares. Afirmar que algo custa demais e ir regularmente a cabeleireiros e outros tipos de serviços estéticos quer dizer essa é uma prioridade e não outra.
Muitos de nós, ainda estamos a lidar com escolhas de prioridades supérfluas. Muitos de nós ainda não decidem entre pôr comida na mesa e outras despesas. Muitos de nós ainda não fazem escolhas realmente difíceis. Muitos de nós iremos fazê-lo muito em breve. E se calhar, distraídos que estamos com os nossos umbigos, não percebemos que muitos em nosso redor estão já nesse patamar.
O desafio de todos será com certeza sair da nossa caixinha e perceber melhor o que nos rodeia. Saber estender a mão e não recear uma mão que nos apoie.
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