Caro
chefe,
Estou
a escrever isto com tristeza e talvez até pareça uma infantilidade recorrer a
esta estratégia. Mas se calhar é-me até mais fácil colocar isto por escrito e
dar-lhe tempo para pensar. Da minha experiência, funciona melhor assim.
Temos
tido alguma frontalidade nas nossas conversas. No entanto, quando conversamos
tem uma postura e depois as suas acções não são coerentes. O que me suscita a
seguinte questão: há mesmo vontade de dar continuidade o projeto onde me insiro
ou apenas não há coragem para cessa-lo, pelo menos, antes do próximo de
renovações? Se a intenção é cessar com esta área, escusamos de nos andar a
iludir mutuamente. Se não, o exemplo tem de vir de cima e hierarquicamente o
exemplo tem de ser seu.
É
notório para todos o quão está como “peixe dentro de água” com a nova área da
nossa divisão e que esta tem uma dimensão enorme. Ninguém põe isso em causa. E sabendo o risco que
corro de me “queimar” consigo, achei por bem fazer esta chamada de atenção. É
verdade que revelou uma mudança de postura nos últimos meses, mas parece que
essa mudança “tem dias”. Parece que o apoio a esta área só acontece se a outra
deixar tempo para isso; parece que não há interesse em que este projeto tenha
acção. É uma área complicada, sim. É uma terra de ninguém, sim. E realmente não
consigo compreender se essa falta de interesse é apenas pessoal, estratégica ou
outra coisa qualquer.
Se
ao ler isto concluír que não é viável a minha continuidade nesta divisão,
solicito apenas a sua frontalidade. Sei que não gosta de ver as suas posturas
questionadas, nem confrontadas (ninguém gosta), e que sou o elo mais fraco. Mas
também não concordo com elas e considero que me devo manifestar,
independentemente das consequências.
Não
ocupo mais o seu tempo, mas se o meu trabalho ou experiência têm algum valor
prático e concreto, peço-lhe que reflita.
Atentamente,
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