Ler Ferreira de Castro 40 Anos Depois

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13.11.10

O corpo II

O carreiro estreito, íngreme e solitário era pouco convidativo a percorrer. Ladeado por muros pouco altos que protegiam de ladeiras íngremes, parecia protegido contra quedas acidentais. Por isso mesmo talvez fosse o melhor sítio para deixar o corpo.
Não sabia quanto tempo demoraria a ser encontrado, mas depositado da maneira correcta, a sua morte seria tida como acidental. Talvez uma garrafa estilhaçada por perto completasse o cenário o suficiente para dissipar quaisquer dúvidas.
Depositaria o corpo já no fim do dia, depois fustigaria a velha mula durante a noite até à aldeia mais próxima. Faria o mesmo nos próximos 3, 4 dias. Esperava deste modo afastar qualquer suspeita sobre si, um estranho a vaguear de terra em terra, sem ninguém conhecer a sua história, e que poderia bem ser a mais tenebrosa de todas.

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