Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois
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13.7.12


Caro chefe,
Estou a escrever isto com tristeza e talvez até pareça uma infantilidade recorrer a esta estratégia. Mas se calhar é-me até mais fácil colocar isto por escrito e dar-lhe tempo para pensar. Da minha experiência, funciona melhor assim.
Temos tido alguma frontalidade nas nossas conversas. No entanto, quando conversamos tem uma postura e depois as suas acções não são coerentes. O que me suscita a seguinte questão: há mesmo vontade de dar continuidade o projeto onde me insiro ou apenas não há coragem para cessa-lo, pelo menos, antes do próximo de renovações? Se a intenção é cessar com esta área, escusamos de nos andar a iludir mutuamente. Se não, o exemplo tem de vir de cima e hierarquicamente o exemplo tem de ser seu.
É notório para todos o quão está como “peixe dentro de água” com a nova área da nossa divisão e que esta tem uma dimensão enorme. Ninguém põe isso em causa. E sabendo o risco que corro de me “queimar” consigo, achei por bem fazer esta chamada de atenção. É verdade que revelou uma mudança de postura nos últimos meses, mas parece que essa mudança “tem dias”. Parece que o apoio a esta área só acontece se a outra deixar tempo para isso; parece que não há interesse em que este projeto tenha acção. É uma área complicada, sim. É uma terra de ninguém, sim. E realmente não consigo compreender se essa falta de interesse é apenas pessoal, estratégica ou outra coisa qualquer.
Se ao ler isto concluír que não é viável a minha continuidade nesta divisão, solicito apenas a sua frontalidade. Sei que não gosta de ver as suas posturas questionadas, nem confrontadas (ninguém gosta), e que sou o elo mais fraco. Mas também não concordo com elas e considero que me devo manifestar, independentemente das consequências.
Não ocupo mais o seu tempo, mas se o meu trabalho ou experiência têm algum valor prático e concreto, peço-lhe que reflita. 
Atentamente, 

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