31.3.09
30.3.09
29.3.09
Palavras # 149 a 151
Cório - do Gr. chórion, secuntinas, membrana; s. m., Zool., membrana fetal exterior, encerrando o âmnio dos mamíferos, aves e répteis.
Lanosa - do Lat. Lanosu - adj., relativo à lã; que tem lã ou lanugem.
Astracã - s. f., lã de cordeiro neonato, de pêlo encaracolado e preparada como as que provêm da cidade russa de Astracã.
28.3.09
teoría da relatividade
O problema non foi encontrarte,
o problema é esquecerte.
O problema non é a túa ausencia,
o problema é que me doe.
O problema non é que xogues,
o problema é que é comigo.
O problema non é o que dis,
o problema é o que calas.
O problema non é que mintas,
o problema é que te creo.
O problema non é quererte,
o problema é...
que ti non sintas o mesmo.
***
Ana Silva (1977)
Ourense - Galiza
27.3.09
Porquê ler os clássicos?, I. Calvino
Porquê ler os clássicos é uma colectânea de ensaios em que o autor analisa texto e que vêem desde a antiguidade – como a Odisseia – até à contemporaneidade. O mais relevante dos ensaios é o que dá nome à colectânea. Neste, Calvino propõe 14 definições/rações sobre o porquê destas leituras, que acompanha com pequenos parágrafos explicativos.
O autor evidencia a importância desta leitura em termos formativos e aplicando mesmo a metáfora da semente. Ou seja, a leitura dos clássicos permitem identificar em outras leituras elementos constantes e modelares. Recorda-me a menção de António José Saraiva, no seu Ser ou Não Ser Arte, à Parábola do Semeador.
26.3.09
O estranho caso das tampas incompatíveis
Ocorre mais precisamente nas nossas cozinhas, embora de casa para casa a sua localização especifica varie: um armário, uma prateleira, uma gaveta. Mas, quaisquer que sejam estas pequenas variantes, o resultado é sempre o mesmo: a misteriosa incompatibilidade entre tampas e caixas plásticas.
Não acreditam? Façam o teste!
Dirijam-se às vossas dispensas ou armários e, numa área ampla, disponham todas as caixas e respectivas tampas devidamente colocadas. Não tardará muito a que faltem tampas ou a que miraculosamente surjam algumas tampas para as quais não há sequer caixa. E de onde vêem estas tampas extra se por vezes não há sequer o hábito de trocar ou receber comida feita por outros? Parece impossível? Pois, mas acontece com tanta frequência que mais parece que tampas e caixas apenas aguardam por um momento de distracção para se esgueirarem por mágicos portais espacio-temporais algures nas nossas cozinhas.
Se ainda não estão convencidos, é fácil comprova-lo. Coloquem tudo o que é caixas e tampas num ecoponto perto. Adquiram uma quantidade considerável de novos recipientes plásticos e despreocupadamente façam a vossa vida quotidiana. Deixem passar alguns meses e um belo dia façam o teste. Tornem a dispor todas as caixas e respectiva tampas numa mesa e voilá! Não é que estas voltam a não bater certo? E o mais intrigante? De onde pareceu aquela tampa cor-de-laranja, quando só se compraram tampas verdes e amarelas.
25.3.09
Mesa posta
24.3.09
Irís
Porque sei que de algum modo me sentes.
És o mais próximo do céu que estarei
E não quero regressar a casa agora.
E tudo o que respiro é a tua vida,
E mais tarde ou mais cedo acaba,
Só não quero sentir a tua falta esta noite.
Porque ninguém entenderia.
Quando tudo está destinado a acabar,
Só quero que saibas quem sou.
Ou o momento da verdade nas nossas vidas.
Quando tudo parece como nos filmes,
Ai sangras só para saber que vives.
Porque ninguém entenderia.
Quando tudo é destinado a acabar,
Só quero que saibas quem sou.
23.3.09
As Bonecas Russas
Em 2002 ficámos a conhecer as desventuras de um estudante Erasmus por terras de nostros hermanos em A Residência Espanhola. Tinha 20 e poucos anos e o contacto com diferentes culturas revela-se uma das mais importantes experiências da sua vida.
Agora encontramos Xavier na casa dos trinta, mas os problemas ainda são os mesmos: relações falhadas, uma carreira que não atingiu o nível desejado. Como pano de fundo, continuamos a ter uma Europa multicultural em que as amizades transcendem fronteiras, tradições e condições sociais.
Xavier continua a confrontar-se com as dores do crescimento, desta feita mais centradas nas relações amorosas ena consciência de que estas residem, não em lirismos românticos, mas na aceitação do outro e das suas imperfeições.
22.3.09
21.3.09
1(0)º ENAJ
20.3.09
African Diary, Bill Bryson
African Diary é um pequeno relato de viagem feito a pedido da O.N.G. CARE, cujo trabalho humanitário em África incide sobretudo no Quénia. Escrito em 2007, reflecte a viagem de uma semana que Bryson realizou a este país com o objectivo de conhecer e dar a conhecer alguns dos projectos levados a cabo por esta organização. Estes englobam o micro crédito, o fornecimento de água potável, a educação, entre outros, e viam melhorar as condições de vida deste povo. Em cerca de 50 páginas conhecemos não só os projectos, mas também as razões do seus sucesso, bem como alguns dos fracassos na sua origem.
É interessante observar: o contraste das condições de vida existentes e da imagem que o mundo ocidental tem desta área, devido a filmes como África Minha; soluções aparentemente simples podem ter uma importância vital para cent4nas de pessoas, como pequenas medidas para assegurar o fornecimento de água potável; como existem sempre limitações culturais, humanas e técnicas aos projectos; a importância do micro crédito quando disponibilizado às mulheres.
Tudo isto sempre acompanhado pelos divertidos comentários de Bryson.
19.3.09
18.3.09
Workshop Semântico #36
Arquitectura Aúlica
A arquitectura genericamente denominada de aúlica abrange vários estilos e épocas, sendo por vezes difícil encontrar denominadores comuns. Para os encontrarmos necessitamos primeiro analisar os seus objectivos: enaltecer os monarcas vigentes. Assim, deparamos com elementos que evocam o engradecimento e enaltecimento e consequente afastamento dos súbditos. Deste modo, as colunas e altas janelas são manifestações constantes nesta tipologia arquitectónica.
Assim, podemos observar vitrais ricamente decorados e marcados por pinázios precisos, bem como colunas e as abóbadas que as continuam, criando um ambiente pênsil e intemporal.
16.3.09
15.3.09
Palavras #146 a 148
Caulim - do Chin. Kaoling, top. s. m., argila branca que serve para o fabrico de porcelana; caulino.
Turíbulo - do Lat. Turibulu. s. m., vaso em que se queima incenso; incensório.
Acrimónia - do Lat. Acrimonia. s. f., sabor acre; acidez; amargor; fig., animosidade, azedume.
14.3.09
Dejá vú
São várias as teorias associadas a este tema: wormholes, universos pararelos, máquinas de viagem, portais, etc. E tanto a literatura como o cinema estão cheios de possibilidades. Uma dessas possibilidades tem a ver com a sensação de dejá vu, que segundo alguns especialistas se deve a um delay na transmissão de informação no cérebro a nível dos seus vários neurotransmissores.
Explicações à parte, todos nós já vivenciamos este fenómeno e o quão intrigante e estranho pode ser. É a partir da estranheza da visualização repetida de uma determinada situação que os autores deste Dejá Vú criaram um thriller protagonizado por Denzel Washington. Este interpreta um detective que ao seguir as pistas de um crime se vê envolvido com a tecnologia e a possibilidade de viajar no tempo, mediante algumas condicionantes. A teoria apresentada é interessante, o que falha mesmo é o final demasiado delico-doce, que parece incoerente com a teoria explorada.
13.3.09
as três palavras mais estranhas, Wislawa Szymbosrka
Quando pronuncio a palavra Futuro
a primeira sílaba já pertence ao passado.
Quando pronuncio a palavra Silêncio,
destruo-o.
Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhum não-ser.
12.3.09
11.3.09
a segurança dos tribunais
Logo à entrada somos obrigados a depositar malas e outros objectos numa mesa, para depois passarmos por um detector de metais. Depois pegamos nas nossas malas e seguimos para os nossos compromissos. Isto até parece um procedimento normal e até seria se em algum momento as malas fossem inspeccionadas ou passassem também elas por algum tipo de detector, como por exemplo nos aeroportos. Mas não. Neste tribunal, se uma pessoa “apitar” tem de tirar o que quer que apite ou passar por um segundo detector. Mas e as malas, senhor? Às malas não acontece nadinha de nada. Ou seja, poderia ter entrado muito tranquilamente com uma arma de fogo ou uma arma branca e ter atacado quem quisesse. Pois, é assim o estado da segurança nos nossos tribunais e assim se compreende que se ameacem juízes, se roubem processos e computadores, e outras coisas que mais.
P.S. – Como a audiência foi adiada porque foram marcados dois julgamentos para a mesma sala (o que no meio disto tudo não é de espantar) e terei de comparecer novamente em tribunal daqui a uns meses, estou seriamente a ponderar levar o meu canivete suíço e uma das facas da cozinha para ver ser alguém me diz alguma coisa.
10.3.09
Vulcão
Que já não sei onde me levarão
Mas creio ter visto um fantasma
Não sei se são as minhas ilusões que me mantêm viva
Terá sido tudo ilusão?
Uma miragem errada?
Estou cansada do mal
E de tudo que alimenta
Mas não sei
Não sei se já atingiu a costa
E há tanto que viajo neste comboio
Não sei dizer se és tu ou eu que nos guia para o chão
Mas há um fantasma no meu coração
Qye tenta ver no escuro
Estou cansada de pessoas que só querem ser agradadas
Mas ainda te quero agradar
Que saltou para o vulcão
Estaria a tentar regressar?
Regressar ao útero do mundo?
Só me resta na boca o sabor a sal
Mas sei para onde vou
Não quero cair em pensamento
Apenas quero aquecer os meus ossos
Um pouco nesse fogo
9.3.09
slumdog millionaire - quem quer ser bilionário?
O mais descabido ainda é o final, mas tendo como cenário a Índia, é um claro piscar de olhos a Bollywood e à Academia que aprecia este tipo de filmes: o self made man (boy) que vence todas as probabilidades. Não me espanta nada que tenha ganho os prémios que ganhou, afinal as pessoas ainda gostam de filmes com finais felizes.
8.3.09
Gata em Telhado de zinco Quente
Desta feita, encontrei-me inesperadamente com os jovens Elisabeth Taylor e Paul Newman – talvez o mais belo para de pares de olhos da história do cinema. Um casal à deriva entre os seus sonhos pessoais, sentimentos e desejos, e as imposições e expectativas sociais e familiares.
Baseado na obra homónima de Tenesse Williams, transparece para o filme a estrutura teatral, em que o cenário é uma mansão familiar e as personagens são analisadas e os seus movimentos coreografados ao milímetro.
7.3.09
6.3.09
trabalho projecto
O objectivo deste projecto é apresentar uma proposta de animação à leitura para um público adulto, tendo em conta a sua heterogeneidade, como configurações sociais, económicas e culturais.
O projecto tem como base a promoção de obras literárias não canónicas e de vertente humorística.
5.3.09
Diálogo repetido
- pois, eu também sei.
- não, não sabes.
- sei, sim, porque sou a sequela, não é? E normalmente as sequelas não são tão boas como o original, não é? Se calhar é melhor ficarmos por aqui.
- não disse isso.
- não, não disseste, mas gostas sempre de me atirar à cara que já passaste por isto, como se isso te fizesse especialista na matéria, e que eu sou apenas alguém demasiado imaturo para compreender. Acontece que não sou. Tenho maturidade suficiente para passar por inúmeras situações e ultrapassa-las. Sei disso perfeitamente.
- pois não parece.
- então parece o quê? Já agora, elucida-me.
- porra, pá|
- deixa-me dizer o que parece. parece que me achas incapaz de lidar com as merdas de uma relação, mas esqueces que desde o início que lido com isso. Aliás, além das nossas que teimas em afastar ou minimizar eu também lido com as merdas das tuas outras relações. Eu lido com as tuas crianças. Aceito que a tua anterior relação nunca acabará, porque há sempre as crianças. E merda, tenho lidado com isso tudo com toda a maturidade possível e tenho feito um bom trabalho. Agora, quem és tu para me negar lidar com as merdas da nossa relação. Porque é que tenho de lidar com tudo o que te diz respeito e tu não tens coragem para lidar com as nossas?
- merda, tenho medo. É isso que queres ouvir? Tenho medo que se repita. De cometer os mesmos erros. De cometer outros erros e de acabar na mesma. talvez esteja sempre a adiar porque não quero passar por nada semelhante. Estou escaldado, porra. Não compreendes isso?
- compreendo, claro que sim. E se pudesse evitar uma série de situações, evitava. Mas, por favor, não me negues viver a minha relação viver a nossa relação. Não nos negues isso.
4.3.09
Deixei acumular tanta coisa, tantas incertezas, tantas merdas que nunca levam a nada. Agora não consigo destrinçar por onde começar a endireitar a minha vida.
Como devo começar a arruma-la? O que devo deitar fora, o que devo guardar? Será que devo guardar algo?
Às vezes só me apetece estalar os dedos e esvaziar tudo, todas as gavetas, todos os armários, todas as memórias e começar de novo. Com as paredes em branco, as gavetas a cheirar a novo e prontas a receber novos conteúdos. Tudo novo. Era tão bom fazer tábua rasa à vida e começar de novo.
3.3.09
Diálogo triste
- Não. O que é triste é ter desistido de mim.
2.3.09
Cold Cases / Casos Arquivados
1.3.09
Palavras #143 a 145
Coalescer - do Lat. Coalescere. v. tr., juntar; fazer aderir; unir; aglutinar.
esbarrondar - v. tr., esboroar; desmoronar; v. int. e refl., precipitar-se; desmoronar-se; ruir; cair de despenhadeiro.
plinto - do Lat. plinthu < style="">plínthos, tijolo. s. m., peça quadrangular, que serve de base a um pedestal ou coluna; soco em que assentam os pés da estátua; aparelho de ginástica próprio para saltos.